Não é difícil deixar um gato estressado. Com um temperamento sensível, até mesmo as pequenas mudanças no cotidiano influenciam o comportamento do gato. Isso se reflete na forma como ele se alimenta, brinca, interage com os humanos e até no uso da caixa de areia. Mas você sabia que o aumento do nível de estresse podem deixar o gato doente? Isso mesmo! Os hormônios do estresse são capazes de desestabilizar o organismo do animal, revelando doenças que podem ser bem incômodas.
Gato estressado: quais os sinais mais comuns?
Antes de saber como acalmar um gato estressado, é preciso conseguir identificar os sinais do problema. De acordo com a veterinária Jéssica de Andrade, o animal pode reagir de diversas maneiras: desde ficar mais quieto e acuado até atitudes mais agressivas motivadas pelo estresse. “De maneira geral, os gatos nervosos procuram se esconder e ligam o estado de alerta. Além disso, as pupilas dilatam e eles tendem a não piscar. No momento de estresse, também é possível que o animal rejeite alimentação e água”, explica a profissional.
Por ser um animal metódico e apegado à própria rotina, os principais motivos por trás do estresse em gatos são aqueles que fogem do controle deles. “Saídas de casa, barulhos altos ou irritantes, presença de pessoas estranhas na casa e mudanças no geral podem deixar o gato nervoso”, afirma. Embora cada bichano possa reagir de uma maneira diferente, vale ressaltar que existem gatos que se comportam de maneira agressiva, podendo bater em gatinhos novos, atacar em idas ao veterinário e até mesmo morder ou arranhar o seu tutor.
Mas, afinal, por que o gato estressado tem mais chances de ficar doente?
Os níveis de estresse do seu bichano podem influenciar não só no comportamento dele, mas também na saúde geral. Isso porque um gato nervoso tem mais chances de ficar doente devido às alterações que o hormônio do estresse causa em seu organismo. “O quadro pode elevar a pressão arterial, os índices glicêmicos e reduzir a imunidade do felino, o que facilita o surgimento de diversas doenças”, revela a veterinária Jéssica. Por isso, é importante que o tutor se certifique de que o local onde o bichano vive é confortável e aconchegante o suficiente para evitar momentos de estresse.
Doenças infecciosas e inflamatórias são comuns em gato estressado
Assim como o organismo dos humanos, o dos gatos também sofrem os impactos dos momentos de estresse e tensão. Nesses casos, é comum que o gato estressado fique mais propício a desenvolver doenças de grau infeccioso ou inflamatório devido à baixa imunidade. “Os gatos podem ser positivos para diversos vírus como FIV, FeLV, herpesvírus ou calicivírus, por exemplo, e ser assintomático. Mas, com a fragilidade no sistema imunológico, esses vírus podem se tornar ativos e os gatos sintomáticos”, revela a veterinária. Outro problema perigoso causado pelo estresse é a falta de apetite do animal. Isso porque um gato sem comer por mais de 48 horas pode apresentar outras doenças, como a lipidose hepática felina, que quando não tratada pode levar o animal à óbito.
Gato estressado: comportamento pode resultar em doenças específicas
Além das doenças que surgem por uma consequência do estresse, existem outras patologias que são diretamente causadas pelo sintoma. Entre elas, está a cistite idiopática felina, onde o estresse gera uma inflamação na bexiga sem que haja algum agente causador do problema. No caso do gatinho Lula, que teve o problema, os primeiros sinais da doença foram a obstrução do canal urinário e a presença de sangue no xixi do animal, o que tornou o quadro uma emergência.
A alopecia psicogênica felina - ou lambedura psicogênica como é popularmente conhecida - também é outra doença que está diretamente ligada a um gato estressado. Caracterizada por lambeduras em excesso, ela é um comportamento obsessivo-compulsivo causado pelo estresse. Nesse caso, o bichano passa a arrancar os próprios pelos, abrindo lesões e feridas na pele.
Como acalmar um gato estressado: o que você pode fazer para evitar problemas na saúde do seu amigo
Não saber como agir ao notar o comportamento de um gato nervoso e estressado é totalmente compreensível. A boa notícia é que, geralmente, algumas atitudes simples podem garantir o bem-estar e a saúde do seu amigo. “Interagir com os gatos, dedicar momentos do dia para ele e investir em brincadeiras são práticas que ajudam o pet a reduzir o estresse”, conta a profissional. Reservar um espaço em que o seu pet possa observar o mundo exterior, como uma janela, também ajuda a distrair e reduzir estresse do animal. Além disso, o uso de floral para gatos também pode contribuir para deixar o seu gatinho mais calmo e tranquilo. Mas, antes de oferecê-lo ao bichano, é importante consultar um médico veterinário para obter a fórmula certa para as necessidades do animal.
Redação: Úrsula Gomes