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Leishmaniose canina: quais os sintomas mais comuns e como identificar a doença?

Publicado - 26 Maio 2023 - 16h27

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

A leishmaniose canina é uma doença parasitária grave que ataca o sistema imunológico dos cães. Ela é classificada como uma zoonose, ou seja, também pode atingir os humanos. Muitos órgãos e sistemas do corpo são afetados e, por isso, há uma variedade de sintomas da leishmaniose, o que dificulta o diagnóstico. Para ajudar a entender melhor essa doença, que pode ser fatal, confira quais os sintomas da leishmaniose e como identificar e tratar um cachorro.

O que é a leishmaniose canina?

A leishmaniose canina é causada pelo protozoário Leishmania. A transmissão ocorre por meio de um vetor: a fêmea do mosquito-palha. Ao picar um cachorro infectado, o mosquito contrai a Leishmania e, ao picar novamente outro cãozinho, a fêmea contaminada do mosquito-palha contagia o animal. Existem alguns mitos sobre a leishmaniose canina, mas um fato é que existem dois tipos de leishmaniose: a cutânea e a visceral. Nos cães, a maioria dos casos é pelo tipo visceral, que tem o cachorro como hospedeiro principal. O mosquito-palha coloca seus ovos em locais com muita matéria orgânica. Por isso, onde há pouco saneamento básico o risco de contágio é maior.

Quais são os sintomas da leishmaniose?

Os sintomas da leishmaniose canina podem variar muito. Alguns são iguais aos sintomas da leishmaniose em humanos, como um cachorro com diarreia, perda de peso e fraqueza. Sobre o assunto, a médica veterinária Ana Regina Torro explica: “Na doença cutânea, as feridas de leishmaniose em cães não cicatrizam, principalmente na cabeça e bordas das orelhas. Também podem ocorrer no nariz, boca e garganta." Por outro lado, na leishmaniose visceral canina, cachorro pode apresentar vários sinais que são facilmente confundido com outras doenças.

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Para identificar qualquer um dos tipos de leishmaniose canina, sintomas normalmente incluem:

  • Lesões na pele (principalmente na face, orelhas e local da picada)
  • Nódulos espalhados pelo corpo
  • Crescimento exagerado das unhas
  • Perda de apetite
  • Emagrecimento
  • Febre
  • Fraqueza
  • Sangue nas fezes do cachorro
  • Queda dos pelos
  • Descamação cutânea
  • Secreção e incômodo ocular
  • Hemorragias nasais
  • Perda de movimento das patas traseiras

Como a leishmaniose canina diminui a imunidade do cachorro, outras doenças podem aparecer com mais facilidade. Órgãos como rins, fígado e sistema digestivo também podem ser afetados com sintomas mais específicos, como infecções no trato urinário, desidratação e vômito.

A leishmaniose pode até mesmo afetar a medula óssea, causando anemia em cachorro - o que deixa o cãozinho ainda mais debilitado. Além disso, os olhos de um cachorro com leishmaniose podem sofrer lesões na pálpebra e na córnea, além de inflamações generalizadas. A conjuntivite já é um sinal de alerta!

Quais os primeiros sinais de leishmaniose?

No início, os sintomas da leishmaniose canina podem não ser tão perceptíveis. Isso acontece porque a leishmaniose consegue ficar incubada no organismo por um bom tempo até se manifestar. Enquanto isso, a doença vai atingindo novos órgãos conforme avança. É só então que começam a surgir os primeiros sintomas de leishmaniose em cachorro, que incluem: febre, falta de apetite, perda de peso, queda de pelos e surgimento de feridas na pele. Em estágios mais avançados, as unhas crescem de maneira anormal e pode haver a perda de movimento das patas traseiras.

O que acontece com um cachorro com leishmaniose?

Quando o protozoário entra no cachorro, ele começa a se multiplicar e ataca os macrófagos, que são células fagocitárias de defesa do organismo. O principal objetivo dessas células é proteger o corpo da entrada de agentes estranhos. Por isso, quando a leishmaniose canina ataca os macrófagos, o sistema imunológico do cachorro fica debilitado. Isso facilita o surgimento de doenças que enfraquecem o animal.

