A castração de gatos é um procedimento essencial para oferecer mais saúde e qualidade de vida para qualquer pet. Mas, mesmo assim, muitos tutores acabam adiando a cirurgia por medo de acontecer algo com o animal durante o procedimento ou, até mesmo, quando descobrem quanto custa castrar um gato. A boa notícia, no entanto, é que essas duas questões não precisam ser empecilhos: órgãos públicos e entidades não-governamentais fazem a esterilização de graça, assim como várias universidades também realizam a castração de gato a preços populares. Já em relação à preocupação com o felino, basta se certificar de que o lugar escolhido é de confiança e tomar todos os cuidados necessários antes e depois do processo cirúrgico para evitar qualquer complicação.
Pensando nisso, preparamos uma matéria que vai te deixar por dentro de tudo o que você precisa saber sobre o antes e depois da esterilização; sobre os benefícios para a saúde do animal; e as diferenças entre castração em gatas e castração de gato macho. Confira!
Castração de gatos evita o abandono de filhotes e garante maior expectativa de vida para o animal
Com os abrigos cada vez mais lotados e a quantidade de pessoas dispostas a adotar um pet desproporcional ao número de animais sem um cantinho para ficar, vale destacar que uma das vantagens da castração gatos é justamente a ajuda no controle populacional. Muitos donos não se preocupam em fazer a castração em gatas e, quando elas têm seus filhotes, acabam abandonando todos - ou grande parte deles - nas ruas por não terem espaço ou condição de cuidar. No entanto, essa atitude irresponsável pode ser evitada com a cirurgia de esterilização.
Além disso, a castração também oferece muitos benefícios específicos para a saúde do animal! A castração em gata fêmea, por exemplo, exclui a necessidade do uso de anticoncepcional para gatos, medicamento que pode ser bem perigoso para o pet; e ajuda a diminuir o risco de infecções e o câncer de mama e útero. A castração de gato macho, por sua vez, reduz as chances de câncer de próstata. Outro ponto positivo é o fato de reduzir a incidência de AIDS felina, que é transmitida de animal para animal através de mordidas e pelo cruzamento.
Ainda não se convenceu? Calma que não para por aí: a castração em gatas e gatos também pode trazer mudanças no comportamento do animal - como melhora na agressividade; menos fugas para acasalamento; e redução da necessidade de marcar território. Ou seja, com menos chances de lidar com doenças graves, o felino tem a possibilidade de viver muito mais tempo - cerca de 18 anos, em média - e em condições muito melhores!
Castração de gato: cuidados necessários antes do procedimento
Embora a castração de gato seja um procedimento seguro quando realizada em locais de confiança, também é importante tomar alguns cuidados antes da castração do gato. Um ponto importante é que a indicação de cirurgia deve ser feita pelo próprio veterinário, que vai realizar uma série de exames - como hemograma e eletrocardiograma - para saber se o animal está mesmo em condições de passar pela anestesia e por todo o processo cirúrgico.
Com a liberação da cirurgia pelo profissional, é preciso fazer algumas preparações: jejum de 12 horas para comida e de 6 horas para água; providenciar uma proteção para que o felino não morda ou arranque os pontos antes do tempo (a dica é colar elizabetano para machos, e roupa cirúrgica para fêmeas); e levar uma mantinha para enrolar o pet após o procedimento porque é bem provável que a anestesia o deixe com bastante frio.
E por falar em anestesia para gatos, é importante se certificar que o animal passe pelo procedimento devidamente anestesiado por um profissional qualificado. Por mais que sedativos façam com que o felino fique imóvel durante a castração, eles não são suficientes para impedir que o gatinho sinta dor ou passe por traumas enquanto a esterilização é feita. Além disso, durante todo o processo, o felino também precisa estar conectado a um aparelho de monitoramento para que seja possível checar seus sinais vitais e acompanhar qualquer alteração que possa surgir.
Castração: gatas têm mais riscos durante a esterilização ou é mito?
O procedimento de esterilização é indicado para ambos os sexos e só traz benefícios, mas é verdade quando dizem que o procedimento de castração em gatas é mais invasivo. O motivo é o seguinte: enquanto, na castração de gato macho (chamada tecnicamente de orquiectomia), o procedimento é feito apenas removendo os testículos da bolsa escrotal, a castração em gata (ou ovariosalpingohisterectomia, segundo o nome técnico) exige o corte da musculatura da barriga para que seja possível chegar ao útero, ovários e trompas. Por causa disso, o tempo de cirurgia (que costuma durar, em média, de 10 a 20 minutos) também varia e tende a ser maior nas fêmeas.
