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Sarna sarcóptica em cães: saiba tudo sobre a variação da doença causada por ácaros

Publicado - 22 Maio 2020 - 18h04

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Dentre as várias doenças de pele que podem afetar os cachorros, uma das mais preocupantes - e comuns - é a sarna sarcóptica, também conhecida como escabiose. Essa patologia é provocada pela presença de um ácaro dentro da pele dos infectados, chamado Sarcoptes scabiei, que causa muita coceira nos animais acometidos. Além disso, é uma doença que é facilmente transmitida de um cãozinho para outro e pode até mesmo afetar os humanos. Para te ajudar a entender um pouco mais sobre a sarna sarcóptica em cães, o Patas da Casa entrevistou a médica veterinária da clínica Soft Dogs e Cats, Nathália Gouvêa. Dá só uma olhada no que ela falou sobre o assunto a seguir!

O que é a sarna sarcóptica e como se manifesta em cães?

Natália Gouvêa: A sarna sarcóptica é causada por um ácaro que acomete cães, gatos, roedores, equinos e, inclusive, o ser humano. A forma de contágio acontece por meio do contato direto com produtos de higiene, cama, objetos de animais infectados ou o contato direto com o animal infectado. Então, é uma doença que vai passando de um animal para o outro e do animal para o ser humano. Nos cães, a sarna sarcóptica se manifesta com lesões na pele e por intensa coceira. Além disso, também podem surgir crostas em volta dessas lesões e a perda de pelagem na região das axilas, próximo ao focinho e na ponta de orelha.

Qual a diferença da sarna sarcóptica para a sarna demodécica e otodécica?

NG: A diferença entre essas patologias é que a sarna sarcóptica é extremamente contagiosa, já que ela pode passar de um animal para o outro e até mesmo para o humano. Já a sarna demodécica - também chamada de sarna negra - não é contagiosa. Na verdade, todo animal possui este tipo ácaro (Demodex canis) na pele, mas em alguns casos a sua proliferação pode acontecer por falta de proteção na barreira da pele. Essa é uma deficiência que muitas vezes é transmitida de mãe para filho no momento da amamentação, fazendo com que o cãozinho fique mais vulnerável a essa doença e permitindo que esse ácaro cresça exacerbadamente na pele do animal. A sarna otodécica, por outro lado, também é transmitida de um cachorro para o outro e ela acomete normalmente o ouvido dos cachorros. Entretanto, vale destacar que, em alguns casos, também pode acontecer deste tipo de sarna sair do conduto e acometer também outras regiões onde o animal coça. A diferença é que, ao contrário da sarna sarcóptica, ela não acomete humanos.

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Quais os principais sintomas da sarna sarcóptica em cães?

NG: Queda de pelo, lesões na pele, cheiro meio fétido, coceira extrema, vermelhidão. Mas o mais importante mesmo é o prurido, já que é uma sarna que coça muito, principalmente na região do focinho e no resto do rosto, provocando lesões com bastantes crostas.

 

Sarna sarcóptica: cachorro pode apresentar queda de pelo como um dos sintomasA sarna sarcóptica em cães pode ser transmitida de animal para animal e também para os humanosSarna sarcóptica: cães abandonados são mais propensos a pegar a doençaA sarna sarcóptica também pode se manifestar com vermelhidão e ferimento na pele dos cachorrosPara tratar a sarna sarcóptica, cachorro pode precisar de banhos antissépticos, dependendo da gravidade

 

Como ocorre a transmissão da sarna sarcóptica em cães?

 

NG: A sarna sarcóptica é muito contagiosa e pode acometer muitos animais de várias espécies, inclusive o ser humano. A contaminação é feita via contato direto com animais ou objetos infectados. Por isso, os potes de comida e água, as caminhas, os itens de higiene e os lugares onde o animal tem acesso precisam de certa atenção. No caso do contágio direto, um animal infectado pode facilmente transmitir a doença para outro cachorro ou para tutores e veterinários.

 

Como é possível prevenir a sarna sarcóptica em cães?

 

NG: Hoje, existem alguns comprimidos no mercado pet que controlam a sarna sarcóptica e eu acho que é uma das formas mais fáceis de se prevenir. Eles têm a função de fazer o tratamento e auxiliar na prevenção da doença, pois se o animal chegar a pegar esse tipo de sarna, já vai ser automaticamente controlado. Porém, em casos mais graves da sarna sarcóptica - cães que já estejam com as lesões em um nível mais avançado -, o comprimido pode até ajudar, mas também serão necessários o auxílio de banhos e outras medidas para que acabe com a contaminação o mais rápido possível. Uma dica é que o animal diagnosticado com a sarna sarcóptica seja isolado.

 

Como evitar a transmissão da sarna sarcóptica para humanos?

NG: A melhor forma de evitar que o ser humano pegue essa doença é tomando muito cuidado no manejo de animais de rua, que são mais suscetíveis a ter esse tipo de sarna. Então se você resgatar um cachorro de rua, o ideal é redobrar a atenção e pegar esses animais com uma luva. Além disso, se observar que o cãozinho está se coçando muito e sofrendo com lesões na pele, não deixe de levá-lo até um veterinário. O mais importante, ao meu ver, é manter a higiene e os cuidados básicos com o seu pet. 

Como é feito o diagnóstico da sarna sarcóptica? A doença tem tratamento?

NG: O diagnóstico da sarna é feito por um exame de raspagem da pele, que logo em seguida vai para uma análise minuciosa no laboratório. Pelo microscópio, os profissionais conseguem observar se há ou não a presença de ovos e do próprio ácaro na pele do animal. Depois disso, o veterinário pode iniciar o tratamento, que geralmente é realizado com a prescrição de medicações e banhos específicos (antissépticos) para a remoção do ácaro e dos possíveis ovos na região. É um tratamento que costuma ser bastante eficaz.

Redação: Juliana Melo

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