O que pode ser confundido com leishmaniose canina?

Por conta dos sintomas, leishmaniose canina muitas vezes é confundida com outros quadros menos graves, como doenças infecciosas, doenças reinais ou até dermatite em cachorro. Outros quadros que também podem manifestar sinais clínicos semelhantes são tumores e doenças neurológicas.

 

Cachorro filhote doente branco e marromPata de cachorro com unhas compridasCachorro com leishmaniose muito magro, aparecendo as costelasCachorro com olhos lacrimejando sendo examinadoCachorro com leishmaniose canina com uma ferida vermelha no corpo que não cicatriza

Como identificar a leishmaniose canina? 

A leishmaniose canina é muito grave e o diagnóstico precoce é essencial para evitar que a doença leve o bichinho à morte. Como os sintomas da leishmaniose canina são variados, há maior dificuldade para identificar o problema. Por isso, se há qualquer suspeita de que algo está errado é importante fazer testes sorológicos para constatar a presença do protozoário no corpo. Outra forma de obter o diagnóstico é pela citologia por decalque. Nesse procedimento, células de um órgão afetado são colhidas e avaliadas, na tentativa de achar o protozoário presente. 

Quanto tempo o cachorro fica com leishmaniose?

Ao ser contaminado pela leishmaniose, cachorro nem sempre manifesta sinais de que está doente. O tempo de incubação da doença varia de meses a anos, dependendo do paciente. Como é um quadro progressivo, é necessário ficar atento a qualquer alteração física e/ou comportamental do animal que possa indicar a leishmaniose em cães, e, assim, tratar a doença. 

Tem cura para a leishmaniose canina?  

A leishmaniose canina infelizmente não tem cura. Há um tempo atrás, os cachorros diagnosticados com a doença eram sacrificados, pois não tinham como ser curados e eram um perigo para outros animais e humanos. Hoje, a cura ainda não existe, mas o Ministério da Saúde já permite a utilização de medicamentos que diminuem os prejuízos e sintomas da leishmaniose. O cão continua com o protozoário vivo no corpo, mas para de sofrer com os problemas de saúde causados pela doença e deixa de ser uma fonte de transmissão.

Além disso, os órgãos que foram afetados pela doença também precisam de tratamento específico. O tratamento de leishmaniose em cães dura ao longo de toda a vida e o cachorro deve sempre visitar o veterinário e fazer exames para acompanhar o quadro.

Tem como conviver com um cachorro com leishmaniose?

Apesar de ser uma doença perigosa, é possível conviver com um cachorro nessas condições. O contato direto com o animal não prejudica os humanos, pois a leishmaniose depende do mosquito palha - vetor da doença - para ser transmitida. Logo, não é necessário se desfazer do pet se ele estiver doente. A eutanásia em cães também não é recomendada e nem diminui a incidência de calazar em humanos. Por isso, se suspeitar desta doença de cachorro, leishmaniose deve ser diagnosticada por um médico veterinário para dar início ao tratamento do animal o quanto antes - algo que vai impactar diretamente na qualidade de vida do paciente a longo prazo.

Como prevenir a contaminação da leishmaniose canina?

Para prevenir a leishmaniose canina, algumas medidas podem ser tomadas. Como o mosquito-palha vive em locais com muita matéria orgânica, o ambiente deve ser mantido sempre higienizado. Repelente de mosquito para cachorro, coleiras antiparasitárias e telas de proteção também ajudam a espantar o mosquito. Mas a principal forma de prevenção é a vacina para cachorro. A partir dos 4 meses, os filhotes já podem tomar. São três doses com intervalos de 21 dias entre cada uma - a vacina precisa ser repetida todo ano.  

Redação: Maria Luísa Pimenta

Publicado originalmente em: 01/06/2021
Atualizado em: 26/05/2023

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