Gato

Câncer de pele em gatos: como identificar a doença?

Publicado - 05 Fevereiro 2020 - 13h40

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Assim como ocorre com os cachorros, o câncer em gatos é uma doença perigosa. Entre os diferentes tipos que podem atingir o corpo dos felinos, o câncer de pele em gatos é um dos mais comuns. Como a enfermidade pode ter causas variadas e um tratamento complicado em alguns casos, nós conversamos com a veterinárias Ana Paula Teixeira, que é oncologista, e com a especialista em gatos, Luciana Capirazzo, para entender mais sobre o assunto. As duas atendem no Hospital Vet Popular.

Câncer de pele em gatos: como identificar a doença e suas causas?

Pequenas feridas que não cicatrizam são um alerta para o câncer de pele em gatos. "Se depois de alguns dias de tratamento não houver melhora em nódulos e feridas na pele do gato, isso deve ser mais investigado", contou Luciana. A ida ao veterinário é indispensável para que o animal seja corretamente diagnosticado e comece o tratamento. Ana Paula continua: "o tumor de pele em gatos pode se apresentar de várias formas, desde uma ferida pequena até uma pequena bola molinha e solta que parece gordura. Pode ser pedunculada ou simplesmente um vermelhão na pele".

O câncer de pele em gatos não pode ser tratado por conta própria, até porque as causas da patologia são variadas e cada uma precisa de terapias específicas: "podem ser fúngicas, virais, causadas por protozoários (leishmaniose) ou tumorais", explica Ana Paula. 

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Os diferentes tipos de câncer de pele em gatos

Depois de confirmado o diagnóstico, o veterinário vai precisar especificar qual é tipo de tumor para indicar o melhor tratamento. Segundo Ana Paula, o câncer de pele em gatos pode ter quatro tipos diferentes:

  • Carcinoma: lesões ulceradas que costumam ser iniciadas por causa da ação dos raios solares. Podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas em locais mais expostos, como a região ocular, boca, nariz e ponta das orelhas, são mais comuns;

  • Mastocitoma: tumores que se desenvolvem nos mastócitos, células espalhadas por todo o corpo do animal. Pode ser uma lesão ulcerada ou um nódulo subcutâneo macio; 

  • Melanoma: é um dos tipos menos comuns de câncer de pele em gatos e causa um aumento da pigmentação na área atingida — é bem perigoso e deve ser diagnosticado o quanto antes;

  • Fibrosarcoma ou neurofibrosarcoma: são, respectivamente, tumores de músculos e nervos muito comuns na pele dos felinos. Esse tipo de sarcoma se apresenta como uma massa no subcutâneo e vai crescendo até causar ulcerações graves. 

 

Atenção: as próximas imagens são fortes!Gatos brancos têm mais tendência de serem atingidos pelo câncer de peleMuitos tipos de câncer em gatos começam com uma pequena ferida ou úlceraO câncer de pele em gatos também pode ser um nódulo subcutâneo

 

O diagnóstico e o tratamento do câncer de pele em gatos

 

Para confirmar o diagnóstico e identificar qual é o tipo de câncer de pele em gatos entre os citados acima, é comum que o veterinário peça uma série de exames. "Para diagnosticar, alguns exames como raspagem de pele, citologia ou biópsia devem ser realizados", explica Luciana. 

Depois disso, os exames já têm outro propósito, como Ana Paula deixa claro: "os pacientes diagnosticados precisam ser estudados, ou seja: devem fazer exames de sangue e imagem para saber se o tumor está somente em um local ou se já se infiltrou em outros órgãos como fígado, baço e pulmão. Muitas vezes, o animal já pode apresentar metástases sem sintomas". 

O tratamento, assim como as causas e tipos da doença, se apresenta de formas variadas: "pode ser feita uma cirurgia, eletroquimioterapia, crioterapia ou quimioterapia, tudo vai depender do tipo de tumor e do estadiamento. Normalmente, o mais utilizado no nosso serviço oncológico é a associação de duas ou mais modalidades para ampliar as chances de cura do paciente", conta a oncologista Ana Paula. 

A prevenção desse câncer em gatos é possível?

Nem todos os tipos de câncer de pele em gatos podem ser prevenidos, mas alguns cuidados ajudam a preservar a saúde do animal e podem favorecer o diagnóstico precoce da doença. A carteira de vacinação em dia, por exemplo, pode impedir a leishmaniose, uma das doenças que se desenvolve para o câncer de pele. "Evitar a exposição a produtos químicos e manter a alimentação saudável também são táticas que garantem o fortalecimento da imunidade e ajudam o organismo a se defender contra qualquer patologia", aconselha Luciana. 

No caso dos gatos brancos ou que têm a região do rosto mais clara, ainda é bom haver mais um tipo de cuidado: "esses animais têm maior predisposição ao carcinoma solar devido à falta da pigmentação que protege das lesões celulares causadas pela radiação solar. Nesse caso, a não exposição solar previne a incidência do tumor", finaliza Ana Paula. 

Redação: Ariel Cristina Borges

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