A alimentação é uma das principais formas de cuidar da saúde do cachorro. As rações possuem nutrientes essenciais na quantidade certa para manter o organismo canino funcionando perfeitamente, e por isso é dever de todo tutor escolher a melhor ração para seu amigo de quatro patas. Mas e quando o cãozinho apresenta algum problema de saúde? Será que ele pode consumir qualquer tipo de ração, ou precisa de uma dieta mais específica? A ração medicamentosa é uma opção para esses animais, mas que pode gerar algumas dúvidas sobre como ela deve ser utilizada e até mesmo se o animal deverá consumir esse tipo de alimento por toda a vida ou só durante um período.
Ração medicamentosa: entende o que é e para que serve
De acordo com Nathalia Breder, especialista em nutrição animal, apesar da terminologia "medicamentosa", esse tipo de ração não possui medicamentos em sua composição. “São rações que possuem uma formulação diferente das tradicionais, com alterações em ingredientes, porcentagens de minerais, gorduras, entre outras coisas, para melhor adaptação à patologia (doença) daquele pet”, explica. Ou seja, isso não quer dizer que é uma ração que, sozinha, vai conseguir curar o animal, mas que funciona auxiliando o tratamento prescrito pelo veterinário para a doença específica que o cachorro possui.
Existem vários tipos: desde a ração renal para cães, que é indicada para os cachorros que possuem alguma doença nos rins, até uma ração para cachorro obeso, que vai auxiliar na perda de peso do cão. Mas vale destacar que, diferente das rações tradicionais, a ração medicamentosa precisa ser prescrita por um veterinário.
Ração medicamentosa para cães: quais os tipos mais comuns?
• Ração renal: Cães diagnosticados com problemas nos rins em estágios mais avançados podem precisar de uma nova dieta com a ração renal. “Elas são produzidas com um teor bem restrito de proteínas e não possuem em sua formulação a proteína animal, apenas a vegetal, a base de soja. Ela é indicada apenas para alguns estágios da doença renal e não para qualquer mínima alteração que venha nos exames de sangue”, esclarece Nathalia.
• Ração urinária: Também chamada de ração urinary, essa é uma opção para animais que possuem problemas no trato urinário, como infecção ou cistite. “Ela promove um controle maior do pH urinário por conta da sua composição”.
• Ração dermatológica: Existem diferentes tipos de ração dermatológica, mas, segundo a veterinária, a maioria delas utilizam fontes de proteína não convencionais, como carnes de pato e cordeiro. Outra opção de proteína também é a soja. “Elas devem ser usadas em cães que possuem sensibilidade a proteínas apenas, e não servem para qualquer caso de alergia de pele”.
• Ração para cães obesos: A obesidade canina é um problema que requer atenção e a ração para cachorro obeso é uma boa forma de fazer isso - associada a outras medidas, claro. “Elas são rações com alto teor de fibras, baixo teor de gordura para aumentar a saciedade e estimular a perda de peso”.
As rações medicamentosas precisam de prescrição médica e acompanhamento do veterinário
É preciso ter em mente que a ração medicamentosa requer certos cuidados e sempre deve ser acompanhada por um profissional de perto. “Elas precisam ser prescritas pelo médico veterinário, porque a utilização por tempo prolongado ou a escolha errada pode causar prejuízo ao organismo do pet”, explica Nathalia. O tempo para usar a ração, inclusive, vai depender muito da doença e do quadro do animal. Só quem poderá determinar isso é o próprio veterinário, que fará uma análise da situação baseada em exames e no estado de saúde do cachorro. “O acompanhamento é fundamental para que possamos saber se o pet melhorou, se a ração foi eficaz e quais protocolos deverão ser seguidos dali em diante”.
Animais saudáveis não devem consumir a ração medicamentosa
Por se tratar de uma ração com formulação bastante específica, recomenda-se que apenas animais acometidos por alguma doença recebam este tipo de alimento. “Essas rações terapêuticas só devem ser utilizadas com a prescrição e conhecimento do médico veterinário que acompanha o pet. Animais saudáveis não devem utilizá-la como forma de prevenção de doenças”, orienta. Além disso, a veterinária também destaca que, caso haja mais de um cão na mesma casa e um deles precisa de ração terapêutica, é importante estabelecer horários diferentes para esses animais se alimentarem para não correr o risco de um comer a ração do outro.
Redação: Juliana Melo