A insuficiência renal em cachorro é tão séria no mundo animal quanto é para nós, humanos. Os sintomas silenciosos são o que costuma gerar dúvidas nos donos: muita gente se pergunta, inclusive, se o cachorro com insuficiência renal sente dor. Para esclarecer mais detalhes sobre o tratamento e as causas da doença que pode diminuir a qualidade de vida e, em casos extremos, até pode até ser fatal para o seu cachorro, nós conversamos com a médica veterinária Cibele Ruiz, especializada em Nefrologia e Urologia de cães e gatos. Veja, aqui embaixo, o que ela contou!
Quais são os principais sintomas da insuficiência renal em cães?
Os sintomas da insuficiência renal em cães podem ser muito variados. A doença é considerada silenciosa, pois é comum que os sintomas comecem a aparecer apenas nas fases finais. A veterinária Cibele Ruiz conta quais são alguns dos sintomas mais comuns nos quadros de insuficiência renal em cachorro: “Aumento na ingestão de água, aumento na quantidade de urina e urina muito clara, vômitos, apatia e emagrecimento”. Nos casos mais graves de insuficiência renal em cães, o animal pode até sentir dor.
Como os sintomas da insuficiência renal em cães são tratados?
Na insuficiência renal, tratamento geralmente é voltado ao controle dos sintomas que cada cachorro apresenta: “Só tratamos o que está fora do lugar. Por exemplo: medicações para vômito, para anemia em cachorro, fluidoterapia se o animal estiver desidratado, tratar a hipertensão caso a pressão esteja alta, etc...”, explica a especialista. Além disso, uma dieta especial que seja balanceada é essencial para melhorar as funções dos rins. Com uma quantidade menor de componentes tóxicos nos alimentos, os rins precisam de menos esforço para trabalhar, evitando sobrecarga.
O que causa a insuficiência renal em cães?
A insuficiência renal em cães é uma doença que pode surgir pelas mais diferentes causas. “Algumas medicações (quimioterápicos, por exemplo) ou doenças (cardiopatias, endocrinopatias, etc) podem ajudar a desenvolver a doença”, explica a doutora Cibele Ruiz. Ela ainda afirma que certas raças podem ter mais facilidade de desenvolver o problema: “Algumas raças, como Shih Tzu, Spitz Alemão, Golden Retriever e Yorkshire, tem predisposição genética/hereditária, enquanto outros animais adquirem a doença ao longo da vida”.
Qual é o diferencial da ração renal para cães com insuficiência renal?
O cachorro com insuficiência renal precisa de uma alimentação equilibrada que poupe as funções dos rins. E é aí que entra a ração renal para cães: “A ração renal tem alguns ingredientes que podem ajudar no controle da fosfatemia, uremia e acidose metabólica, que são desordens que o paciente renal apresenta. Ela também é composta por menos proteína e mais calorias”, explica Cibele. Isso significa que, com menos proteínas, os rins precisam de menos esforço para trabalhar.
O rim do cachorro parou de funcionar: como é o tratamento?
A insuficiência renal em cães é uma doença séria que pode causar a perda total das funções dos rins. O problema é que, quando chega nesse nível, o tratamento é mais complicado. Em alguns casos, pode ser necessário realizar a diálise no cachorro. Mas, como explicamos, na insuficiência renal tratamento é voltado principalmente para o controle dos sintomas. A especialista Cibele ressalta a necessidade de manter o ritmo de tratamento e como ele pode ajudar a melhorar a qualidade de vida do pet: “Sempre levar o paciente no veterinário de confiança para ser tratado corretamente. O tratamento é para dar qualidade de vida para o animal, sendo que essa doença não tem cura e é progressiva. Então, o intuito é corrigir aquilo que os rins estão tirando do lugar no paciente. Nada mais que devolver o equilíbrio para o organismo”.
A insuficiência renal em cães pode ser prevenida?
A insuficiência renal em cães pode ter diversas causas. Como envolve muitas questões, pode ser complicado definir uma maneira de evitar diretamente a doença. Porém, a insuficiência renal em cães pode sim ser prevenida através dos exames e visitas regulares ao veterinário. A especialista Cibele Ruiz explica que a doença pode ser evitada por meio de cuidados gerais com a saúde. “Os animais devem fazer exames de rotina anualmente. Desde exame de sangue até ultrassonografia abdominal, exame de urina e aferição da pressão arterial sistêmica”. A veterinária Cibele ainda ressalta que não é para deixar esses exames apenas para já tiver o cachorro idoso: “Cada vez mais atendo pacientes jovens com a doença. Então não é o ideal fazer exames só quando idosos. A doença é silenciosa e progressiva. Quanto mais cedo for detectada, mais rápido será o tratamento e vamos dar mais qualidade de vida e longevidade ao paciente”.
Redação: Ariel Cristina Borges e Maria Luísa Pimenta