O sistema digestivo do gato é um dos grandes responsáveis por manter sua saúde em dia. Assim como nos humanos, a digestão faz com que os felinos obtenham energia e nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo. Por isso é muito importante que os tutores prestem atenção na alimentação dos gatos. A anatomia do aparelho digestivo dos gatos é complexa e cheia de curiosidades, com funções específicas que influenciam em todo o processo digestório. Para te ajudar a entender um pouco mais sobre este sistema, o Patas da Casa separou as principais informações sobre o assunto. Veja só!
Para que serve e como é formado o sistema digestivo do gato?
A principal função do aparelho digestivo do gato é a degradação dos alimentos. Desta forma, os nutrientes presentes nos alimentos ingeridos são absorvidos pelo organismo do animal. A digestão é um processo que passa por várias etapas e órgãos do gatinho. Entenda um pouco mais abaixo:
- Boca: todo o processo de digestão é iniciado pela boca. É com ela que os gatos pega os alimentos. A boca de um gato adulto é composta por 30 dentes e, com a mastigação, o alimento é dividido em partes menores.
- Glândulas salivares: essas glândulas são inervadas pelo sistema nervoso autônomo do gato. Elas são responsáveis por possibilitar o primeiro passo da digestão química do bolo alimentar, facilitando sua passagem pela faringe.
- Faringe: popularmente conhecida como garganta, a faringe permite o deslocamento do bolo alimentar com um processo chamado contrações faríngeas.
- Esôfago: este é um órgão tubular por onde a comida passa para ser impulsionada para o estômago. O processo de deglutição de líquidos nos gatos ocorre em uma velocidade de um a dois centímetros por segundo. Por essa razão, é preciso cuidado caso seja preciso administrar comprimidos por via oral sem água. Se mal administrados, os comprimidos podem permanecer no esôfago e levar o gato a desenvolver esofagite.
- Estômago: localizado no lado esquerdo do corpo do gato, o estômago funciona fazendo processos químicos que facilitam a digestão das proteínas.
- Intestino delgado: nos gatos, esse órgão tem um comprimento de 1,3 metro. A maior parte da digestão dos alimentos ocorre nele e dura de duas a três horas.
- Pâncreas: neste órgão ocorre o processo químico essencial para degradação de carboidratos, proteínas e lipídios. Por isso, a boa saúde de um gato depende do bom funcionamento do pâncreas. Ele fica do lado direito do abdômen e pesa menos de 230 gramas.
- Intestino grosso: a principal função do intestino grosso é a absorção dos eletrólitos e água. Ele também é responsável pela fermentação dos nutrientes não absorvidos. O processo de digestão do intestino grosso demanda mais tempo e é mais lento.
A última etapa do sistema digestivo é a eliminação de todos os resíduos que não podem ser aproveitados pelo organismo do gato. As fezes do gato são levadas pelo reto do intestino grosso até o ânus, por onde os resíduos são expelidos. O comprimento e peso dos órgãos pode variar de acordo com a anatomia do gato. A idade do gato e sua raça são fatores que podem diferenciar essa questão.
Aparelho digestivo do gato: quais os problemas mais comuns que podem afetar o sistema?
Intolerância alimentar, gastrite, colite intestinal e a síndrome do intestino irritável em gatos estão entre as doenças mais comuns que afetam o sistema digestivo dos felinos. As causas dos distúrbios digestivos podem variar entre comer algo diferente ou impróprio para gatos, dentre outros fatores. A causa deve ser examinada e identificada por um médico veterinário.
No caso da intolerância alimentar, além do gato vomitando ração ou com diarreia, pode ocorrer coceira e irritação na pele. Juntos, esses sintomas normalmente indicam que seu gato é sensível a algum alimento. A melhor forma de tratamento é encontrar quais alimentos causam a intolerância e evitá-los na dieta do pet.
Acolite intestinal felina causa inflamação no intestino grosso e é mais comum em gatos abaixo de 5 anos de idade. Neste caso, o gato pode apresentar dor ao defecar. Fezes com sangue ou muco também podem ser sintomas de colite, mas também são sintomas de vermes e outros problemas.
A inflamação crônica associado ao desconforto no intestino do gato é chamada de síndrome do intestino irritável. Esse mal pode ser agravado por intolerância alimentar e até por um transtorno mental. De modo geral, os distúrbios digestivos são bem debilitantes e requerem exames e diagnóstico feitos por um profissional especializado. Só assim é possível determinar o melhor tratamento.
Bola de pelo em gatos pode atrapalhar a digestão?
Por serem animais muito higiênicos, os gatos costumam se limpar usando a língua. Esse costume remove a sujeira e os pelos mortos, funcionando como um pente que desembaraça os pelos. Dessa maneira, parte da pelagem acaba sendo engolida, gerando a bola de pelo em gatos. Na maioria das vezes, esses pelos não são digeridos pelo organismo e são eliminados por meio do vômito ou até mesmo pelas fezes - que por si só já é um incômodo para o bichano. Quando se acumula em grande quantidade no organismo, as bolas de pelo podem causar danos à saúde gastrointestinal dos bichanos. Diarreia, prisão de ventre, falta de apetite, sinais de cansaço e apatia, além dos vômitos constantes, são sinais comuns do problema. Fique atento a esses sintomas.
As bolas de pelo, quando não expelidas, podem levar à obstrução intestinal, condição que precisa de interferência cirúrgica. A melhor maneira de prevenir os problemas com bolas de pelo em gatos é fazer a escovação da pelagem periodicamente. A grama para gatos também ajuda no melhor funcionamento gastrointestinal.
Sistema digestivo do gato: como prevenir desconforto estomacal em gatos?
Provavelmente seu gato sentirá algum desconforto estomacal durante a vida. Entretanto, esses problemas não podem ser frequentes. Se o gato apresenta vômitos ou diarreia constantes, pode ser que ele esteja sofrendo de algum problema mais grave do que um simples desconforto. No geral, a melhor maneira de prevenir esses transtornos é manter uma dieta equilibrada, escolhendo uma ração de gato de qualidade e adequada para a idade do animal. Caso seu gato tenha alguma sensibilidade digestiva, como a intolerância alimentar, o médico veterinário poderá indicar uma alimentação específica depois de identificar qual ingrediente está causando reações.
No caso de problemas mais graves, uma ração para gatos com problemas digestivos também pode ser receitada. Outra dica importante para evitar problemas estomacais pontuais é não trocar muito rapidamente de ração: o gato precisa passar por uma transição de pelo menos 7 dias. Além disso, é importante não deixar que os gatos comam alimentos que não são indicados para a espécie.
Beber água também ajuda a melhorar a digestão dos felinos. Por isso, incentive o animal a se hidratar corretamente, espalhando potes de água pela casa ou comprando uma fonte para gatos. Por último, e não menos importante, não deixe de levar o seu gato no veterinário para check-ups, além de manter a vermifugação sempre em dia para evitar a ação de parasitas. Lembre-se que melhor forma de manter a saúde do animal é se antecipando a possíveis problemas que podem surgir.
Redação: Hyago Bandeira