A toxoplasmose - popularmente conhecida como a doença do gato - é uma patologia séria e que requer atenção, principalmente por se tratar de uma zoonose, ou seja, também pode afetar os humanos. O quadro tem sintomas bem particulares, como baixa imunidade, dificuldade respiratória e febre. O problema é que essa doença é cercada de mitos, o que pode prejudicar a boa convivência entre tutores e seus animais de estimação, além de incentivar o abandono. A seguir, descubra se todos os gatos têm toxoplasmose, como pegar toxoplasmose de gato e esclarecimentos sobre os mitos mais comuns sobre o assunto.
Todo gato tem toxoplasmose?
Mito. Não são todos os gatos que manifestam ou desenvolvem a toxoplasmose felina. Para transmitir a doença, o animal precisa ter sido contaminado por um protozoário chamado Toxoplasma gondii e estar infectado no momento da transmissão, que dura poucos dias. A estimativa é de que 10 a 15% dos felinos domésticos tenham toxoplasmose, mas essa incidência costuma ser maior entre animais de rua. Ou seja, gatos que vivem em casa e não têm acesso às ruas dificilmente se contaminam e transmitem toxoplasmose, embora não seja impossível.
Gato vacinado transmite toxoplasmose?
Verdade. Como não existe vacina para a toxoplasmose, gato não fica protegido da doença e, consequentemente, pode contrair e transmitir para outros animais e pessoas. Ou seja, mesmo vacinados contra outros problemas de saúde, os felinos não estão imunes à toxoplasmose. Porém, uma boa imunidade pode fazer diferença: a toxoplasmose em gatos às vezes é assintomática e não chega nem a se desenvolver.
Quem transmite a toxoplasmose é somente o gato?
Mito. Embora os gatos sejam os hospedeiros definitivos da doença, existem outras formas de contrair a toxoplasmose que não envolvem os felinos. A ingestão de carnes infectadas mal cozidas ou cruas é uma possibilidade, por exemplo. Além disso, beber água contaminada, embora seja raro, também pode contribuir para a infecção. Outros tipos de transmissão ainda mais raros são casos congênitos (transmitidos de mãe para o feto durante a gestação), por transfusão sanguínea ou transplante de órgãos.
O contato direto com o animal é suficiente para pegar toxoplasmose de gato?
Mito. Conviver com um gato não é sinônimo de contaminação. Na verdade, a transmissão pelos felinos só acontece por meio do contato com as fezes do animal. Ou seja: você deve ter um cuidado redobrado na hora de limpar a caixa de areia do gato. Uma dica é usar luvas para fazer essa limpeza. Tirando essa situação, você pode ficar despreocupado. E aqui entra uma outra questão importante: se você pensa que gravidez é motivo para abandono de gato, a resposta é não. Mesmo as mulheres grávidas podem conviver com um gatinho com toxoplasmose, desde que sejam mantidos alguns cuidados na hora de limpar a caixinha.
A forma como o gato se contamina com toxoplasmose é pela alimentação?
Verdade. O gato é infectado pelo Toxoplasma ao ingerir formas infectantes ou imaturas do protozoário em água contaminada, carne crua contaminada ou por meio da alimentação de presas, como pássaros e roedores, também contaminados. Por isso não pode dar carne crua para gatos e é melhor evitar que eles comam outros bichinhos. Depois de infectado, o animal pode eliminar a forma não infectante do parasita nas fezes, em um único episódio, durante um período de uma a três semanas.
Quem teve toxoplasmose pode ter gato?
Verdade. O histórico de toxoplasmose em gato não é necessariamente um risco. O único cuidado importante é se certificar de que o gato não está contaminado depois que você o adota (especialmente se ele tiver sido resgatado das ruas) para evitar uma possível reincidência. No entanto, caso você tenha a doença e o animal esteja saudável, não se preocupe: a única forma como o gato pega toxoplasmose é por meio da alimentação. Se ele se alimentar de ração e for adepto da criação indoor, dificilmente desenvolverá o quadro.
A doença do gato tem cura?
Verdade. Agora que você já viu como pegar toxoplasmose de gato e sabe um pouco mais sobre os mitos e verdades sobre a doença, chegou a hora de falar de tratamento. Em felinos, dependendo do órgão acometido, há tratamentos eficazes capazes de combater a doença. Geralmente, é recomendado o uso de antibióticos e anti-inflamatórios estabelecidos previamente pelo veterinário.
Por outro lado, é importante destacar que essa doença de gato não tem cura em humanos, mas pode ser controlada com medicamentos passados pelo médico. O parasita não costuma ser eliminado completamente do organismo e pode se manifestar em momentos de baixa imunidade, então é importante ficar atento.
Redação: Juliana Melo
Edição: Luana Lopes