É bem comum ouvir por aí histórias de adoção de cachorros, que geralmente chegam com um resgate emocionante e uma lição de vida. Com os felinos não é diferente: existem muitas histórias lindas de gato vira-lata que ganhou um novo lar cheio de amor e cuidados. Eles também sofrem com o abandono e, muitas vezes, podem ser associados ao azar e outros sentimentos ruins, como é o caso do gato preto. A verdade é que felinos são animais que amam companhia, carinho e atenção: eles só precisam de uma chance para mostrar todo o seu charme e conquistar muitos corações. Para te inspirar, separamos três histórias de adoção de gatos que transformaram a vida de seus donos. Quem sabe você não decide adotar um felino para chamar de seu? Chega mais!
Ana Heloísa e Mia D+: adotar um gatinho adulto é dar uma chance para o verdadeiro amor
Eu nunca tinha tido gato e essa vontade foi crescendo por anos, até que chegou o momento de aprender a cuidar de um bichinho diferente - meu desafio era adaptar com a minha cachorra Amora. Olhei alguns em páginas de ONGs e nenhum balançou meu coração como eu esperava. Até que um dia fui dormir mentalizando que o melhor gatinho chegaria a mim de alguma forma e aí, acordei com a Poppys na cabeça!
Ela era cuidada por uma protetora do mesmo grupo em que adotei Amora. Já adulta, gato branco com tigradinho e uma carinha meio séria. Mas a legenda das fotos de divulgação dizia que ela já era acostumada com cachorros - o que era uma baita vantagem. No mesmo dia tinha evento de adoção e a protetora me avisou que ela estaria lá!
Fui conhecê-la. Ela estava quietinha, no fundo da gaiola e só levantou quando balançamos o potinho de ração. A protetora me contou que ela estava triste porque já fazia quase 3 anos que ia para a feirinha de adoção e nunca era escolhida. Aquilo partiu o meu coração! Ainda assim, precisei de uns minutinhos pra pensar. Fui dar uma volta e enfim decidi que seria melhor adotar a gatinha adulta, que tinha menos chances de ter um lar que um filhotinho. Quando a certeza tomou conta de mim, fui quase correndo pela rua pra dizer que eu queria ela! Demorou 15 dias para que eu pudesse recebê-la em casa, já que ainda não tinha todas as janelas teladas e isso é de vital importância para segurança do bichinho.
E aí ela chegou, se esfregando na Amora, amassando pãozinho na minha barriga, miando pra caramba e nos ensinando que garras tão ali para colocar limites em cafunés e brincadeiras indesejadas. Ênfase pra parte do "miando pra caramba", que acabou definindo seu novo nome: Mia D+. Estamos juntas há quase 1 ano e eu não poderia ser mais feliz por ter pego exatamente essa gatinha entre milhões de possibilidades.
Nicolle e Matilda: um resgate inesperado que virou adoção
Em setembro de 2018, um gato vira-lata apareceu no trabalho dos meus pais. Era a Matilda e ela aparecia para comer a comida de outra gata que já morava lá. Eu percebi que ela estava grávida porque sua barriga estava estourando. O problema é que ela era muito muito arisca, eu não conseguia nem chegar perto que ia embora. Passou alguns dias e ela apareceu de novo, mas murchinha e sem filhotes!
Comecei a tentar me aproximar dela para procurar os filhotes, mas eu não achava de jeito nenhum. Ela sempre sumia e eu pedia que trouxesse eles pra cá, porque íamos cuidar. Comecei a ver ela com muito mais frequência, mas eles não. Foi só depois de uns 20 dias que ela trouxe eles, um por um. Eram três gatinhas.
Elas chegaram aqui com rinotraqueite. Levei as quatro no veterinário e precisaram tomar duas injeções e usar um colírio de antibiótico. Quando foram crescendo, se tornaram as coisinhas mais fofas. Eu entrei naquela desculpa de “deixa vermifugar e depois vou doar”, “deixa dar a primeira vacina que depois vou doar”... No fim, as três ficaram aqui junto com a mamãe. As filhotes se tornaram Tequila, gato amarelo com laranja; Amora, gato preto e branco, conhecido também como gato frajola; e Pandora, um gato escaminha. Por conta da rinotraqueíte, a Pandora perdeu a visão de um dos olhos, mas por incrível que pareça é a que mais apronta. Todas são castradas e muito felizes!
Laura e Peter: um gatinho que apareceu por acaso e se tornou membro da família
O Peter foi encontrado em um canteiro de obras e no auge do verão, em fevereiro de 2015. Ele era recém-nascido e ainda tinha cordão umbilical, seus olhos estavam fechados. Ele devia ter horas de vida e estava sendo comido vivo por formigas. Uma pessoa o encontrou, levou ele para casa, cuidou, deu leite próprio de felinos e o aqueceu, mas ele precisava mesmo de uma mãezinha de leite. Ela postou no facebook esse pedido de ajuda.
Por acaso, na mesma época, eu estava fazendo lar temporário para uma gatinha chamada Sophia, que tinha tido cinco filhotes há dez dias. No dia seguinte, o Peter veio para cá. Corria o risco da Sophia não aceitá-lo, então, quando ele chegou, distraímos ela com sachê. Enquanto isso, esfreguei cada filhotinho dela no Peter para que eles ficassem com o mesmo cheiro e coloquei junto com os outros na casinha que improvisamos para ela amamentá-los.
Quando ela entrou na casinha, notou alguma coisa diferente, então parou e não quis mais entrar. Nessa hora morri de medo, porque ela podia rejeitar ou machucá-lo. Mas, o instinto materno falou mais alto. Ela entrou na casinha, cheirou o Peter por alguns segundos e começou a lamber o filhote. Logo depois, deitou para amamentá-lo! Ele era bem menor que os outros e muito peludo - seus irmãos de leite tinham o pelo curto. Rapidamente ele pegou peso e hoje em dia é um gato cinza e branco lindíssimo e enorme!
Redação: Júlia Cruz