A dirofilariose em gato é uma doença em que os parasitas se alojam na corrente sanguínea do pet e pode chegar até o coração - por isso também é chamada de doença do verme de coração. O problema é uma das doenças causadas por tipos vermes de gato. A dirofilariose também pode atingir os cães e é temida por ser uma complicação de saúde muito perigosa para ambos os pets. Para que você entenda mais sobre o diagnóstico, sintomas, tratamento e a prevenção desse problema do gato com verme, o Patas da Casa conversou com a médica veterinária Caroline Mouco Moretti da clínica Grupo Vet Popular . Confira o que ela explicou sobre a doença e tire todas as suas dúvidas!
Verme no gato: como funciona a contaminação do animal?
“A transmissão da dirofilariose em gatos pode ocorrer por diversos gêneros de mosquitos, como Culex, Anopheles e Aedes, que são considerados hospedeiros intermediários desse parasita”, explica a veterinária. De forma simplificada, os estágios de contaminação são:
1) Os mosquitos vetores picam animais infectados - geralmente cães, que são os hospedeiros principais - e absorvem o parasita no primeiro estágio.
2) Dentro do corpo do mosquito, o verme se desenvolve e pode ser transmitido em picadas posteriores.
3) No terceiro estágio, o mosquito pica os felinos, infectando-os com os vermes em gatos.
4) Após inoculada no gato com verme, a larva percorrerá a porção inferior da pele, amadurecendo ao seu quarto estágio após 9 a 12 dias.
5) No quinto estágio, o verme do gato irá penetrar nos vasos sanguíneos aproximadamente 100 dias após a infecção.
6) Posteriormente, as larvas migram para as artérias pulmonares, permanecendo por cerca de 2 a 3 meses, atingindo a maturidade sexual e finalmente chegando ao coração, onde permanecerão no ventrículo direito.
Muitas larvas morrem nas artérias pulmonares, causando uma inflamação nos vasos e nos pulmões. As que sobrevivem, chegam até o coração e liberam larvas no primeiro estágio na circulação sanguínea. “Nos felinos, geralmente, são encontradas duas ou três larvas no coração, o que já pode ser considerado infecção intensa se levarmos em consideração o porte desses animais”, finaliza a profissional.
Verme em gatos: sintomas nos felinos e como identificar
Para ligar o alerta de um gato com verme, sintomas devem ser observados minuciosamente pelos tutores. As manifestações clínicas da dirofilariose felina não são iguais em todos os animais: elas vão depender da ação do verme do gato em seu organismo. É o que esclarece Caroline: “alguns animais podem ter a doença e se apresentarem assintomáticos ou, ainda, manifestarem sintomas por períodos curtos.” Apesar disso, existem casos que apresentam sinais do gato com verme. Os sintomas de verme em gatos mais comuns em felinos não-assintomáticos são:
- tosse;
- dificuldade respiratória;
- prostração;
- vômito;
- perda de apetite;
- desmaios;
- convulsões;
- cegueira;
- falta de coordenação motora.
No primeiro sinal de qualquer um desses sintomas de gato com verme, o ideal é buscar ajuda de um veterinário para que ele possa examinar o seu amigo de quatro patas.
Crise de verme em gatos: como é feito o diagnóstico da dirofilariose felina
A dirofilariose felina é uma doença que tem sintomas bem comuns e semelhantes aos de outras condições — isso quando o animal não tem uma reação assintomática à doença. Vale ressaltar que existem outros tipos de verme em gatos, então o diagnóstico é muito importante para iniciar o tratamento. Dependendo da situação, o pet pode apresentar sintomas diferentes mesmo que esteja com parasitas no organismo.
O gato soltando verme, por exemplo, pode estar ligado com alguma complicação que atingiu seu sistema digestivo. Identificar o real problema também é importante para não confundir a situação com outra doença. A Síndrome de Haw em gatos é uma complicação de saúde que costuma ser confundida com a toxoplasmose ocular. Os sinais dessa doença fazem parecer que o animal está sofrendo com a verme no olho do gato. Portanto, o diagnóstico correto é importante para que o tratamento adequado seja adotado, principalmente porque cada doença atinge uma parte do organismo dos felinos. É preciso também ter atenção com o verme de gato em humanos, pois muitas doenças felinas também podem atingir os tutores. Um exemplo disso é quando se observa o verme de gato na pele humana.
Para o diagnóstico definitivo da dirofilariose em gatos, as alterações devem ser associadas com resultados de exames laboratoriais, que também podem ser inespecíficos. “Uma das formas de diagnosticar é com a reunião dos sinais clínicos relacionados à auscultação cardiopulmonar. Um exame radiográfico de tórax poderá nos trazer informações acerca de possíveis inflamações pulmonares, acúmulo de líquido no local e alterações cardiovasculares, incluindo dilatação de uma das artérias pulmonares e das dimensões cardíacas, especialmente o ventrículo direito. O ecocardiograma também é muito utilizado, pois ele pode nos mostrar a presença dos vermes em gatos em aproximadamente 50% a 75% dos casos. Complementando, os exames de sangue disponíveis para o diagnóstico incluem testes para a detecção de anticorpos contra o parasita e de proteínas de seu envoltório externo”, descreve Caroline.
Verme de gato: como tratar?
Muitas pessoas possuem dúvidas sobre como tratar vermes em gatos. Sobre isso, a veterinária conta que a utilização de medicamentos que matam os vermes adultos é controversa porque a morte e liberação dos parasitas pode obstruir grandes artérias, provocando até a morte do animal - e é por isso que muita gente acredita que verme mata gato. “Por esse motivo e pelo fato de a sobrevida desses vermes ser menor nos felinos em relação àqueles presentes nos cães, muitos autores sugerem tratamentos que apenas amenizam os sintomas junto do monitoramento da carga parasitária por meio de sorologias e ecocardiogramas a cada seis meses meses”, explica Caroline. A cirurgia de remoção dos vermes adultos do coração e das artérias que têm parasitas também podem ser uma opção. Em todos os casos, a prevenção com o vermífugo para gatos ainda é a melhor forma de garantir a saúde e o bem-estar do seu animal.
Redação: Ariel Cristina Borges e Hyago Bandeira
Publicada originalmente em: 12/11/2019
Atualizada em: 29/09/2021