Gato

Anatomia do gato: tudo que você precisa saber sobre os sistema esquelético e muscular dos gatos

Publicado - 21 Março 2022 - 18h13

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

O que você sabe sobre a anatomia do gato? Poucas pessoas se interessam por esse tipo de assunto e acreditam que apenas biólogos ou profissionais ligados à área veterinária devem se aprofundar neste tópico. Se você tem um gatinho em casa, é muito importante entender como o corpo dele funciona, assim como os cuidados que são necessários com cada parte dele- e é aqui que entra a anatomia do gato. Ossos e músculos raramente são levados em consideração nessas horas, mas também cumprem uma função fundamental no organismo dos pets.

Que tal entender um pouco mais sobre o esqueleto felino e sua musculatura? Para te ajudar nessa missão, o Patas da Casa reuniu as principais informações sobre o assunto, como função, quantidade de ossos de gato e várias outras curiosidades da anatomia felina. Vem com a gente!

Anatomia do gato: conheça os principais sistemas do corpo do seu pet

Antes de se aprofundar na musculatura e esqueleto de gato, é bom ter uma ideia geral de como funciona e quais são os principais sistemas que compõem o organismo felino. Por isso, confira algumas informações importantes sobre as funções e características de cada parte do corpo dos bichanos abaixo:

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  • Sistema esquelético e muscular:

A estrutura esquelética é a principal responsável pela sustentação do corpo e também tem a função de proteger os órgãos internos e tecidos moles. Além disso, funciona como uma reserva de sais minerais. Já o sistema muscular garante os movimentos do gato, promove a estabilidade corporal, auxilia no fluxo sanguíneo e na regulação da temperatura corporal, assim como faz parte do preenchimento do corpo, garantindo ainda mais a sua sustentação. Uma curiosidade é que os músculos do gato tem uma incrível capacidade de contração, funcionando de forma bem semelhante a uma mola.

  • Sistema nervoso:

O sistema nervoso dos gatos é bem semelhante ao dos humanos, sendo composto por cerca de 250 milhões de neurônios no córtex cerebral. Essas ligações entre os nervos e neurônios é o que coordena e regula todos os movimentos do corpo, sejam eles voluntários ou involuntários. Ou seja, é o sistema nervoso central, localizado no cérebro do gato, que controla todas as sensações e mobilidade do indivíduo. Alguns exemplos de movimentos involuntários são a respiração, batimentos cardíacos e processo digestivo. Já os movimentos voluntários normalmente acontecem por conta de estímulos externos, como sons e cheiros.

  • Sistema digestório:

O sistema digestivo do gato é formado por vários órgãos que são importantes durante o processo de digestão, como boca, faringe, esôfago, estômago, pâncreas e intestino delgado e grosso. Ele é o grande responsável pela quebra de alimentos e líquidos em partículas menores que garantem a absorção dos nutrientes pelo organismo, sendo fundamental para a manutenção da saúde do gato.

  • Sistema cardiorrespiratório:

O sistema respiratório tem como principal função realizar a troca gasosa com o ambiente, liberando gás carbônico e captando gás oxigênio. Mas, além da função respiratória, também possui sensibilidade olfativa que ajuda a decifrar os diferentes odores, e atua na defesa do organismo. Ou seja, se tiver algum alimento estragado por perto, o focinho do gato é capaz de perceber e alertá-lo para não ingerir aquilo.

Já o sistema cardiovascular é formado por vasos sanguíneos e pelo coração, que é responsável por bombear sangue para todo o corpo. Eles trabalham em conjunto para garantir que todas as células recebam nutrientes e oxigênio para funcionarem normalmente.

  • Sistema urinário e reprodutor:

O sistema urinário dos gatos é formado por rins, ureteres, bexiga e uretra. Enquanto os rins e os ureteres constituem o trato urinário superior, a bexiga e a uretra fazem parte do trato urinário inferior. A principal função desse sistema é produzir, armazenar e eliminar a urina, que é composta por vários compostos tóxicos para o organismo felino. É isso que garante o estado de equilíbrio do corpo e de outros sistemas do gato.

Por outro lado, o sistema reprodutor é composto por órgãos sexuais femininos e masculinos que têm a função de auxiliar na reprodução da espécie.

 

anatomia do gato: gato pulando
A anatomia do gato permite que ele tenha habilidades para saltar e escalar

Quantos ossos tem um gato?

 

O esqueleto de um gato tem, em média, 244 ossos e é dividido em duas partes: o esqueleto axial e o apendicular. No entanto, esse número pode variar de animal para animal, pois o número de ossos depende de uma série de fatores. A idade do gato é uma delas, uma vez que o crescimento e desenvolvimento de um felino provoca a fusão de alguns elementos ósseos, de forma que um gatinho mais jovem costuma ter mais ossos do que um gato já adulto.

