Comportamento animal

Quais os benefícios e perigos do osso para cachorro?

Publicado - 14 Maio 2020 - 18h16

Atualizado - 26 Abril 2024 - 16h42

O osso para cachorro é um dos símbolos mais associados ao melhor amigo do homem. É um dos poucos itens que um cão pode morder sem que o tutor tenha que chamar a sua atenção. Além do propósito de divertir, ele é um recurso eficaz no processo de mastigação; um comportamento natural e bastante satisfatório para os peludos. Os ossos também evitam ou amenizam o lado destrutivo de alguns cães, poupando móveis, sapatos e outros pertences!

Mais que gastar a energia acumulada, muitos cachorros mastigam ossos para saciar a fome ou afastar o tédio. Em alguns casos, a mastigação está ligada a problemas comportamentais, como estresse ou ansiedade de separação. Seja qual for o motivo, é importante escolher peças – naturais ou sintéticas – que sejam adequadas às preferências, hábitos, fases e porte do animal.

No entanto, é bom estar ciente que nenhum é completamente seguro e indestrutível. Alguns ossos podem ser muito perigosos e fazer mal à saúde dos bichinhos. Quer saber mais sobre o assunto? Listamos, a seguir, os principais benefícios e perigos dos ossos para cachorro e as diferentes opções disponíveis. Confira as dicas!

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Benefícios dos ossos para cachorro

  • A mastigação satisfaz o instinto natural dos cachorros;
  • Evita que os cães, especialmente os filhotes, mastiquem sapatos, móveis e outros itens valiosos da casa;
  • Massageia a gengiva;
  • Melhora a saúde bucal como um todo, incluindo o controle do tártaro;
  • Ajuda o cão a gastar energia;
  • Ossos crus são uma boa fonte de cálcio, fósforo e outros minerais.
  • É uma maneira de entreter os cachorros, deixando-os calmos e ocupados;
  • Diminui o estresse e a ansiedade;
  • Alguns ossos sintéticos têm sabores, como bacon e presunto. Os de hortelã são indicados para melhorar o hálito do animal;
  • Fortalece a musculatura facial e do pescoço.

Perigos dos ossos para cachorro

  • Há tipos de ossos que podem se fragmentar facilmente e causar perfurações e problemas digestivos no animal;
  • Ossos muito pequenos podem ser engolidos de uma só vez e asfixiar o cão;
  • Alguns ossos naturais são oleosos e podem causar danos ao estômago;
  • Ossos mais duros podem causar fraturas nos dentes;
  • Produtos sintéticos em formato de osso podem ser fabricados com corantes, flavorizantes artificiais e produtos químicos nocivos, como alvejante, sulfito de sódio e peróxido de hidrogênio.

 

Cachorro filhote branco mordendo osso no chão
O osso de couro para cachorro não é recomendado. Entenda os motivos abaixo!

 

Qual osso dar para cachorro? Conheça os principais tipos e suas características

1) Osso natural para cachorro

Os ossos naturais são um assunto polêmico. Enquanto muitas pessoas não recomendam esse tipo de mastigação, outras não veem problemas em oferecê-los aos cães. Felizmente, todo mundo concorda que galinha, peru e outros animais com ossos pequenos e quebradiços não são seguros para os cachorros, pois eles se fragmentam facilmente e podem causar problemas digestivos ou perfurações – além de cortar a língua e o interior da boca.

Os entusiastas dos ossos in natura garantem que é possível, sim, oferecer peças ósseas de maneira segura, desde que algumas regras simples sejam respeitadas. Ossos cozidos ou assados, incluindo aqueles que vêm das sobras das nossas refeições, não são adequados para os cães mastigarem. Além de ficarem mais duros e perderem nutrientes durante o processo de cozimento, eles têm mais facilidade para se quebrar, criando lascas perigosas.

Os ossos crus ainda são a aposta mais segura. Dê preferência aos recreativos, que são maiores e proporcionam horas e horas de mastigação. Estes incluem, por exemplo, o joelho bovino/suíno, escápulas, ossos do peito do boi, pescoço de leitão e ossos da bacia bovina.

Para que que o cão não consiga engolir o osso inteiro de uma só vez, é essencial escolher peças maiores que a boca aberta do seu animal de estimação. Os ossos com um pouco mais de carne, cartilagens e tecidos moles são indicados, pois ajudam a proteger os dentes, além de deixar o passatempo canino mais gostoso e nutritivo.

