A FIV felina é uma das doenças mais temidas pelos tutores de gato. Esse problema de saúde animal é popularmente conhecido como AIDS felina e, assim como a doença humana, o vírus ataca o sistema imunológico do gato, podendo levá-lo a complicações graves. Justamente por conta da gravidade da doença é preciso saber mais informações sobre a FIV em gatos, transmissão, sintomas e diagnóstico. O Patas da Casa conversou com o médico veterinário Matheus Moreira para esclarecer todas as dúvidas e explicar as principais características da doença. Confira abaixo!
FIV felina: o que é?
A doença FIV pode ser muito grave. Por isso, a testagem nos filhotes é fundamental para um diagnóstico precoce. Mas será que você sabe realmente o que é FIV felina? O profissional Matheus Moreira deu mais detalhes para que você entenda tudo sobre essa complicação de saúde tão temida: “O vírus da imunodeficiência felina (FIV) é um retrovírus classificado na subfamília Lentivirinae, identificado em 1986, que gera distúrbios imunológicos nos felinos semelhantes aos humanos portadores de HIV. É uma doença que está presente no mundo todo e principalmente aqui no Brasil. Os gatos infectados com FIV são predispostos a infecções crônicas e recorrentes. A neoplasia é cerca de cinco vezes mais comum em gatos com FIV.”
Como ocorre a transmissão da FIV em gatos?
Quando falamos de FIV felina, sintomas e manifestações da doença no corpo do gato são uma das maiores curiosidades dos tutores. Entretanto, saber como ocorre a transmissão também é de extrema importância. Afinal de contas, dessa forma você poderá entender como prevenir que seu gatinho pegue FIV. “O principal modo de transmissão da FIV é por feridas que introduzem saliva contendo o vírus. Transmissão por arranhaduras é incomum, porém podem acontecer. A transmissão sexual pode ocorrer - apesar do sêmen do gato infectado conter o vírus, a forma mais comum de transmissão é pela mordida na hora do acasalamento”, explica o veterinário.
Sintomas: FIV felina possui fases com manifestações específicas
Saber como são os sintomas da FIV em gatos é muito importante para identificar a doença, até porque o diagnóstico no início da infecção vai fazer diferença no tratamento. A FIV felina possui a fase crônica e aguda, e cada uma delas terá manifestações clínicas específicas. O veterinário Matheus listou as características de cada uma:
- Fase aguda: pode estar associada a febre transitória, aumento de linfonodos, muitas vezes passando de forma despercebida pelos tutores. Os gatos entram em um longo estágio assintomático que pode durar muitos anos. À medida que seus anticorpos tentam combater o vírus, eles vão diminuindo gradualmente até chegar à próxima fase da doença;
- Fase crônica ou terminal: durante esse estágio, pode ocorrer disfunção progressiva do sistema imunológico. Assim, os gatos infectados com FIV ficam predispostos a infecções crônicas e recorrentes. É comum aparecer neoplasias, doenças do trato urinário e lesões em cavidade oral. É a fase onde o sistema imunológico já não consegue mais ser eficiente com qualquer infecção que apareça no animal.
FIV: gatos diagnosticados precisam de cuidados por toda a vida
Meu gatinho foi diagnosticado com FIV felina: e agora? Assim como a FeLV, a FIV não tem cura. O tratamento, porém, servirá como suporte para que ele tenha mais qualidade de vida. Quanto antes for diagnosticado, maiores as chances do felino responder bem ao tratamento, mesmo que a infecção não seja eliminada. Sobre os cuidados com o bichano com FIV o especialista recomenda: “O principal é o bem-estar do gatinho, reduzir o estresse e evitar quebras de rotina dentro de casa. Qualquer mal estar pro gato pode fazer com que caia a imunidade e o vírus se aproveite disso. Exames laboratoriais periódicos de acordo com o protocolo do médico veterinário responsável são necessários.”
Além disso, o ideal é que o gato com FIV não conviva com outros felinos para não transmitir a doença. “A vacinação FIV é classificada como 'não essencial’ de acordo com o Feline Vaccination Advisory (AAFP) de 2013. Por não ser tão eficiente como deveria, aqui no Brasil ainda não está disponível”, completa Matheus.
Redação: Hyago Bandeira