A intoxicação em gatos pode acontecer por diferentes motivos. Um deles é a administração errada de medicamentos. O organismo dos pets é bem diferente do nosso, e por isso remédios humanos não costumam ser recomendados para os animais. Há exceções, como a dipirona para gatos, mas até mesmo o uso desse analgésico sem indicação veterinária pode ser um risco.
E o que fazer nos casos de um gato intoxicado? Qual é a melhor saída para tentar salvar a vida do bichano? Para entender como lidar com esse tipo de situação, o Patas da Casa conversou com Vanessa Zimbres, médica veterinária especialista em gatos.
Intoxicação em gatos por medicamentos é um problema sério
Qualquer tipo de medicamento administrado em animais de estimação precisa de orientação profissional. Isso porque, conforme a veterinária explica, os gatos metabolizam as medicações de maneira diferente de pessoas e até mesmo de cães. “Até mesmo medicamentos de uso veterinário prescritos para cães podem ser tóxicos para gatos independente da dose administrada”, alerta.
Sobre os motivos que podem levar à intoxicação em gatos, a profissional comenta: “Os medicamentos que mais causam intoxicações em gatos, infelizmente são administrados pelo próprio tutor na tentativa de tratar por conta própria algum sintoma que o gato possa estar apresentando, como dor e desconforto. Porém, gatos são curiosos e também podem ingerir medicamentos por acidente, embora menos comum.”
Quais medicamentos podem deixar o gato intoxicado?
A intoxicação por nimesulida em gatos é uma das mais perigosas, mas esse não é o único fármaco que pode fazer mal aos pets. “Os medicamentos que mais comumente causam intoxicação em gatos são os anti-inflamatórios como nimesulida e diclofenaco, paracetamol, antidepressivos, azul de metileno, fenazopiridina e enemas fosfatados”.
Além disso, como já foi dito, remédios de cachorro também podem ser tóxicos para felinos, como o spray prata e outros produtos antiparasitários à base de permetrinas e piretróides. Portanto, é importante ter muito cuidado com o risco de intoxicação por spray prata em gatos e produtos do tipo.
Por outro lado, existem medicamentos, como a dipirona, que podem ser seguros e eficazes para os gatos. Porém, mesmo nesses casos, é fundamental respeitar a dose e frequência da administração indicada para a espécie. “Eu sempre cito que o que diferencia o veneno do antídoto é a dose”, relata Vanessa.
O que acontece se der dipirona demais para gato?
Mesmo que a dipirona para gatos seja liberada, é importante ter cuidado com o medicamento. Para saber qual a dosagem de dipirona para gatos, por exemplo, é necessário seguir a prescrição médica de um veterinário de confiança. Evite sempre a automedicação.
Como o gato fica quando está intoxicado?
Um gato envenenado costuma apresentar vários sintomas, geralmente envolvendo o sistema gastrointestinal dos felinos. Ou seja, um gato vomitando, com enjoo, diarreia e até cólicas já é um alerta. Outros sinais que indicam a intoxicação em gatos são sintomas neurológicos, como tremores, desorientação, paralisia, convulsões e perda de consciência.
Um dos maiores riscos da intoxicação em gatos é que pode ser fatal, dependendo do medicamento administrado e da dosagem. “Os efeitos podem ser decorrentes de intoxicações do trato gastrointestinal, hepático, renal e neurológicos, apresentando vômitos e diarreia às vezes até com sangue, fraqueza, anemia, convulsões, insuficiência renal e morte”, alerta.
Como reverter a intoxicação em gatos?
“Se você suspeita que seu gato está intoxicado ou tem certeza de que pode ter havido uma intoxicação, a busca por atendimento veterinário de urgência é fundamental. Quanto mais informações o veterinário tiver do acidente, melhor será o manejo hospitalar desse felino”, orienta a médica veterinária especialista em gatos. Também é importante evitar qualquer tipo de manejo por conta própria, já que somente um profissional é capaz de reverter quadros de intoxicação.
Outra orientação da profissional é não ficar esperando para ver se o gato melhora. “Mesmo que ele não demonstre sintomas tão evidentes, seus órgãos estão sofrendo e os sintomas virão a longo prazo”, finaliza.