A cinomose é uma das doenças caninas mais perigosas e sérias que existem. Altamente contagiosa e frequentemente fatal, essa doença pode atingir qualquer cachorro, mas os filhotes são ainda mais vulneráveis, com uma taxa de mortalidade de 80% se for infectado nessa fase. Os cães adultos também enfrentam um risco bem alto, com 50% de chance de não sobreviverem à doença. Essas estatísticas servem de alerta, mas a boa notícia é que a prevenção da cinomose é simples e eficaz. O Patas da Casa vai te mostrar 7 fatos sobre a cinomose para você proteger o seu cachorro.
1) A cinomose é uma doença perigosa provocada por um vírus
Chamado de CDV, o vírus da cinomose é da família Paramyxovirus, do gênero Morbillivirus. Ele pode atacar o corpo do cachorro de 3 maneiras diferentes: sistema respiratório, gastrointestinal e neurológico. Os sintomas da doença se manifestam de acordo com cada região afetada e em fases específicas. É uma doença perigosíssima que pode levar à morte do animal em poucos dias se não for tratada.
2) A cinomose é extremamente contagiosa
Um dos fatores que tornam a cinomose canina uma doença ainda mais perigosa é o seu alto grau de contágio. O risco de um cachorro saudável ser infectado pelo vírus da doença é altíssimo se ele não for vacinado. A transmissão ocorre pelo ar ou contato com animais infectados. Ou seja, os objetos compartilhados, como o pote para cachorro e brinquedos, também podem contaminar um animal saudável. A saliva, o xixi e o cocô de cachorro infectado também podem transmitir o vírus. É por isso que o cachorro com cinomose precisa ser isolado de outros cães. Mas embora seja uma doença altamente contagiosa, é importante dizer que a cinomose não é transmissível para animais domésticos de outras espécies, como gatos e roedores, apenas para animais silvestres. Ela não é uma zoonose, então os humanos não precisam se preocupar em contrair a a doença.
3) O vírus da cinomose é muito resistente
Formado por uma fita de RNA simples de sentido negativo, o vírus da cinomose é envelopado, ou seja, possui uma camada externa que o envolve. Essa camada permite que o vírus entre com mais facilidade nas células do animal. Ela também protege o vírus de compostos químicos e condições ambientes adversas, tornando ele mais resistente do que outros patógenos. A natureza envelopada e o genoma do RNA conferem ao vírus da cinomose características específicas, como a capacidade de invadir o sistema imunológico do cachorro, o que pode ser muito perigoso se a doença não for controlada.
O vírus da cinomose pode sobreviver no ambiente contaminado por até 3 meses, especialmente em lugares mais frios. Dessa forma, como o vírus é extremamente resistente, é preciso saber exatamente como limpar o lugar que seu pet vive. Uma dica é diluir 250 ml de água sanitária para três partes de água potável (750ml), obtendo um litro da mistura. Ela pode ser jogada em superfícies como o pisos e paredes, e também nos objetos do cachorro. É importante que a água sanitária esteja diluída em água, pois esse produto sem diluição pode deixar o cachorro intoxicado, com alergia ou dermatites.
4) Os sintomas da cinomose se manifestam de acordo com a área afetada
A manifestação dos sintomas da cinomose variam de cão para cão. A doença tem diferentes fases que vão debilitando aos poucos o animal, então o tutor precisa estar atento para começar o mais rápido possível o tratamento da cinomose. Embora digam que existem 7 fases da cinomose, são 5 fases principais da manifestação da doença. Confira os detalhes de cada uma delas:
- Fase oftálmica: os cães começam a apresentar excesso de secreção ocular. Também pode acontecer o desenvolvimento da conjuntivite em cachorro.
- Fase respiratória: o cachorro com febre, tossindo, com secreções nasais e dificuldade de respirar são sintomas comuns nessa fase. Ele pode aparentar estar mais cansado, e em casos mais graves, pode acontecer o desenvolvimento da pneumonia em cachorro.
- Fase tegumentar: nessa fase, os sintomas da cinomose começam a ficar mais evidentes para o tutor. O cachorro pode desenvolver bolhas de pus na pele e o ressecamento dos coxins.
- Fase digestiva: o cachorro vomitando, com diarreia, falta de apetite e fraqueza são sintomas comuns nessa fase. Além disso, muitos se perguntam se o cachorro com cinomose sente dor, e a resposta é sim. Nessa fase, os cães podem sofrer com dores abdominais.
- Fase neurológica: essa é a última fase da doença e a mais grave também. Nesse estágio, a doença afeta o sistema nervoso do cachorro, e os sintomas envolvem tremores, dificuldade motora e convulsões.
Vale dizer que os sintomas relacionados a cada fase não se manifestam necessariamente na mesma ordem. A única exceção é a fase neurológica, que geralmente aparece na fase terminal do pet.
5) O tratamento da cinomose consiste em tratar os sintomas da doença
Uma das grandes dúvidas é se a cinomose tem cura ou não. Infelizmente, nem sempre a cinomose pode ser totalmente curada. Como dito anteriormente, as chances de recuperação são baixas, mas isso não quer dizer que o pet não possa tratar a cinomose. Tratamento dessa doença consiste em controlar os sintomas, ou seja, é um tratamento sintomático. Geralmente, o cachorro é internado e recebe medicação para dor e também antibióticos.
Como a imunidade do cachorro fica comprometida, a resposta do animal aos remédios nem sempre acontece, o que explica porque é uma doença com uma taxa de mortalidade tão alta. É por isso que muitos perguntam quanto tempo leva para o cachorro morrer de cinomose. Em cães saudáveis, a cinomose dura em média 14 dias até o controle do quadro, mas em cães debilitados, ela pode se estender de dois a três meses. Na fase final da doença, a neurológica, muitos cães morrem subitamente em 2 a 3 dias.
6) A cinomose pode deixar sequelas no cachorro
Além de ser altamente contagiosa e perigosa para a saúde do cachorro, a cinomose pode deixar sequelas para o resto da vida. Quando a doença atinge o sistema nervoso central do cachorro, é comum que ele fique com sequelas, como a mioclonia ou paralisia. No primeiro caso, o animal apresenta contrações involuntárias no corpo, patas e cabeça. No segundo caso, o cachorro não anda mais. Para a reduzir os efeitos das sequelas, é recomendado fazer acupuntura veterinária, processo que consiste em inserir agulhas no corpo do animal com objetivo de melhorar a circulação sanguínea, estimular o funcionamento do sistema nervoso e promover a liberação de substâncias analgésicas e anti-inflamatórias pelo organismo. Além disso, o cachorro precisará ser acompanhado por um veterinário enquanto viver.
7) A vacina de cinomose é a forma mais eficaz de evitar a doença
Felizmente, há uma maneira eficiente e simples de evitar a cinomose em cachorro: a vacinação. Basta levar o animal para tomar a vacina V10, uma das vacinas mais importantes para imunização do cachorro. Ela possui três doses, que devem ser dadas preferencialmente no filhote de cachorro. Depois das três doses, uma dose da vacina deve ser aplicada anualmente para reforçar a proteção do animal. Além da cinomose canina, a V10 previne outros quadros graves, como a parvovirose, hepatite infecciosa e alguns tipos de leptospirose.