Todo mundo sabe que os problemas renais são muito comuns em gatos. Isso acontece, geralmente, por causa de uma alimentação ineficiente e também porque os felinos não têm o hábito de beber água com frequência, o que acaba sendo um motivo para a insuficiência renal em gatos. Quando o quadro é detectado, várias medidas precisam ser tomadas para contornar as consequências dessa grave doença, o que inclui uma mudança na alimentação do animal. A ração renal para gatos, por exemplo, ajuda a manter o bichano com uma boa qualidade de vida, mesmo doente. Quer saber mais sobre o assunto? O Patas da Casa entrevistou a veterinária Simone Amado, que é especialista em nutrição animal , e ela vai te contar tudo o que você precisa saber sobre esse tipo de alimento.
Para que serve a ração renal para gatos e quando pode ser indicada?
Se você tem um gato com problemas renais, é bem provável que o veterinário já tenha sugerido alterações na alimentação do felino. Isso porque, dependendo do caso, o ideal é optar pela ração renal para gatos que, segundo Simone, tem o papel de atrasar a progressão da doença renal crônica e aliviar os sinais clínicos dela, aumentando a qualidade e o tempo de vida do animal. “A ração renal é indicada para gatos em tratamento da doença renal crônica a partir do estágio II”, explica.
Contudo, vale destacar que qualquer mudança no manejo nutricional do seu gatinho deve ser feita com o auxílio de um profissional - de preferência com especialização em nutrição animal -, e nunca por conta própria. “O veterinário é o profissional capacitado para indicar o momento ideal para a mudança no manejo alimentar do gato”, orienta Simone.
Ração: gato renal precisa de uma alimentação mais específica
Os rins são órgãos muito importantes, tanto para a saúde dos humanos quanto dos felinos. Conforme a veterinária explica, eles são responsáveis pela eliminação das toxinas do corpo, regulação da pressão arterial, produção de hormônios e vitamina D, entre outras funções. Por isso, se houver o comprometimento deste órgão, é importante procurar alternativas para o controle da doença. Existem diferentes tipos de alimentos para os felinos e investir em uma ração para gatos com problema renal, por exemplo, pode ser uma boa solução.
Até porque, com esta ração, gato renal passa a ter uma qualidade de vida totalmente diferente, como você vai ver a seguir. Veja alguns dos benefícios nutricionais dessa alimentação, segundo Simone:
• O alimento utiliza proteínas de altíssima qualidade e alta digestibilidade, gerando assim um mínimo possível de resíduos que um rim doente teria dificuldade de excretar;
• Reduz dos teores de fósforo, um dos maiores vilões na doença renal crônica, sendo uma das medidas mais importantes para evitar a progressão do dano renal;
• Fornece de nutrientes importantes, como ácidos graxos e ômega 3, que têm ação anti-inflamatória e ajuda na redução da pressão arterial sistêmica;
• Reduz o estresse oxidativo da lesão crônica com o fornecimento de teores de substâncias antioxidantes;
• Possui altos teores de vitaminas, principalmente as do complexo B. Devido ao aumento da frequência urinária, essas vitaminas são perdidas em maior quantidade na urina;
• Controla os níveis de sódio, o que auxilia no controle da pressão arterial sistêmica;
Ração renal: gatos têm alguma contraindicação para esse tipo de alimento?
Por se tratar de uma doença grave e que requer uma alimentação bastante específica, a ração renal para gatos têm algumas contraindicações. De acordo com Simone, o alerta vale para filhotes, gatas gestantes ou em fase de lactação, além de casos de comorbidades, ou seja, quando o gato possui mais de uma doença. Nessas situações, a sugestão é que o tutor sempre procure um profissional da área de nutrição animal, que vai entender as necessidades nutricionais do felino e indicar o melhor tratamento com base no estilo de vida do animal.
Ração renal: gato deve passar por um processo gradual de adaptação
Antes de substituir integralmente a ração tradicional pela ração renal, gato deve começar a consumir o novo alimento aos poucos. Lembre-se sempre que mudanças muito bruscas podem acabar prejudicando o processo de adaptação à nova ração e, em alguns casos, o gato pode até acabar se recusando a comer. A substituição precisa ser feita de forma gradual. “O ideal é dedicar 7 dias para a substituição e ir diminuindo a quantidade da ração antiga ao mesmo tempo em que aumenta a quantidade da nova”, sugere Simone.
Redação: Juliana Melo