Da mesma forma como acontece com os humanos, a catarata em cachorro é uma doença que, gradativamente, afeta a qualidade da visão do animal. Ela pode ser causada por uma série de motivos diferentes, mas apenas um deles pode ser prevenido. Outro detalhe que é único sobre a catarata em cachorro é o tratamento: a cirurgia. Para te ajudar a saber um pouco mais sobre essa doença que atinge tanto os cachorros idosos quanto os mais jovens, nós conversamos com o veterinário oftalmologista Pedro Mancini do Hospital Vet Popular. Dá uma olhada!
O que é a catarata em cachorro e como ela se desenvolve?
Os olhos do cachorro são formados por diferentes “compartimentos” — assim como os nossos. A catarata é uma condição que atinge apenas uma parte, como explica Pedro: “o cachorro com catarata tem um distúrbio na organização e integridade das fibras do cristalino. O cristalino é a lente do olho responsável pelo foco das diferentes distâncias do que eles enxergam”. Por isso, um dos primeiros sinais que seu amigo dá no início da catarata é a perda de noção de espaço.
Em relação às causas, é comum que a genética esteja envolvida em grande parte dos casos: “a catarata congênita acontece por causa de problemas no desenvolvimento embrionário e fetal, ou seja: por herança genética. Ela também pode ser consequência de outros quadros e doenças, como diabetes, degenerações retinianas, traumas, inflamações e infecções”, conta o profissional.
Cachorro com catarata: os sintomas da doença e o diagnóstico
Descobrir qualquer tipo de doença no seu cachorro é um desafio que pede bastante observação no dia a dia do animal. Um dos sinais clínicos mais característicos e simples de identificar da catarata é a opacificação do cristalino, que deixa o globo ocular branco. “Ele vai se tornando levemente azulado ou acinzentado sem que o animal fique cego — a cegueira vem depois de uns 80% de desenvolvimento da catarata no cristalino”, explica Pedro. Mas como esse não é o único sintoma, ele continua: “além disso, o animal fica com dificuldade de orientação em ambientes desconhecidos, medo de sair na rua e começa a bater o focinho em paredes e portas”.
Depois de identificar esses sinais, a ida ao veterinário é indispensável para que o diagnóstico de catarata seja confirmado: “o ideal é que o oftalmologista gradue o estágio da catarata e valide o olho para que seja operável, levando em consideração os sinais clínicos, histórico e exames específicos. Afinal de contas, nem todos os olhos com catarata podem ser operados”, afirma Pedro.
Catarata em cães: tratamento envolve cirurgia e colírios
Assim como acontece com os humanos, a cirurgia de catarata em cachorro é a única resposta para quem pergunta se catarata em cachorro tem cura. “A técnica utilizada na cirurgia é a de facoemulsificação, onde por incisões milimétricas removemos toda a catarata e colocamos uma lente intraocular substituta”, explica o veterinário. O preço da operação pode variar de acordo com o quadro do paciente.
Depois da cirurgia, o tratamento continua: o médico responsável pelo caso indicará uma opção entre os diferentes tipos de remédio para catarata em cachorro. “O pós-operatório é trabalhoso, já que a principal via de tratamento são os colírios. Eles são usados a cada 2 horas na primeira semana e esse intervalo vai ficando mais espaçado de acordo com a recuperação do paciente. O período médio de tratamento é 45 dias”.
A catarata em cachorro pode ser prevenida?
Geralmente, as diferentes formas de prevenção de doenças estão ligadas com suas causas. No caso da catarata, Pedro conta que a única delas que pode ser evitada é a causada pela diabetes: “Bons hábitos alimentares, exercícios e acompanhamento veterinário regular previnem essa doença que, além de causar a cegueira, encurta e prejudica muito a vida do animal”.
Redação: Ariel Cristina Borges