Esse mês marca a campanha Agosto Verde, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a leishmaniose visceral canina. Essa doença é bastante grave e afeta diretamente o sistema imunológico do cão. No quadro de leishmaniose canina, sintomas afetam todo o corpo e deixam a saúde do cachorro bastante debilitada. Mas afinal, por que é tão importante falar sobre a leishmaniose canina? O Patas da Casa te explica tudo sobre a doença, desde suas causas até as formas de prevenção. Além disso, nós conversamos com Roberto Teixeira, médico veterinário referência no tratamento de leishmaniose, que explicou por que o Agosto Verde é uma campanha tão fundamental nos dias de hoje. Confira!
O que é leishmaniose visceral canina?
A campanha Agosto Verde fala sobre a conscientização da leishmaniose canina. Mas do que se trata essa doença? A leishmaniose visceral canina é uma doença causada pelo protozoário Leishmania que ataca as células de defesa do animal. Pode ser do tipo visceral ou cutânea, sendo que a visceral é a mais comum em cães. A transmissão da leishmaniose canina acontece por meio da picada do mosquito-palha. Esse mosquitinho pica um cão contaminado e adquire o protozoário. Então, ele pica um outro animal saudável e transmite leishmaniose para ele. Essa doença é considerada uma zoonose. Isso significa que existe leishmaniose canina em humanos, um dos motivos pelos quais é tão importante combater a doença. Vale ressaltar que a leishmaniose canina em humanos também acontece por meio da picada do mosquito-palha. Ou seja: não é o cão quem transmite a doença para uma pessoa.
Sintomas: leishmaniose canina afeta diferentes órgãos do corpo do pet
Na leishmaniose canina, sintomas podem aparecer de variadas formas. O protozoário causador da condição afeta as células de defesa do corpo e ataca os mais diferentes órgãos da anatomia canina. Por isso, dependendo do local que está sendo afetado pela doença, podem aparecer diferentes sintomas. Leishmaniose canina nem sempre se manifesta logo de cara. Muitas vezes, os sinais demoram a aparecer porque o protozoário consegue ficar incubado por bastante tempo antes de agir. Em um quadro de leishmaniose visceral canina, sintomas mais comuns são:
- Crescimento exagerado das unhas
- Lesões na pele (em especial no local da picada, no rosto e nas orelhas)
- Perda de apetite e de peso
- Febre
- Diarreia e vômito
- Anemia
- Queda de pelos
- Fraqueza e apatia
- Febre
- Secreção nos olhos
Tratamento: leishmaniose canina tem cura?
Afinal, a leishmaniose canina tem cura? Infelizmente, a resposta é não. Por muito tempo, os pets com a doença precisavam ser sacrificados por conta da falta de tratamento. Leishmaniose canina nos dias de hoje, porém, já pode ser controlada com medicamentos que cuidam dos sintomas. Isso não quer dizer que leishmaniose visceral canina tem cura, pois ainda não tem. Com o medicamento, o protozoário segue vivo no organismo, mas o pet não sofre mais com os sintomas e deixa de ser uma fonte de transmissão da leishmaniose visceral canina. Tratamento específico para os órgãos que sofreram com a doença também é necessário, variando de acordo com a gravidade do quadro. Como a condição não pode ser curada, é importante ressaltar que o pet doente vai precisar, por toda sua vida, continuar com o tratamento: leishmaniose canina pode retornar caso o animal infectado não tenha os cuidados adequados com a saúde.
Agosto verde: entenda por que a campanha é tão importante
O Agosto Verde é o mês de conscientização da leishmaniose visceral canina, doença perigosa tanto para cães quanto para humanos. Por muito tempo, essa condição era restrita a certas regiões do país, principalmente no interior do Nordeste, Minas Gerais, Brasília e São Paulo. Por isso, por mais que muitas pessoas tenham ouvido falar sobre a leishmaniose canina, quem não vive nesses locais pode achar que seu pet não corre perigo. É aí que entra a importância da campanha Agosto Verde. O médico veterinário Roberto Santos Teixeira, referência em leishmaniose, explica porque falar sobre essa doença é tão fundamental hoje em dia.
“Hoje em dia, a leishmaniose canina é uma doença de disseminação nacional. Temos o mosquito no Brasil todo, clima para [a reprodução] do mosquito e os animais circulando e levando a leishmaniose canina. Então, essa doença está aumentando muito o número de animais contaminados e transmitindo. Já existem casos autóctones (de contaminação na região onde o cachorro vive) no Brasil todo”, explica o especialista.
Faça sua parte no Agosto Verde e previna a leishmaniose canina
Agora que sabemos a importância do combate a essa zoonose, é preciso fazer a nossa parte na campanha Agosto Verde. Leishmaniose não tem cura, mas pode ser prevenida de forma bem simples. “As melhores maneiras de prevenção são a vacina e a coleira repelente de mosquito. Nenhuma é melhor que a outra. As duas protegem 100% juntas”, explica o especialista Roberto. A vacina contra leishmaniose canina pode ser aplicada a partir dos 4 meses de vida. São três doses com intervalo de 21 dias entre elas e um reforço anual. Apesar de ser uma vacina não obrigatória, é recomendada para quem vive em locais onde a doença é mais frequente. Mesmo que você não more nesses locais, seu cachorro também pode tomar.
Já a coleira contra leishmaniose é um tipo de repelente. Basta colocá-lo no pescoço do pet que, ao entrar em contato com a pele, o acessório vai liberar uma substância que repele o mosquito-palha. Faça sua parte nesse Agosto Verde e previna seu cachorro - e todos ao redor dele - da leishmaniose visceral canina!
Redação: Maria Luísa Pimenta
Edição: Mariana Fernandes