Cachorro

Meu cachorro teve cinomose, e agora? Conheça a história da Dory, uma sobrevivente da doença!

Publicado - 07 Outubro 2019 - 16h16

Atualizado - 19 Abril 2024 - 12h32

A Dory da Lata é quase uma “influencer digital” e sempre aparece nas redes sociais tirando uma soneca deliciosa na sua poltrona favorita ou aprontando todas em casa. Quem não conhece a história e vê essa cachorrinha levando uma vida normal, nem imagina a barra que ela e seus tutores enfrentaram. A Dory é uma sobrevivente da cinomose! A doença foi descoberta quatro dias depois de ter sido adotada pelo Pedro Drable e pela Laís Bittencourt, quando ainda era filhote, em um hemograma de rotina. Mesmo com o tratamento imediato, a Dory passou por todas as fases da doença - sintomas gástricos, pulmonares e neurológicos - e ficou com algumas sequelas. Da ninhada dela, dois outros filhotinhos não sobreviveram.

A cinomose tem cura! Se o seu cachorro foi vítima da cinomose e sobreviveu ao tratamento, agora é a hora de aprender a lidar com as sequelas da doença e proporcionar mais qualidade de vida ao seu amigo. O animal pode viver normalmente após ser acometido pela cinomose canina. Conheça mais sobre a história da Dory, essa cadelinha especial que teve a doença e deu a volta por cima com todo amor e cuidado de seus donos.

 

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O que é cinomose? Veterinária explica a doença!

 

A cinomose é altamente contagiosa e pode causar muitos problemas à saúde ao cachorro. Nós conversamos com a veterinária Nathalia Breder, do Rio de Janeiro, que nos explicou como ocorre a doença: “A cinomose se dá por meio de um vírus, que é transmissível, e que pode levar o cão a óbito. Aqueles que são acometidos pela doença, podem ficar com sequelas pro resto da vida. Esse vírus afeta o sistema nervoso, atacando a bainha de mielina dos neurônios.”

A sequela mais comum da cinomose é a mioclonia, que são espasmos ou tremores involuntários dos músculos. As contrações permanecem até o final da vida do pet, mas podem ser amenizadas com terapias como acupuntura, ozonioterapia, reiki, entre outras. Outra sequela comum são as convulsões, que podem ser pontuais ou contínuas.

 

Cadela deitada no chão recebendo luz do sol
A patinha da sorte é a marca registrada da Dory. Ela tem uma vida normal e feliz!

 

Cinomose canina: Dory tem uma “patinha da sorte” como lembrança da doença

 

Mesmo com todo o tratamento, que durou cerca de sete meses, a Dory ainda teve sequelas: seus dentes são mais frágeis que o normal, ela ficou epiléptica e tem mioclonia na patinha dianteira direita. Algumas alergias de pele também apareceram, que podem ter relação com a fragilidade de seu sistema imunológico. A rotina dos pais da Dory é dedicada a cuidados específicos, mas nada disso importa. Eles apelidaram a mioclonia de “patinha da sorte”, como lembrança da vitória contra a doença.

No caso da Dory, a maioria das pessoas nem repara que ela tem algum tipo de sequela se não prestar atenção, em especial se ela estiver solta e correndo. A única coisa que ela realmente não consegue fazer é pular de lugares mais altos, porque pode cair de mau jeito. Tirando isso, Dory tem uma vida normal e confortável. 

 

 

Cinomose: sequelas precisam ser observadas para garantir o bem-estar do cão

 

Nem todos os cães que se livram dessa doença conseguem ter a mesma vida que a Dory. Nathalia explica que a mioclonia tem vários níveis e, em alguns casos, as contrações musculares ocorrem com mais força e frequência - o que pode impedir que o animal volte a andar. Alguns cães também podem ter suas necessidades comprometidas, como se alimentar e evacuar. 

Muitas pessoas ainda acham que a única opção para a cinomose é a eutanásia. Mas a verdade é que existem muitos tratamentos que podem ajudar na melhora do cachorro. “A eutanásia só pode ser uma opção quando não temos mais nenhuma forma de melhorar a vida do pet e ele perde totalmente a sua qualidade de vida e bem-estar. Se ele não consegue comer, beber, urinar ou defecar, ele tem toda a vida prejudicada”, explica Nathalia Breder.

Vida depois da cinomose: Dory precisa de acompanhamento constante

O tratamento após a doença é específico de acordo com as necessidades causadas pelas sequelas, explica a veterinária. No caso da Dory, ela toma três remédios diários - dois para epilepsia e um para os problemas de pele -, possui rotina de banhos para evitar alergias. Além disso, faz acompanhamento com veterinários específicos, como neurologista, zootecnista, nutricionista e dermatologista. A Dory tem uma alimentação natural específica para lidar com as crises convulsivas e uma boa suplementação pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico.

 

Cadela filhote se olhando no espelho
Dory quando era apenas uma filhote!

 

Cinomose: tratamento é essencial para o animal

 

Já existem diversos tipos de tratamento para a cinomose. Podemos encontrar terapias alternativas e até tratamentos com células-tronco. Nathalia, por exemplo, trabalha com ozonioterapia, que é uma técnica que faz uso do gás ozônio como anti-inflamatório e analgésico, aliviando também dores como artrites e artroses. Ela também recomenda a acupuntura, técnica milenar que pode ajudar o animal a voltar a andar.  

Seja qual for o tratamento escolhido para ajudar o seu cãozinho, a prioridade é sempre mantê-lo vacinado e com a alimentação e a saúde em dia. Um sistema imunológico reforçado é essencial para segurar o animal em caso de uma gripe ou qualquer outra doença que possa enfraquecê-lo. Lembre-se sempre de consultar um médico veterinário de sua confiança!  

Cinomose: vacina e outros cuidados depois da doença

Depois de curado, o animal já pode receber a vacina de cinomose. Antes de introduzir outro animal no mesmo ambiente, é necessário esperar pelo menos 6 meses para erradicar o vírus do local. O lugar onde vivia o cachorro com cinomose precisa de uma limpeza com desinfetante a base de amônio quaternário. Além disso, o novo animalzinho precisa já estar com todo o ciclo de vacina completo, incluindo a vacina da cinomose. É importante sempre investir na vacina: cinomose em cachorro tem tratamento e a imunização é a principal forma de prevenção, principalmente em cães filhotes. 

Redação: Júlia Cruz

 

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