Assim como a campanha internacional com humanos, o Outubro Rosa Pet é uma oportunidade para conscientizar os tutores sobre a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama em cães e gatos. Esse é um problema mais comum do que se imagina no universo animal. Por isso, a observação constante e a prevenção devem fazer parte da rotina de todo pai ou mãe de pet, principalmente no caso de fêmeas. Cadelas adultas e idosas não castradas são as mais afetadas pelo problema, mas entre as gatas estão os casos mais devastadores: cerca de 90% dos tumores mamários que se desenvolvem em felinos são malignos.
O Patas da Casa foi atrás de respostas e entrevistou o médico veterinário Leonardo Costa, que é especializado em oncologia clínica, para desvendar os principais pontos sobre os tumores mamários em cachorros e gatos!
Outubro Rosa Pet: uma campanha de conscientização necessária
O câncer de mama em cachorra e gata é semelhante ao que ocorre com humanos, com a formação de tumores no tecido mamário. “O Outubro Rosa Pet tem grande importância na conscientização dos tutores em realizar exames periódicos no pet e adotar ações que ajudem a prevenir este tipo de neoplasia”, afirma Leonardo.
Apesar de ser tão comum, a maioria dos casos de câncer de mama em cadelas e gatas só é descoberta em estágio avançado, demandando um tratamento mais agressivo e que às vezes não tem o resultado esperado. Ou seja, é um assunto não muito falado e repleto de dúvidas. Por isso a taxa de mortalidade por causa da doença também é alta. Por isso, o diagnóstico precoce aumenta as chances de recuperação e torna muito mais fácil cuidar da saúde e bem-estar dos pets.
Câncer de mama: cachorro e gato não castrados são os mais afetados pela doença
De uma maneira geral, o câncer de mama costuma afetar principalmente cães e gatos fêmeas não castradas, mas pode acometer qualquer animal, independentemente de raça, porte ou sexo. Um dos agravantes mais comuns é o uso de anticoncepcional para cadelas e gatas, que aumenta significativamente a produção hormonal do organismo, podendo causar o câncer de mama em cachorra e gata. O uso desse método para evitar a gestação não é recomendado pelos veterinários.
Vale destacar que essa não é uma doença exclusiva das fêmeas: embora a incidência em cachorros e gatos machos seja menor, eles também podem ser afetados pelo câncer de mama. Por isso, todo cuidado é pouco!
Fique atento aos sintomas de câncer de mama em cachorra e gata!
O câncer de mama em gatos e cachorros não é difícil de ser descoberto se houver uma observação frequente no corpo do pet. Segundo o oncologista Leonardo, o sintoma mais clássico é a presença de nódulos na região das mamas. Por isso, ao perceber que a sua cadelinha ou gatinha está com a mama inchada ou com pequenos caroços na região, é bom redobrar a atenção. Os outros sintomas de câncer de mama em cachorra e gata que devem ser observados são:
- Inchaço do tecido mamário
- Secreção nas mamas
- Sensibilidade na região
- Vermelhidão
- Dor
Sintomas gerais, como febre, apatia e falta de apetite, também são comuns. “Em alguns casos, a neoplasia também pode ser descoberta com uma ultrassonografia ou uma radiografia que foi realizada com outra finalidade”, acrescenta o veterinário. Ou seja, um simples check-up de rotina pode salvar a vida do seu bichinho.
Câncer de mama em cães e gatos: a castração é a melhor forma de prevenir a doença
Você sabia que a castração nos primeiros anos de vida do animal é a forma mais eficaz de prevenir o câncer de mama em gatas e cadelas? É o que explica Leonardo: “Embora não exista nenhuma forma que evite este câncer 100%, a castração ainda é a principal forma de prevenção para este tipo de neoplasia”.
A castração de cães e gatos é um procedimento cirúrgico simples e seguro para o animal. Além de prevenir o câncer e várias outras doenças, como a própria hiperplasia mamária felina e piometra em cadelas, a castração também é uma forma de cuidar da saúde e bem-estar do seu pet, melhorando até mesmo a convivência dele com a sociedade. Por provocar a diminuição de alguns hormônios que afetam diversos comportamentos, esterilizar o gato ou cachorro diminui o instinto territorialista, deixando eles até mais calmos. Outro benefício importante é evitar a gravidez indesejada e, consequentemente, reduzir o número de animais abandonados.
Câncer de mama em gatos X hiperplasia mamária: alterações na região podem indicar outro problema menos grave
Quando se trata de gatos, alterações no tecido mamário podem significar outro problema menos grave e com tratamento menos invasivo. “Os sintomas de câncer de mama em gatos, em sua maioria, são bem parecidos com os da cadela com câncer de mama. Porém, nem todo aumento na glândula mamária de uma felina é câncer. As gatas podem desenvolver hiperplasia mamária felina por influência hormonal, e esta alteração é resolvida com uma simples castração”, explica Leonardo.
A hiperplasia mamária, uma doença exclusiva dos felinos, ocorre quando há uma proliferação anormal de epitélios dos ductos mamários e estroma das glândulas mamárias. O crescimento desordenado é de origem hormonal, relacionada principalmente ao estímulo da progesterona.
Como é feito o diagnóstico do gato ou cachorro com tumor na mama?
Se houver qualquer suspeita de gata ou cadela com câncer de mama, o ideal é marcar uma consulta veterinária imediatamente. Quanto antes o tumor for detectado, melhor será o prognóstico e o tratamento. Além do toque na região das mamas que ajuda a detectar a presença de nódulos, existem exames específicos que ajudam a diagnosticar a doença com mais precisão. “O exame mais simples a ser realizado é a citologia aspirativa, caso ainda não tenha um diagnóstico. O segundo passo é a biópsia”, detalha o veterinário.
O câncer de mama em gatos e cachorros tem tratamento?
Essa é uma pergunta comum, e felizmente a resposta é positiva: a gata ou cadela com câncer de mama pode ser curada. Existem duas possibilidades de tratamento da doença: intervenção cirúrgica ou quimioterapia. A diferença é que elas são indicadas em momentos diferentes, dependendo da evolução do câncer de mama em cachorros ou gatos. “A maioria das neoplasias tem indicação cirúrgica, mas dependendo da classificação da neoplasia no histopatológico, o paciente pode ser indicado para realizar quimioterapia, que tem como objetivo destruir células cancerígenas remanescentes e/ou circulantes. Isso ajuda a evitar recidivas ou metástases”, esclarece o oncologista.
Na intervenção cirúrgica, o tumor e as mamas afetadas são retiradas. A cirurgia pode ser parcial (que atinge apenas uma mama), unilateral (que atinge apenas uma cadeia mamária) ou total (que atinge todas as mamas). Já o tratamento com quimioterapia só é indicado em casos mais graves de câncer de mama em cachorra ou gata, principalmente quando o tumor está se espalhando para outras partes do corpo do animal. Essa terapia ajuda a aumentar a sobrevida do pet e melhorar sua qualidade de vida, além de remover as células cancerígenas.
Redação: Juliana Melo