Gato

Esporotricose: como se desenvolve? Tem cura? Como é a transmissão? Tire todas as dúvidas sobre a doença!

Publicado - 07 Agosto 2021 - 18h02

Atualizado - 14 Maio 2024 - 11h16

Foto da Raquel de Rezende Zimbrão - Clínica Geral veterinária

Raquel de Rezende Zimbrão / Clínica Geral veterinária

CRMV CRMV: 10231-RJ

Médica veterinária formada em 2009 pelo Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), Teresópolis (RJ).

Foto da Maria Luísa Pimenta - Redatora

Maria Luísa Pimenta / Redatora

Jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Falar sobre cães e gatos é algo que sempre me encantou, já que desde pequena tenho um grande apego por bichinhos. Nunca tive a oportunidade de cuidar de um animal de estimação, mas ter um cachorrinho vira-lata como meu melhor amigo de quatro patas sempre foi meu sonho. Enquanto ainda não adoto meu pet (o que espero acontecer em breve), vivo visitando amigos que têm cães e gatos para brincar, fazer carinho e me divertir com eles.

Meu primeiro estágio em Jornalismo foi no Patas da Casa, em 2021. Fiquei muito feliz com a oportunidade de falar mais sobre o universo pet que tanto me encanta. Em 2024, voltei para esse lindo projeto como redatora. Desde então, continuo aprendendo mais a cada dia sobre esses pequenos animais que podem fazer toda a diferença na nossa vida.

- Filme com animal preferido: "Perdido pra Cachorro"
- Uma raça de cachorro: Vira-lata
- Uma raça de gato: Siamês
- A curiosidade favorita sobre cachorros: O olfato canino é 100 mil vezes mais apurado que o dos humanos e o cachorro consegue sentir quando o dono está doente.
- A curiosidade favorita sobre gatos: Gatos conseguem enxergar no escuro e possuem uma visão periférica muito mais ampla que a dos humanos.
- Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Saúde e comportamento pet
- Um aprendizado: A adoção de um cachorro ou gato pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física e mental, sendo assim uma grande fonte de felicidade para qualquer pessoa.
- Nome de pet favorito: Zeca

A esporotricose felina é conhecida por ser uma doença causadora de grandes lesões e feridas específicas na pele. Apesar de ser possível em diversos animais - inclusive humanos - a esporotricose em gatos costuma ser mais comum. A doença progride rapidamente, podendo afetar inclusive outros sistemas do corpo além da pele. Por isso, é considerada uma das doenças mais graves causadas por fungos nos bichanos. O Patas da Casa conversou com a veterinária Raquel Rezende, do Rio de Janeiro, que tira todas as dúvidas sobre a esporotricose felina, desde a transmissão e desenvolvimento até as formas de prevenção.

O que é esporotricose felina? Conheça a grave doença que também pode afetar humanos

A esporotricose em gatos é uma doença fúngica causada pelo fungo Sporothrix schenckii. A doença também pode acontecer em outras espécies animais, como cachorros, bois, cavalos, porcos, dentre muitos outros. A esporotricose também pode passar para humanos e, por isso, é considerada uma zoonose. A maioria dos casos de esporotricose humana acontece justamente a partir do contato do homem com gatinhos infectados. Apesar de acontecer em várias espécies, a veterinária Raquel explica que a esporotricose costuma apresentar maior gravidade em felinos: “[É mais grave em gatos] pelo fato de o felino estar mais exposto a lugares contaminados com o fungo, como palhas, vegetais, espinho, terra e madeira”. São nesses ambientes em que o fungo da esporotricose costuma viver.

Como a esporotricose em gatos se desenvolve no organismo?

O fungo causador da esporotricose felina entra no animal através de feridas ou lesões na pele. Os bichanos amam brincar perto de árvores e plantas, onde costumam ter muitas farpas e espinhos que ferem o animal. Se o pet se machucar ou já tiver uma ferida aberta, isso facilita a entrada do fungo que está presente no local. A especialista explica que é por essas portas de entrada que a esporotricose evolui. “A doença se desenvolve com feridas que se disseminam, evoluindo para uma pneumonia fúngica, podendo levar o animal ao óbito”, explica. A esporotricose felina pode se desenvolver de maneira mais ou menos grave, podendo ser dividida em:

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  • Fase cutânea localizada: caracterizada por lesões e nódulos avermelhados com secreções. Podem aparecer de forma individual ou múltipla.
  • Fase cutânea linfática: os nódulos na pele progridem e formam úlceras, afetando o sistema linfático.
  • Fase cutânea disseminada: é a fase mais grave da esporotricose, pois todo o organismo do gato é afetado com lesões generalizadas e infecções que acometem outros sistemas do corpo, como locomotor e respiratório.
Gato com semblante abatido e incomodado
A esporotricose em gatos começa com caroços na pele e pode avançar até causar danos respiratórios

Quais são os sintomas da esporotricose em gatos?