2) Osso de nylon para cachorro

Fabricados com materiais atóxicos e duráveis, os ossos de nylon estão na categoria de brinquedos para mastigação não comestíveis, ou seja, eles são mais rígidos (alguns mais, outros menos); não soltam grandes pedaços quando são mordidos; e não se destinam ao consumo dos cães.

Eventualmente, alguns fragmentos - não maiores que um grão de arroz - podem se desprender, mas geralmente ficam pelo chão e são ignorados pelos peludos. De qualquer forma, é sempre bom supervisionar a mastigação e o progresso que o seu cãozinho está fazendo. Ao notar qualquer sinal de desgaste ou danos, retire o brinquedo da boca do animal.

Para evitar que o seu cachorro engula um osso de nylon, é preciso ter alguns cuidados na hora da compra. Dê preferência aos brinquedos maiores para não correr o risco do bichinho engolir o osso e se engasgar. Se você tem animais de tamanhos diferentes em casa, compre apenas ossos de nylon que sejam seguros para maior deles.

3) Osso defumado para cachorro

Geralmente comprados em pet shops, os ossos defumados são naturais, mas podem ganhar conservantes, temperos e aromatizantes artificiais de “fumaça” durante o processo. Além disso, como a defumação é uma espécie de cozimento, os ossos acabam se tornando extremamente frágeis e quebradiços. 
Como consequência, os cães podem ingerir pedaços pontiagudos e sofrer com bloqueios gastrointestinais, asfixia, cortes na boca ou amígdalas, vômito, diarreia, sangramento retal, entre outros problemas de saúde. Portanto, se você está pensando em oferecer ossos defumados ao seu cão, é melhor consultar um veterinário antes para garantir que você esteja escolhendo produtos adequados.

4) Osso de couro para cachorro

Os ossos de couro cru, normalmente comercializados em forma de palitinhos ou com nós nas pontas, são os mais vendidos e acessíveis. Porém, eles passam por uma série de processos químicos – como remoção de pelos, alvejamento, desidratação e tingimento –, até se transformarem em um produto aparentemente inofensivo que nós vemos nas prateleiras.

Como se isso não bastasse, esse tipo de osso para cães é de difícil digestão e paupérrimo em nutrientes. E quando nossos cães mastigam o produto, partes grudentas podem acabar sendo engolidas, gerando asfixias, obstruções e, claro, uma visita de emergência ao veterinário.

Principais cuidados ao oferecer ossos para cachorro roer

Mastigar ossos pode comprometer a saúde do seu cão se suas escolhas ósseas forem ruins. Aqui estão mais algumas dicas para ajudar você a aumentar a segurança de um dos passatempos favoritos do seu animal de estimação:

  • Sempre fique de olho na qualidade do osso para garantir que o item não seja velho e solte pedaços;
  • Também é importar checar os ingredientes para não correr o risco de oferecer um produto com corantes e substâncias tóxicas ao animal;
  • Assim como você não deixaria uma criança pequena brincar sozinha, também não deveria deixar o seu cachorro mastigar um osso sem a sua supervisão;
  • Verifique o estado do osso antes, durante e após a mastigação. Se ele parecer danificado ou se as extremidades estiverem pequenas demais para mastigar com segurança, considere oferecer um novo brinquedo para o seu cão morder;
  • Ao notar que o seu pet engoliu um pedaço grande de um osso não comestível, pause a mastigação e entre em contato com o veterinário de sua confiança para obter orientação;
  • Filhotes de cachorro não devem receber ossos até que a dentição esteja completa (por volta dos 7 meses). Após esse período, forneça apenas ossos indicados para cachorros jovens, que geralmente são mais macios;
  • Não dê ossos a um cão que tenha feito algum tipo de tratamento dentário restaurador. Esses bichinhos correm o risco de quebrar os dentes e ter outros problemas dentários;
  • Para evitar que o cão engula o osso de uma só vez, escolha um que seja correspondente a duas vezes o tamanho da boca do animal;
  • Experimente dar o osso após uma refeição. Um cão com menos apetite terá uma probabilidade menor de mastigar e engolir o osso rapidamente;
  • No caso de ossos crus, congele-os por, pelo menos, três dias no freezer antes de oferecer ao pet. Isso ajuda a reduzir os riscos de contaminações bacterianas;
  • Durante a consulta regular com o veterinário, peça para que ele avalie a saúde bucal do seu cão. Assim, o profissional poderá perceber a força óssea do bichinho e recomendar o melhor tipo de osso para ele.

Redação: Luana Lopes

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