A clamidiose felina é uma doença que pode ser facilmente confundida com a conjuntivite em gatos, mesmo que apenas num primeiro momento. Com o contágio facilmente possibilitado pelo contato do animal infectado com outros gatos e pessoas (a clamidiose é uma zoonose e também pode ser transmitida para humanos), o cuidado com a prevenção da clamidiose é tão importante quanto o tratamento. Para esclarecer algumas dúvidas e falar sobre a doença aqui, nós conversamos com a Dra. Luciana Capirazzo, a veterinária especialista em felinos do Hospital Veterinário Vet Popular. Veja, aqui embaixo, o que ela nos contou.
Clamidiose felina: a causa e a ação no corpo do animal
Assim como outras doenças infecciosas, a clamidiose é causada por uma bactéria — nesse caso, a Chlamydophila felis. “Essa bactéria causa uma infecção ocular que pode ser transmitida com facilidade de um gato para outro e, por isso, é mais frequente em animais que vivem em grupo”, explica Luciana. A princípio, ela deixa o gato com olho vermelho, mas os sintomas não param por aí. “Os sintomas da clamidiose felina incluem infecção respiratória, olhos vermelhos e inchados, secreção ocular, nasal, espirros e tosse”, completa a profissional. Em casos mais sérios, o gato também pode ter lesões como úlceras na região do globo ocular.
O que fazer ao identificar os sintomas de clamidiose felina no seu gato
A clamidiose felina é uma doença séria que tem um tratamento específico, mas que pode ser facilmente confundida com outras condições de saúde por causa de seus sintomas comuns. Além da conjuntivite, primeira possibilidade a passar na cabeça dos tutores que encontram o gato com olho vermelho, ela também pode passar por gripe felina por causa da aparente infecção respiratória. O tratamento equivocado, nesse caso, pode piorar a situação do seu amigo, ou seja, você só tem, realmente, uma coisa a fazer: “O ideal é sempre procurar pelo médico veterinário, evitando, assim, receitas caseiras e a administração de medicamentos por conta própria”, aconselha Luciana.
Durante a consulta, é normal que o profissional examine o seu gato buscando eliminar as outras possibilidades de doenças com o mesmo conjunto de sintomas. A informação sobre a quantidade de gatos que convivem com seu amigo também é muito importante e pode ser determinante na definição do quadro. “Para ter um diagnóstico, o veterinário realizará exame clínico e poderá pedir, também, alguns laboratoriais para confirmação”, explica a profissional. Em muitos casos, a clamidiose é confirmada apenas com a análise da secreção do animal infectado.
Como funciona o tratamento da clamidiose felina
Depois do diagnóstico confirmado, chega a hora de tratar a clamidiose felina: “O tratamento só deve ser feito mediante receita do veterinário. Ele pode contar com antibióticos para impedir a reprodução da bactéria e pomadas oftálmicas. Além da medicação, é importante que o dono faça a higiene do animal, limpando os olhos dele com gaze limpa e umedecida com água ou soro”, explica Luciana. O tratamento com antibióticos deve ser feito por todo o período indicado pelo veterinário, mesmo que seu gato aparente melhora, já que só assim as bactérias podem ser realmente combatidas. Não se esqueça: enquanto o animal estiver tomando os medicamentos, vai precisar ficar isolado para garantir a eficácia do tratamento.
As diferentes formas de transmissão da clamidiose felina
Como já falamos acima, a clamidiose felina é transmitida apenas através do contato direto de um animal saudável com a secreção de um que esteja infectado, mas essa não é a única forma de contaminação: “Gatas prenhas podem transmitir a doença para os filhotes durante e depois do parto”, afirma a veterinária. Por isso, na hora de adotar um gatinho, tente saber do histórico de saúde da mãe dele. Caso não seja possível, informe isso ao veterinário para que ele possa ser examinado e tratado caso tenha sido contaminado.
A clamidiose felina pode ser prevenida: fique atento
Mesmo que possa ser encontrada em muitos ambientes, a bactéria responsável pela clamidiose só se reproduz no corpo de um hospedeiro. Por isso, uma boa forma de evitar a contaminação é limitando o contato do seu gato a ambientes conhecidos, com outros animais que têm os mesmos cuidados. Além disso, manter o ambiente em que muitos gatos convivem sempre limpos e higienizados com hipoclorito de sódio também ajuda a matar as bactérias.
Uma das vacinas para gatos também tem seu papel na hora de evitar a clamidiose: é o caso da vacina quádrupla felina, que conta com o antígeno para a doença. Ela é uma das vacinas obrigatórias para o filhote de gato e também protege contra a panleucopenia (também conhecida como "cinomose felina"), a rinotraqueíte e a calicivirose. A V4 tem a primeira dose aplicada a partir dos 42 dias de vida do gato e mais doses que devem ser aplicadas com intervalos de 21 dias cada.
Redação: Ariel Cristina Borges