Gato

Leishmanione em gatos: veterinário explica se felinos podem contrair a doença

Publicado - 10 Março 2020 - 18h51

Atualizado - 24 Abril 2024 - 16h14

Foto do Roberto dos Santos Teixeira - Médico Veterinário

Roberto dos Santos Teixeira / Médico Veterinário

CRMV 6726-RJ

Formado em Medicina Veterinária pela UFRRJ e pós-graduado com mestrado em Ciências Veterinárias pela UFRRJ. Especialista em dermatologia, clínica médica e Leishmaniose Visceral Canina.

Foto da Juliana Melo - Repórter

Juliana Melo / Repórter

Jornalista formada pela Facha (Faculdades Integradas Hélio Alonso). Sempre amei o universo pet e meu sonho sempre foi ter um cachorro ou gato, mas essa ainda é uma realidade um pouco distante pra mim. Me sinto um pouco Felícia perto dos bichinhos, e acho fantástico poder entender um pouco melhor o comportamento deles e ajudar tantos tutores por aí!

A oportunidade de entrar na equipe do Patas da Casa foi incrível, porque apesar de não ter um pet, sempre tive muita vontade de conhecer e compreender melhor esse universo. Hoje me sinto praticamente uma ‘expert’ em comportamento de cães e gatos e uma das maiores incentivadoras da adoção animal.

• Filme com animal preferido: “Sempre ao Seu Lado”
• Uma raça de cachorro: Dachshund
• Uma raça de gato: Maine Coon
• A curiosidade favorita sobre cachorros: A maneira como um cão se comporta depende principalmente da criação que ele recebe
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatos enxergam os humanos como seus semelhantes (basicamente como se fôssemos gatos gigantes)
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Comportamento animal
• Um aprendizado: Adotar um cachorro ou gato é uma das decisões mais bonitas que alguém pode tomar, mas que precisa ser feita com muita responsabilidade
• Nome de pet favorito: Bilbo

Preocupar-se com a saúde dos gatos é observar e entender quando os bichanos precisam de ajuda, mesmo quando se trata de uma doença silenciosa, como a leishmaniose. Segundo o médico veterinário Roberto dos Santos Teixeira, referência em leishmaniose no Rio de Janeiro, esse quadro é causado por um protozoário chamado de leishmania infantum e transmitido pela picada de mosquitos. A leishmaniose é popularmente conhecida por atingir cachorros e humanos, mas muitos tutores têm se questionado se os felinos também podem contrair essa doença. Para maiores esclarecimentos, conversamos com o clínico-geral Roberto, que te conta tudo que você precisa saber sobre a leishmaniose em gatos a seguir!

Leishmaniose: gatos podem ser afetados pela doença?

Ao contrário do que se pensa, a leishmaniose é uma doença que pode acometer tanto cães quanto gatos, apesar da incidência em felinos ser bem menor. Como se trata de uma doença parasitária e que é transmitida por mosquitos, o veterinário explica que é possível contrair da mesma forma que os cachorros. “O mosquito pica o animal infectado e, a partir do momento em que picar um outro animal, transmite a doença para ele”, explica.

 

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Mosquito parado no nariz de gato
A leishmaniose felina é transmitida por mosquitos e o diagnóstico sempre deve ser feito por um profissional

 

Como a leishmaniose felina se manifesta?

 

De acordo com Roberto, a leishmaniose em gatos pode ser assintomática em certos casos, isto é, não ter nenhum sintoma aparente, dificultando a percepção da doença. Mas ela também pode apresentar alguns sinais. Dentre eles, os mais comuns são:

• Anemia

• Sangramento nasal

• Lesões cutâneas

• Emagrecimento

• Lesões oculares, como a conjuntivite

• Úlceras

Vale destacar que, independente da presença de sintomas, é imprescindível consultar um médico veterinário regularmente para que seja feita uma análise geral da saúde do animal. Só assim você pode ter certeza de que seu amigo de quatro patas não corre nenhum risco.

O diagnóstico da leishmaniose

Para confirmar se o gato está ou não com leishmaniose, o médico veterinário provavelmente vai solicitar alguns exames de sangue mais específicos. Segundo Roberto, a sorologia específica serve para que seja feita a captação de anticorpos do bichinho, que é justamente o que vai indicar a presença ou ausência da doença no seu organismo. Esses exames são necessários porque, como foi dito, a leishmaniose felina nem sempre apresenta sintomas claros.

Tratamento e prevenção da leishmaniose em gatos

Vacina, leishmaniose e tratamento infelizmente são palavras que não andam juntas, pois não existe uma cura para essa doença em felinos. “Existem tratamentos paliativos, mas que não são suficientes”, esclarece o veterinário. Ou seja, são medidas que ajudam a melhorar a qualidade de vida do gato e que podem inibir os sintomas clínicos da doença, mas que não vão tratar a leishmaniose em si. O gato permanece sendo portador da patologia e pode servir como fonte de contaminação para outros animais.

Quanto a prevenção, também não há muito o que se fazer. O ideal seria que os felinos pudessem evitar o contato com o mosquito transmissor da doença. No entanto, conforme Roberto explica, os repelentes utilizados para prevenir a leishmaniose não são indicados para os felinos. Isso acontece porque esses produtos possuem uma substância em sua composição que é tóxica para gatos.

Redação: Juliana Melo

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