Outra diferença é em relação ao que usar para proteger a área que ficará em processo de cicatrização. É comum se perguntar se o melhor é a roupa cirúrgica para gato ou colar elizabetano. No pós-operatório da castração em gatas, a roupa cirúrgica é mais indicada que o colar elizabetano por cobrir todo o corpo e, assim, impedir a ação de agentes contaminadores que podem atrasar o processo de recuperação.
No entanto, por mais que seja mesmo mais delicado, não é preciso evitar o procedimento nas gatas: basta escolher uma clínica confiável e seguir os cuidados recomendados no pré e pós-operatório para que a cirurgia seja tranquila, assim como é a castração de gato macho. Além dos benefícios já citados para a saúde da gatinha, outro ponto a se considerar é que os donos também não vão mais precisar lidar com o cio felino e nem com a aproximação de felinos desconhecidos durante esse período.
Quando fazer a castração em gatas e gatos?
O veterinário é quem melhor pode dizer quando deve ser feita a castração do gato, já que o desenvolvimento do corpo pode ser diferente em cada felino. Mas, em geral, é recomendado que o procedimento seja realizado enquanto o animal ainda está novo - entre os 6 e 8 meses de vida, aproximadamente. Quando se trata da castração de gato macho, no entanto, é importante esperar a descida dos testículos.
Em relação às fêmeas, existe a ideia de que a castração de gata só pode ser feita depois do primeiro cio, mas isso não passa de um mito. Na realidade, o ideal é fazer o mais cedo possível, já que as chances de evitar complicações de saúde - como os temidos tumores nas mamas, por exemplo - são ainda maiores quando o procedimento é realizado antes.
Pós-castração de cães e gatos: entenda como cuidar do pet
Depois da cirurgia de castração de gato, é feito um curativo no local da incisão - que leva, em média, de 7 a 10 dias para cicatrizar. O colar elizabetano e a roupa cirúrgica vão ajudar a impedir que o animal mexa na região e atrapalhe o processo de cicatrização, mas os cuidados não param por aí. É muito importante evitar que o felino faça muitos esforços; garantir um espaço limpo e confortável para que ele possa repousar; e, principalmente, ficar atento a qualquer alteração no local para procurar o veterinário ao menor sinal de inchaço, vermelhidão, sangramentos ou secreções.
Falta de apetite, sonolência e até vômitos são sintomas comuns à castração de cães e gatos, mas também é preciso recorrer a um profissional se perceber que eles estão durando por muito tempo. Em alguns casos, antibióticos podem ser utilizados logo após a cirurgia, enquanto analgésicos e anti-inflamatórios podem ser receitados nos dias posteriores se o felino sentir muita dor.
Ter paciência com o gatinho e dar muito carinho após a castração também são detalhes que fazem toda a diferença para que o animal não fique estressado - e, assim, acabe sentindo ainda mais dores. Depois de duas semanas, aproximadamente, é a reta final: basta levar o gato ao veterinário para que ele verifique como foi o processo de recuperação e, finalmente, remova os pontos.
Escolha da ração ajuda a evitar o aumento de peso comum à castração de gato
Um ponto muito falado sobre a castração de cães e gatos é o fato dela poder causar aumento de peso nos animais, levando até à obesidade. Mas a verdade é que o procedimento em si não é responsável por isso: o que acontece é que, com a retirada dos ovários e dos testículos, a produção dos hormônios é afetada e o felino passa a ficar menos ativo. Assim, caso a alimentação não seja adaptada a este novo cenário, ele pode, sim, engordar com mais facilidade.
Mas, para evitar esse efeito colateral, nada de reduzir a quantidade de alimento do felino - afinal, o organismo pode ser afetado pela redução abrupta de nutrientes. A dica é escolher uma ração para gato castrado, que terá baixo teor de gordura e que, também, seja rica em fibras para aumentar a saciedade. Quando o animal já estiver totalmente recuperado e com a área da incisão cicatrizada, também vale apostar em brincadeiras que estimulem a atividade física para que ele volte a se exercitar, apesar da mudança hormonal.
Caso o aumento de peso persista, é necessário fazer um acompanhamento nutricional com o veterinário para que ele elabore a melhor dieta para o gatinho.
Redação: Nívia Passos
Edição: Luana Lopes