Com certeza você já se deparou com algum cachorro tremendo de "ódio" por aí, né? E normalmente sempre são cães pequenos, como os famosos Pinscher ou Chihuahua. Muito corajosos, eles parecem não ter noção do próprio tamanho e costumam latir e rosnar para quase tudo. Os latidos vêm acompanhados de tremores por todo o corpo que nem o tutor consegue controlar. Os memes que retratam cães que são "50% ódio, 50% tremedeira" faz parecer que eles são carregados de raiva e valentia, mas o cachorro tremendo nada tem a ver com bravura - muito pelo contrário! E apesar das brincadeiras, o ódio também não faz parte da personalidade desses pequeninos: eles podem ser bem amorosos, inclusive!
Medo é o principal motivo por trás do cachorro tremendo - principalmente as pequenas raças
Por que os cães pequenos tremem tanto? A resposta para isso é bem simples: parece que não, mas eles sabem sim que são pequenos e, como tudo tem o dobro de tamanho, o mundo é bem ameaçador e causa medo. Mesmo com tanta bravura, até contra raças maiores e pessoas desconhecidas, eles adotam essa postura e a personalidade forte como uma defesa. Pra completar, as interações invasivas por conta do tamanho pequeno também são gatilhos para eles. Para não ser pego no colo contra a própria vontade, por exemplo, é melhor latir contra a visita. Além dos latidos, eles também podem rosnar, sair correndo e até morder, mas dificilmente conseguem causar ferimentos. Esse comportamento de cachorro tremendo é mais comum em raças pequenas, como:
- Pinscher
- Chihuahua
- Yorkshire
- Shih Tzu
- Poodle Toy
- Pequinês
- Lulu da Pomerânia
Evolução das raças pequenas contribuiu para deixar o cachorro com "tremedeira"
O motivo que explica porque cães de raças menores tremem tanto também está ligado ao processo evolutivo e a intervenção do homem na sua criação. Ao contrário das raças de cachorro grande, que serviam para caças de animais maiores, os pequenos foram feitos para caças de pragas, como roedores, e também para o alerta (o que não era necessário em um grande cão que prontamente fazia a segurança). Portanto, ao longo do tempo, foi se atribuindo a personalidade “chamativa” dos cães menores. Sem contar que seria bem difícil domesticar um cachorro maior que tivesse os mesmos aspectos. Então sobrou para as miniaturas. Atualmente isso não é uma regra e a personalidade do cachorro pequeno, apesar das heranças genéticas, tem forte relação com as experiências enquanto filhote, como socialização e adestramento.
Cachorro se tremendo e com raiva têm relação com fatores físicos e emocionais
A tremedeira no cachorro é só um sinal de que ele não está nada confortável e, quando é emocional, ela normalmente não é isolada: o animal também vai cerrar os olhos, mostrar os dentes, rosnar, uivar, entre outros indícios. Inclusive, eles podem tomar alguma atitude agressiva, então é bom estar ligado a esses sinais e atender os anseios do cão. Muita ansiedade ou fortes emoções com frequência podem desenvolver a Síndrome do Tremor Generalizado entre outras condições. Isso também indica outras situações, como o cachorro com frio (que é comum no Pinscher devido a pelagem curta e fina).
Para amenizar as questões emocionais, principalmente nas raças menores, é interessante fazer a socialização correta desde filhote. Como socializar o Pinscher não é muito difícil. Faça o animal se acostumar com tudo ao seu redor. Os passeios logo após completar o ciclo de vacinação e reforço positivo vão fazer com que ele se familiarize com o tamanho das coisas, diferentes barulhos e aproximações. Ensinar comandos para o cachorro desde cedo também vai ajudar o tutor a tomar o controle da situação. Evite tratar o cachorro pequeno como um eterno bebê. Não está proibido, mas em excesso pode deixá-lo mais dependente e medroso.
Cachorro com tremedeira: memes de Pinscher fazem sucesso na internet
Esse comportamento é tão comum que a internet não perdoa e reúne vários memes hilários que brincam com isso, dizendo que o “Pinscher é 50% ódio e 50% tremedeira” - e que como vimos, não é verdade. Mesmo assim, não dá para negar como isso pode ser engraçado (quando é saudável, claro). E para dizer que não é só de ódio que vive o Pinscher, o Afonso é um caso à parte e mostra como a criação é fundamental para que um cachorro pequeno cresça calmo e não desenvolva um comportamento mais reativo:
Redação: Erika Martins
Edição: Luana Lopes