Algumas pessoas podem até achar que não, mas os cachorros são, sim, animais muito inteligentes. Não é à toa que a maioria dos cães consegue aprender facilmente aos comandos de adestramento, que é um dos claros sinais da inteligência canina. Mas você já parou para se perguntar o que se passa na cabeça dos cachorros ou como funciona o cérebro desses bichinhos? Essa é uma pergunta que parece ser difícil de ser respondida, principalmente porque não é possível simplesmente “acessar” o pensamento dos cães, mas o que não faltam são pesquisas que tentam decifrar o cérebro do cachorro e o comportamento canino. Para trazer informações mais detalhadas sobre o assunto, fomos atrás de algumas possíveis explicações do que se passa na cabeça dos cachorros. Veja o que nós descobrimos!
O cérebro do cachorro consegue assimilar algumas palavras e até emoções humanas
Todo mundo que tem um cãozinho já teve vontade de saber o que eles pensam, né? Mesmo que o nível de compreensão desses animais seja bem diferente dos humanos, uma pesquisa conduzida pela Universidade Eötvös Loránd, em Budapeste, decidiu finalmente desvendar esse mistério (ou pelo menos tentar). Nesse processo, treze cachorros passaram por um processo de escaneamento cerebral enquanto ouviam frases do seu treinador - algumas que já eram familiares para o animal, e outras que não faziam parte da rotina deles. Em seguida, foi possível identificar que os cães são capazes de reconhecer frases específicas, independente da sua entonação, porque elas se tornam significativas para eles de alguma forma - o que acontece por causa da repetição dessas palavras.
Um outro estudo, dessa vez feito pela Universidade de Emory, em Atlanta (EUA), revelou que o cérebro do cachorro também possui uma região que é dedicada ao reconhecimento facial. Isso é o que ajuda os cães a identificarem e processarem as emoções humanas, conseguindo diferenciar quando o tutor está feliz ou triste, por exemplo.
Comportamento canino: os cães amam seus humanos tanto quanto amam comida
Os cães têm um apetite imenso e não dispensam uma boa comida (principalmente quando se tratam dos petiscos). Mas sabia que na hora de serem recompensados, os cachorros não fazem distinção entre o alimento e elogios vindos do seu tutor? Pois foi exatamente isso que o pesquisador Gregory Berns, da Universidade de Emory, descobriu. Depois de completar uma determinada atividade, os cachorros que participaram do estudo eram recompensados com comida ou com elogio dos humanos. No final, todos os resultados foram analisados e a conclusão foi de que os cães reagem basicamente da mesma forma aos dois estímulos, sem apresentar grande diferença. Ou seja, os doguinhos amam a gente tanto quanto eles amam comida!
Além disso, esse mesmo pesquisador utilizou uma técnica de ressonância magnética funcional para analisar os impulsos dos neurônios do cachorro após entrar em contato com o cheiro do seu tutor e outros aromas - como o cheiro de um outro cachorro. Com isso, foi possível perceber que esses animais têm uma preferência pelo cheiro do humano que convive com eles acima de qualquer outro cheiro.
A inteligência canina é medida por vários fatores
Um cachorro pode ser considerado inteligente por diferentes motivos. Segundo uma pesquisa desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Stanley Coren, que também é escritor do livro “A Inteligência dos Cães” (The Intelligence of Dogs), a inteligência canina é dividida em três vertentes: instintiva, adaptativa e operacional.
No caso de um cão que age por instinto, por exemplo, o cachorro utiliza habilidades que são inatas a ele, como caçar e pastorear. Logo, pode-se dizer que ele tem uma inteligência instintiva. Já quando é um cachorro com inteligência adaptativa, isso quer dizer que o animal tem a capacidade de se adaptar a diferentes ambientes e circunstâncias sem enfrentar dificuldades nesse processo. Por último, o cérebro do cachorro que é mais operacional diz respeito à facilidade que o cão tem de aprender e obedecer os comandos passados pelo tutor. Ou seja, é uma questão de treinabilidade. Juntando esses três fatores, é possível determinar qual o nível de inteligência dos cães.
Redação: Juliana Melo