Outros fatores que podem influenciar na resposta de quantos ossos tem um gato são o sexo e o tamanho da cauda, já que essa região pode conter de 18 a 24 vértebras.

De maneira geral, o esqueleto do gato axial contém:

  • Crânio
  • Mandíbula
  • Esterno
  • 13 costelas e coluna vertebral (7 vértebras cervicais, 13 torácicas, 7 lombares, 3 sacrais e de 18 a 24 caudais)

Já o esqueleto apendicular compreende os ossos dos membros superiores e inferiores, e contém em cada membro torácico a escápula, o úmero, o rádio, a ulna, 8 ossos carpais, 5 ossos metacarpais e 3 falanges em cada dedo. Para completar, os gatos também contam com o osso pélvico, que é responsável pela sustentação dos membros pélvicos, onde estão presentes fêmur, patela, tíbia, perônio, fíbula, 7 ossos tarsais, 4 metatarsais e as falanges.

Quanto tempo demora para calcificar um osso de gato após uma fratura?

A calcificação nada mais é do que um processo biológico que consiste no depósito de sais de cálcio durante a formação dos ossos. Gato quando sofre uma fratura ou lesão óssea - como um gato com rabo quebrado -, muitos tutores se perguntam quanto tempo demora para calcificar um osso do pet. O processo pode ser um pouco demorado: em cerca de duas semanas já ocorre a união das extremidades da fratura com a parte do osso de gato que ficou intacta. Seis semanas depois, a fissura desaparece. No entanto, o processo de calcificação, que é a última fase, pode durar alguns meses e precisa de acompanhamento veterinário. 

anatomia felina: gato andando em cima de portão
Esqueleto de gato: por não possuírem clavícula, os felinos conseguem se contorcer e entrar em qualquer lugar

5 doenças que podem atingir os ossos do gato

 

1) Displasia coxofemoral

Trata-se de uma malformação na articulação do quadril, de forma que a cabeça do fêmur (osso da perna) não se encaixa perfeitamente em uma área da pelve, chamada de acetábulo. Isso gera uma instabilidade articular e dificulta a locomoção, pois o movimento é prejudicado. Um dos principais sinais que indica a displasia coxofemoral em gatos é quando o animal fica manco, sente dor e não consegue andar direito.

2) Luxação de patela

É uma doença ortopédica que acontece quando há o deslocamento da patela da sua posição normal, causando um desencaixe na sua articulação. Esse quadro é caracterizado por dor e insegurança em apoiar a pata. Ele é mais frequente em gatos obesos, mas também pode ser causado por quedas, traumas e acidentes.

3) Doença articular degenerativa

Conhecida também como osteoartrose, a doença articular degenerativa (DAD) é um problema cada vez mais frequente nos ossos de gato. É uma patologia crônica caracterizada pela deterioração da cartilagem articular e dos tecidos que envolvem a articulação. Causa muita dor, rigidez e pode levar até mesmo a perda da função.

4) Osteomielite

É uma inflamação que afeta um ou mais ossos do gato, e pode ser crônica ou aguda. Geralmente, é causada por uma infecção bacteriana ou fúngica que acomete fraturas expostas ou quando ocorre exposição óssea por tempo prolongado.

5) Tumores ósseos

O tumor em gatos é um outro problema que não pode ser descartado, e na maioria das vezes quando a região afetada é o osso, o tumor costuma ser maligno. O mais comum é o osteossarcoma, e ele pode ser diagnosticado por meio de exames de imagem solicitados pelo médico veterinário.

Anatomia felina: músculos desempenham papel importante na flexibilidade do gato

Os ossos do gato combinados com as articulações e músculos conferem uma alta flexibilidade aos felinos. Como a coluna vertebral não tem ligamentos, e sim músculos no seu lugar, os discos vertebrais e a coluna como um todo são super flexíveis. É isso que permite que o gato observe atentamente tudo que acontece ao seu redor, podendo girar a cabeça em várias direções.

Outro ponto importante é que os felinos não possuem clavícula, mas uma cartilagem que ligada ao músculo que permite que eles consigam se mover, esticar o corpo, contorcer e entrar em lugares mais estreitos. É por conta disso que eles têm a incrível habilidade de se esconderem nos lugares mais improváveis, e até mesmo em espaços bem reduzidos.

A musculatura desses animais também conta com uma alta capacidade de expansao e contração, de forma que seu corpo às vezes parece até uma mola. Essa, inclusive, é a razão pela qual os gatos conseguem saltar até sete vezes a sua altura e atingir cerca de 50 km/h em distâncias mais curtas - duas curiosidades de gato super interessantes!

Redação: Juliana Melo

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