Cuidar de gato

Tudo sobre a doença renal policística em gatos Persa

Publicado - 26 Dezembro 2022 - 09h00

Atualizado - 28 Junho 2024 - 12h24

A Doença Renal Policística também atinge os felinos e é mais comum em raças exóticas, como o Persa. Conhecida pela sigla PKD (Polycystic Kidney Disease), ela é caracterizada por cistos dentro dos rins, que atrapalham o seu pleno funcionamento. Por ser genética e hereditária, toda uma ninhada pode ter o problema - basta um dos pais ter o gene da doença. Então, como prevenir?

Quem responde isso e explica melhor sobre o assunto é a veterinária nefrologista Cibele Ruiz, que destrinchou a PKD para o Patas da Casa. Se você quer saber mais sobre a doença renal policística em gatos Persa, continue a leitura.

O que é a doença policística renal em gatos Persa?

O gato Persa é uma raça considerada exótica, que nasceu de uma mutação genética do gato Angorá, resultando neste felino de focinho curto, densa pelagem e olhos marcantes. Mas, infelizmente, seu DNA também carrega um distúrbio hereditário: a doença policística renal. Conhecida como PKD, ela é uma anomalia que desenvolve cistos nos rins, complicando seu desempenho.

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Por sorte, não são todos os Persas que herdam a PKD e tudo vai depender dos genes paternos. Para entender melhor, conversamos com a nefrologista veterinária Cibele Ruiz, que explicou porque é tão comum a doença renal policística em gatos Persas: “É uma doença genética e 35% dos Persas podem ser portadores desse gene. Ela é autossômica dominante e isso quer dizer que, se um dos pais tiver esse gene, ele vai passar para os filhotes ainda no período gestacional. Nesse caso, as chances dos filhos terem (PKD) é de 50%”.

A sede excessiva é um dos sintomas da doença policística renal

Como os cistos atrapalham o funcionamento renal, que eliminam diversos resíduos tóxicos ao organismo, os gatos Persas sofrem diversos problemas de saúde. A doença renal policística em gatos tem como um dos sintomas mais característicos, segundo a Dra. Cibele Ruiz, é a sede em excesso: “Para um paciente renal crônico (ou seja, ele tem uma condição progressiva e de longa duração) os sintomas vão desde sede excessiva à muita produção de urina. Os gatos também podem ficar apáticos e ter uma redução do apetite, que leva a perda de peso. O vômito também é comum”, descreve.
 

doença renal policística em gatos persa: gato persa deitado na cama
A Doença Renal Policí­stica em gatos Persas pode acometer toda uma ninhada da raça

Persa com doença do rim policístico precisa passar por bateria de exames durante e após o diagnóstico

É bem simples diagnosticar a doença renal policística em gatos Persa, levando diretamente ao tratamento. Após a apresentação de sintomas, Cibele Ruiz aponta que um exame de ultrassonografia abdominal é fundamental para fechar o diagnóstico: “Nesse exame, a gente percebe se a morfologia renal é preenchida por cistos, seja um espaço vazio ou um espaço contendo líquido. Geralmente, onde tem cisto, não tem função renal”, explica. Mas não para por aí. Ela conta que esse é um exame contínuo e que deve ser realizado em conjunto com outros testes para verificar o andamento da doença: “São necessários exames de sangue, uma análise da função renal, fósforo, hemogasometria, exame de urina, entre outros”.

A doença renal policística em gatos Persa não tem cura

Infelizmente essa doença não tem cura. A boa notícia é que ela é tratável e é possível driblar a ação dos cistos: “O tratamento é por toda a vida e o cuidado do gato Persa com doença renal policística busca corrigir tudo aquilo que está tirando o equilíbrio do organismo”, informa.

Ela também esclarece sobre a necessidade de intervenção cirúrgica, principalmente em caso de gato com dor: “O procedimento cirúrgico é importante quando os cistos estão prejudicando a qualidade de vida do paciente, ou quando está dilatando a cápsula renal e causando dor no animal. Mas (a cirurgia) só é recomendada quando o rim contralateral está bom, sem cistos. Aí a gente consegue fazer o procedimento de nefrectomia."

Geralmente, o tratamento não exige mudanças radicais na rotina do felino, e alterações na alimentação do gato ocorrem somente quando a doença está em um estado avançado: “A mudança na dieta só é prescrita quando o paciente está no segundo estágio da doença renal, sendo ele um caso de hiperfosfatemia (insuficiência renal avançada, com excesso de fósforo no sangue) ou proteinúria (urina com excesso de proteína)”, comenta a veterinária.

Exame de DNA previne filhotes de gato Persa com doença renal policística

Não tem jeito: se o filhote tem um dos pais com o gene da doença, grandes são as chances dele desenvolver a patologia ao nascer. É impossível impedir a transmissão de uma doença hereditária, portanto, a prevenção da doença renal policística em gatos é feita antes da reprodução, com estudos do DNA felino para verificar a presença da anomalia.

“É importante fazer o exame de DNA antes da vida reprodutiva. Se a gente sabe que os pais não têm o gene portador da doença renal policística, ele não vai passar para os filhotes. Mas se ele tem, ele não pode se reproduzir, porque tem pelo menos 50% de chance da ninhada ser acometida por esse gene. O correto é fazer esse DNA. Mas o tutor de gato precisa fazer pelo menos a ultrassonografia abdominal para a gente ver essa morfologia renal”, avisa a nefrologista.

As doenças renais mais comuns em gatos são crônicas

A veterinária lista as doenças renais crônicas que atingem os gatos: “Cálculo ou tumores renais, são as mais comuns. Glomerulonefrite, pielonefrite, amiloidose renal, são raras. Mas pode acontecer”, alerta.

Já a doença renal policística não é exclusiva do gato Persa. Ela conta que raças exóticas, parecidas com o Persa, podem ter a condição: “As raças próximas, como o British Shorthair, Himalaio, Sagrado da Birmânia… todos eles também podem ter propensão a PKD”, finaliza.

Mas não pense que doenças renais são as únicas características do Persa, saiba que vale muito a pena ter um felino desses em casa, principalmente aquele tutor carente, pois essa é uma das raças de gato que amam colo.

Redação: Erika Martins

Edição: Mariana Fernandes

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