Assim como os humanos, a diabetes em cachorro é uma doença perigosa e que precisa de vários cuidados ao longo da vida do animal. Mas como saber se um cãozinho está diabético? Acredita-se que um dos primeiros indícios que podem indicar um cão doente é a presença de formiga na urina do cachorro, mas vários outros sintomas também estão associados ao problema. O Patas da Casa conversou com a médica veterinária Nayara Cristina, que é especializada em endocrinologia veterinária, para esclarecer melhor algumas dúvidas sobre a diabetes canina. Veja abaixo o que ela nos disse!
Encontrou formiga no xixi do cachorro? É hora de ligar o alerta!
Quando se trata da diabetes em cães, sintomas são sempre um ponto importante e que facilitam a percepção da doença. Conforme a especialista explica, a formiga no xixi do cachorro pode, sim, ser um sinal de diabetes canina por causa da quantidade de açúcar encontrada no líquido. “Isso acontece devido a presença de glicose na urina (glicosúria), que não é uma situação normal. Uma das causas desse problema é que, devido ao aumento da glicose no sangue (hiperglicemia), ultrapassa o limiar de absorção renal e acaba desencadeando a glicosúria. A glicose na urina, por sua vez, pode atrair as formigas”.
Excesso de sede é um dos sintomas de diabetes em cachorro
Além da presença de formiga na urina do cachorro, outro indicativo da diabetes é quando o cãozinho ingere muito mais água do que o habitual. “A sede excessiva é uma das manifestações clínicas observadas em casos de diabetes canina. Com a glicose na urina, o animal tende a fazer muito xixi, o que denominamos como poliúria. Para compensar isso fisiologicamente, o animal fica com mais sede, por isso ele bebe mais água”, revela a médica veterinária.
5 sintomas de diabetes em cães para ficar de olho!
A observação do tutor é muito importante para identificar se o cachorro tem diabetes ou não. Mudanças no comportamento animal podem ser percebidas, assim como alterações no corpo do cachorro. Segundo Nayara, os sintomas de diabetes em cachorro mais comuns são:
- Formiga na urina do cachorro
- Fazer muito xixi (poliúria)
- Cachorro bebendo muita água (polidipsia)
- Excesso de fome (polifagia)
- Perda de peso
Por que alguns cães sofrem com a diabetes canina?
Muitas dúvidas podem surgir quando o assunto é o desenvolvimento da diabetes. Cachorro pode apresentar dois tipos da doença: diabetes tipo I ou tipo II. De acordo com a médica veterinária, a causa da diabetes mellitus é multifatorial, mas cada tipo ocorre de forma diferente. “A diabetes canina tipo I é de causa imunomediada e leva a deficiência relativa ou absoluta da insulina. Já a causa mais comum do tipo II é devido à obesidade, que leva à resistência insulínica e, com isso, provoca a hiperglicemia, desencadeando manifestações clínicas”.
De forma resumida, a diabetes canina consiste no aumento do nível glicêmico no sangue do paciente que pode derivar de uma deficiência do organismo para produzir insulina ou a um “defeito” na insulina, que não consegue reduzir as taxas de açúcar do sangue. Para confirmar o diagnóstico, Nayara destaca: “O diagnóstico de diabetes é realizado com as manifestações clínicas, hiperglicemia e glicosúria”.
A catarata é uma das complicações da diabetes em cachorro
Sem o tratamento da diabetes, cachorro pode ter outros problemas de saúde, como a catarata. “O excesso de glicose presente no cristalino dos olhos - devido à hiperglicemia - é convertido em sorbitol, o que provoca um aumento do influxo de água no cristalino. O aumento da água, por sua vez, provoca uma quebra das fibras da lente e ruptura da estrutura normal. As lentes tornam-se turvas, resultando em perda de visão, geralmente em ambos os olhos”, conta a especialista.
Além da catarata em cachorro, outra possível complicação da diabetes canina é um quadro denominado cetoacidose diabética, que acontece quando não há insulina no corpo. “É um problema grave que pode ocasionar vômitos, diarreia e inapetência. O animal precisa ser internado para o tratamento adequado nesses casos”.
Como é o tratamento da diabetes canina?
Apesar de não haver cura, é possível controlar a diabetes canina com alguns cuidados. O intuito é melhorar a qualidade de vida do paciente. “O tratamento para diabetes em cachorro consiste no uso da insulina, dieta adequada e atividade física. A insulina é feita com aplicação subcutânea a cada 12 horas após a alimentação, e deve ser de uso contínuo ”, orienta a veterinária. Quando se trata de um quadro de diabetes do tipo II pode haver a remissão da doença: “O tipo II costuma afetar cadelas que ficaram diabéticas no cio, e com a castração se retira a condição hormonal que estava fazendo a resistência insulínica. Como a insulina volta ao normal, isso leva ao quadro de remissão. No entanto, a remissão é mais comum em gatos do que em cães”.
A diabetes canina não pode ser provocada externamente, mas pequenas atitudes fazem toda a diferença para prevenir o quadro. “O ponto mais importante da abordagem preventiva é a conscientização dos tutores para os cuidados com a alimentação, evitar petiscos calóricos, estimular atividade física, cuidados com o peso e saúde oral do animal.”
Redação: Juliana Melo