Como a esporotricose felina vai se agravando com o tempo, os sintomas ficam cada vez mais fortes e presentes. No início, é possível perceber lesões na pele, principalmente na cabeça (orelhas e nariz) e nas patas. Isso acontece principalmente porque os gatos têm o costume de arranhar a face. Pode acontecer o abaulamento do nariz, chamado popularmente de nariz de palhaço. Esses sinais começam a ficar bem claros quando comparamos a pele do animal com esporotricose antes e depois. As feridas da esporotricose são bem  é normal que o pet tenha tantas lesões e, depois que contrai a esporotricose, as feridas são muitas e bem perceptíveis. Conforme progride, sintomas relacionados a outras partes do corpo aparecem. Dentre os sintomas da esporotricose felina mais comuns,  Raquel destaca:

  • Lesões ulceradas com pus no subcutâneo
  • Ferida ou caroço que cresce ao longo de algumas semanas
  • Feridas que não cicatrizam
  • Tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre, quando o fungo atinge os pulmões.

Além desses sintomas da esporotricose, gatos infectados pela doença podem apresentar sinais de letargia, fraqueza, falta de apetite, anorexia e febre. A veterinária Raquel ressalta, ainda, que é possível que o animal não apresente lesões na pele, caso a doença se manifeste na forma pulmonar e sem lesões externas.  

A esporotricose em gatos tem cura?

Felizmente, a esporotricose tem cura sim. A veterinária afirma que existe um tratamento que ajuda a curar o felino da doença. “O tratamento é feito com antifúngicos específicos e pode ter duração de 6 a 12 meses”, explica. O ideal é que o processo seja realizado o mais cedo possível, pois assim aumenta as chances de salvamento. O veterinário é quem prescreverá o remédio antifúngico ideal para curar a esporotricose em gatos. A dose e a duração variam de acordo com a gravidade e o estado de saúde de gato. Caso o animal esteja bastante debilitado, outras terapias podem ser indicadas. A maioria dos pacientes que são atendidos logo conseguem ser curados. Isso significa que a maioria dos casos de esporotricose tem cura. Os casos de óbito costumam acontecer apenas quando o tratamento é feito de maneira incorreta ou tenha começado tarde demais. 

Gato sendo tratado em consultório médico por veterinário
O gato com esporotricose precisa ficar isolado durante o tratamento e ser manuseado apenas com luvas

Como lidar com um gato com esporotricose em casa?

Por ser uma zoonose, a esporotricose felina pode passar para os humanos. Por isso, se tem um gato doente em casa é essencial tomar alguns cuidados para evitar que você, sua família e seus outros pets contraiam a doença também. O bichano precisa ficar isolado para impedir que a esporotricose passe para outras pessoas e animais da casa. O ideal é evitar tocar muito no gato até que ele esteja curado. Quando for necessário manusear o gatinho com esporotricose, o uso de luvas é imprescindível. Elas serão necessárias até o animal não apresentar mais feridas. Mesmo usando luvas, lembre-se sempre de lavar bem as mãos após o contato com o animal. Caso o bichinho não sobreviva à doença, é importante que ele não seja enterrado, mas cremado. Isso evita que o fungo se espalhe pelo solo. Somente seguindo esses cuidados você evita espalhar a esporotricose. 

O gato que já teve esporotricose felina pode voltar a ter novamente?

Após ser curado da esporotricose, gato pode sim ser contaminado novamente caso entre em contato com o vírus de novo.  Assim, vai passar mais uma vez por todos os sintomas e precisará de um novo tratamento. Por isso, é importante que os cuidados continuem. As medidas preventivas precisam ser tomadas mesmo que seu gato já não esteja mais com a esporotricose. Só assim você evita que ele contraia essa doença novamente.

Como prevenir que o gato contraia a esporotricose?

Como ninguém quer ver seu pet doente - ainda mais com uma doença tão perigosa como a esporotricose - é importante ficar atento às formas de prevenção. A veterinária Raquel Rezende afirma que no caso da esporotricose em gatos,a castração é a melhor maneira de prevenir. “A melhor forma de prevenção é a castração, para evitar briga com outros animais, superpopulação e manter o animal longe de locais que possam estar contaminados”, explica. Também vale proteger janelas e portas para evitar saídas. Manter o ambiente sempre limpo e com uma boa higiene também é fundamental para evitar infecção. Se tiver um jardim em casa, cuide bem do local e das plantinhas para evitar arranhões com espinhos e a presença dos fungos no local. Seguindo as dicas de prevenção corretamente, você evitará que seu pet contraia a temida esporotricose felina.

Redação: Maria Luísa Pimenta 

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