O adestramento de cachorro é super conhecido por aí, mas algumas pessoas não sabem que os gatos domésticos também pode ser treinados. Adestrar gato também promove muitos benefícios à rotina do pet, além de aproximá-lo do tutor e mudar comportamentos inadequados. No entanto, o processo de adestramento do gato é bem diferente do que já estamos acostumados com os cães. A explicação é simples: o processo de aprendizagem e a personalidade do gato são diferentes, exigindo assim a aplicação de outras técnicas e, claro, muita calma e paciência.
Adestrar gato tem muitas vantagens
Os gatos são inteligentes e independentes, o que leva muitas pessoas a pensarem que não é necessário adestrar o pet. Porém, vários benefícios podem surgir com essa prática. A busca por adestramento costuma ter como objetivo mudanças em comportamentos agressivos ou inadequados do bichano. Uma pesquisa feita na Universidade Federal Fluminense (UFF) mostrou que 21,1% dos veterinários que atendem gatos com mau comportamento os direcionam para um adestrador como parte do tratamento. Isso mostra como a prática pode ser recomendada nesses casos.
Além disso, o adestramento de gatos é uma ótima forma de combater o sedentarismo. Adestrando gatos, o tutor ainda se aproxima do seu pet, criando uma relação mais próxima em um momento agradável para ambos.
O processo de aprendizagem do gato é diferente do cachorro
Os gatos possuem temperamento, personalidade e reações diferentes dos cães. Os cachorros são bichos que começaram a ser domesticados há muito tempo, então hoje possuem uma predisposição maior a responder bem ao adestramento. Os gatos são mais livres e têm hábitos independentes, por isso, podem demorar mais a responder aos comandos ou mesmo não se interessarem. Isso não quer dizer que os gatos não são inteligentes. Como a convivência com humanos demorou mais a acontecer, os gatos têm maior tendência de seguir seus próprios instintos. A melhor forma de adestrar gato é com reforços positivos - ou seja, oferecendo sempre recompensas.
Quem é mais inteligente: gato ou cachorro?
Apesar de serem espécies bem diferentes, é comum que as pessoas queiram saber. se o gato ou cachorro são mais inteligentes. Uma pesquisa realizada por um grupo de pesquisadores de seis universidades dos Estados Unidos, Brasil, Dinamarca e África do Sul, e publicada no periódico Frontiers in Neuroanatomy, utilizou a contagem de neurônios como critério para responder a essa questão. Ao analisar cérebros de gato e cachorro, foi constatado que o cérebro do cachorro tem aproximadamente 500 milhões de neurônios, enquanto o gato tem a metade - 250 milhões. Seguindo esse critério, os cachorros são considerados os mais inteligentes. Mas vale lembrar que se tratam de duas espécies distintas. Os gatos são inteligentes de uma forma diferente dos cães, com comportamentos e personalidades únicas.
Como funciona o processo de aprendizagem dos gatos?
Por conta de seu instinto, os gatos agem pensando nos benefícios que sua ação vai proporcionar. Por isso, quando o tutor dá muita atenção ao gatinho ele continua com o mesmo comportamento. Um exemplo clássico é quando o gato está fazendo algo inadequado, como arranhar o sofá, e o tutor o pega no colo para tirar. Ele recebeu a recompensa de ganhar a atenção do tutor, então pode ser que volte a arranhar. Se uma atividade traz benefícios, o gato vai fazer mais vezes.
Além disso, os gatos são inteligentes e curiosos, mas isso também significa que estão sempre prestando atenção em tudo que acontece ao redor. Então, eles não conseguem prender o foco em uma atividade por muito tempo. Por isso, os treinos de adestramento com o gato devem ser curtos e inovadores, pois se forem longos e repetitivos, logo o bichinho ficará sem paciência para continuar. O gato aprende melhor em sessões curtas, com intervalos e diárias, sempre com uma recompensa depois - como um elogio ou um petisco.
Como adestrar gatos?
Os cães podem ser adestrados em qualquer idade, mas nos gatos o ideal é começar quando ainda são filhotes. Eles costumam ter uma resposta melhor, já que não têm seus instintos totalmente desenvolvidos, além de serem mais curiosos. Mas lembre-se que nos dois primeiros meses de vida é importante que o gatinho fique próximo à sua mãe, então espere esse período para começar. De acordo com o livro The Trainable Cat, de Sarah Ellis, uma forma de começar a ensinar o gato a seguir seus comandos é treiná-lo por comandos de voz. Para fazer o gato ir até sua direção, se afaste um pouco, chame seu nome e diga "vem!". Conforme começar a responder bem, vá aumentando a distância.
Um método muito eficaz na hora de adestrar o gato é o uso do clicker. O objeto tem lingueta de metal que, ao apertar, emite um som (parecido com o click de uma caneta). Ele deve ser pressionado após o gato terminar alguma atividade corretamente. O som dá uma resposta positiva ao gatinho. O clicker pode ser usado junto com um petisco ao final da tarefa, como uma forma de recompensa.
Mas lembre-se! Gatos são extremamente independentes, então é possível que o adestramento demore a dar resultados e, em alguns casos, pode não funcionar.
Redação: Maria Luísa Pimenta