Assim como os humanos, os cães também podem passar por momentos que mexem muito com a saúde mental e emocional deles. Isso pode acontecer, por exemplo, durante os períodos de adaptação a um novo lar ou até mesmo quando o animal passa muito tempo sozinho. Para ajudá-los a enfrentar esses desafios, hoje é possível buscar a ajuda de um psicólogo para cachorro - termo popular que, na prática, se refere a comportamentalistas caninos ou psicólogos comportamentais e treinadores de cães. Mas então, como saber se o seu amigo de quatro patas precisa de um psicólogo de cachorro? É possível identificar um cão deprimido ou ansioso? Para esclarecer essas e outras dúvidas, o Patas da Casa conversou com a psicóloga comportamental Joyce Hash, de São Paulo. Veja só o que ela nos contou!
Cachorro ansioso ou depressivo sempre dá alguns sinais de que não está bem
Se você tem um cãozinho em casa, já deve ter reparado que eles têm um jeito próprio de se comunicar, certo? A linguagem corporal canina é extremamente rica, e quando algo não vai bem como seu amigo de quatro patas, ele dá alguns sinais disso. “O cachorro ansioso pode apresentar agitação, destruição de móveis ou outros objetos (além dos próprios brinquedos), choro e latido em excesso. Já quando se trata de um cachorro depressivo, pode apresentar apatia, falta de apetite ou fome demais, não vai querer brincar nem passear, boceja o tempo todo e demonstra estar entediado”, destaca a profissional. Por isso, é importante ficar atento a toda e qualquer alteração no comportamento canino, pois é a partir disso que surgem os primeiros indícios de que o seu cãozinho está com algum problema.
Cães que ficam muito tempo sozinhos podem desenvolver ansiedade de separação
Todo mundo sabe que os cães geralmente são muito sociáveis e adoram a companhia de seus humanos e até mesmo de outros animais. Por isso, segundo Joyce, a recomendação para tutores que passam o dia fora de casa é procurar um day care para o cachorro não ficar totalmente sozinho nessas horas. Assim, o animal pode brincar com outros cães e socializar de forma adequada. “Alguns cães acabam desenvolvendo ansiedade de separaçao e se sentem inseguros quando estão longe de seus tutores. Eles apresentam comportamentos de destruição, auto mutilação, latido excessivo, apatia, entre outros”.
Vale destacar que nem todos os cachorros vão desenvolver esse problema. Alguns conseguem conviver tranquilamente, mesmo que fiquem sozinhos durante uma parte do dia. “Para isso, é necessário ensinar e enriquecer o ambiente para que o cão tenha atividade física e mental durante a ausência de seu tutor”.
Mudança de casa pode deixar o cachorro depressivo?
Qualquer tipo de mudança acaba mexendo com o psicológico de um cãozinho. Afinal, trata-se de um ambiente ou rotina completamente novos, e vai levar um tempo até que ele consiga se adaptar ao local. “Alguns cachorros se adaptam mais facilmente do que outros. Mas se o cãozinho apresentar comportamentos atípicos por mais de dois meses, o ideal é procurar um especialista para ajudá-lo com essa questão”, orienta Joyce.
Além disso, não podemos deixar de falar de outro tipo de mudança, que é quando um cão é resgatado e adotado por uma família. “Nem todos os animais adotados apresentam problemas psicológicos, mas a grande maioria sim. Muitas vezes são cães tirados das ruas que sofreram diversos abusos e podem apresentar medo, reatividade ou até agressividade, que é muito comum em cães que tiveram um passado com histórico de maus-tratos, por exemplo”, revela.
Ansiedade e depressão: cachorro vai precisar de acompanhamento até o fim da vida?
Em primeiro lugar, é preciso identificar qual é o tipo de problema que o peludo enfrenta. A avaliação deve ser feita por um profissional e, em seguida, deve-se iniciar o tratamento com o animal. Vale lembrar que cada cãozinho tem o seu tempo de aprendizado, portanto não é possível estipular um prazo certo para o tratamento ser concluído. “É super importante respeitar o tempo de cada cachorrinho e não parar o acompanhamento do profissional durante o processo, pois o cão pode regredir e apresentar novamente o problema. Também é importante ressaltar que o tutor deverá manter o que foi aprendido durante o treinamento por toda a vida do animal”.
Para encontrar um bom psicólogo de cachorro comportamental, a dica é conversar com um veterinário de confiança ou com outro tutor que tenha passado por essa mesma situação. Assim, você consegue boas referências de um psicólogo comportamentalista canino para ajudar o seu amigo.
Redação: Juliana Melo