Ao se deparar com uma briga de cachorro, é fundamental que os tutores tenham uma ação rápida e precisa para não resultar em um dos animais (ou até mesmo os donos) feridos. Por instinto, é comum que os cães, principalmente os machos, se estranhem durante o passeio na rua. A razão por trás do comportamento é muito variada e pode ter relação com dominância, falta de socialização e até mesmo a presença de alguma cadela no cio por perto. O que nem todo mundo sabe é que é possível prever um ataque e até mesmo parar o cachorro antes dele partir para cima de outro animal. O adestrador Bruno Correa deu algumas dicas de como corrigir o comportamento com treinos de obediência e controle. Dá só uma olhada no que ele falou!
Cachorro brigando na rua: as diferentes causas para o problema
No geral, os cães costumam ser bastante sociáveis, sejam com a sua família ou com outros pets. Ainda assim, o adestrador Bruno explica que não podemos esquecer as origens do animal. “Mesmo que os cães domésticos já tenham se afastado há muito tempo dos seus primos selvagens, os lobos, as características comportamentais ainda são muito semelhantes”, afirma. Por isso, a briga de cachorro pode ser motivada por diversos fatores. “Podemos dizer que o que origina as brigas são recursos, como alimentação, procriação, liderança e atenção e, no caso de cães domésticos, os brinquedos”, conta o profissional. Além disso, a socialização ineficiente do cãozinho ao longo da vida também pode ser o motivo do desentendimento. Nesse caso, o desconforto e o medo são os principais gatilhos para a reação.
Antes da briga, cachorro dá sinais de que está prestes a atacar
Ao contrário do que muitos tutores pensam, a briga de cachorro não começa por nada. Na verdade, o seu amigo sempre vai tentar demonstrar de alguma forma que não está confortável antes de tomar uma atitude agressiva: a linguagem corporal canina dá diversos sinais. “Os cachorros possuem uma comunicação verbal extremamente limitada, sendo demonstrada por pouquíssimos sons. Por isso, sua comunicação é praticamente por linguagem corporal”, explica Bruno. A posição do rabo, orelhas e até a forma como o cachorro olha para o outro animal são indícios do ataque: “um cão em estado de combate tende a levantar os pelos da nuca, enrijecer os músculos e deixar a cauda levemente levantada e imóvel. Em alguns casos, ele também pode abaná-la de forma leve.”
Como separar briga de cachorro?
Separar uma briga de cachorro é, certamente, uma das tarefas mais desafiadoras que os tutores podem enfrentar. Por isso, a primeira coisa a fazer é tentar manter a calma e pensar racionalmente. No momento da intervenção física, é importante saber fazer isso de forma segura — tanto para você quanto para eles. Segundo Bruno, as atitudes podem variar de acordo com o porte físico do animal. “Cães menores tendem a não segurar a mordida e não persistir por muito tempo em "luta". Já os cachorros maiores possuem uma mandíbula poderosa. Por isso, gritar, pedir e entrar em nervosismo não vai ajudar. Tão pouco agredir o cão de forma exagerada”, conta.
Na verdade, a solução para encerrar a briga é “tirar” a força do cão. “No caso de um cão de porte grande (40 kg+), por exemplo, é possível envolver o pescoço do animal com a coleira ou um pano, como a camisa, e contê-lo. Sim, é preciso, de certa forma, interromper o fluxo de ar do animal para que ele perca a força e solte a mordida. Assim que isso acontecer, o tutor deve liberar a pressão e manter o cão contido para evitar outro ataque”, explica. Embora a técnica pareça agressiva, é uma das mais eficazes para separar briga de cachorro.
Adestramento é melhor forma de evitar as brigas
O adestramento de cães é uma das melhores formas de evitar a briga de cachorro. As técnicas aplicadas nos treinamentos ajuda o tutor a ter o controle do animal e normalmente até ameniza alguns comportamentos agressivos do animal. “Durante o adestramento de cães, o profissional ensina o dono a entender e ler o seu animal, além de ensiná-lo a controlar o cachorro no dia a dia e em situações adversas. Desta forma, é possível evitar o atrito antes dele começar”, conta o especialista. Mas lembre-se: o resultado final do adestramento depende de um conjunto de ações e, principalmente, da contribuição do tutor. Sendo assim, ao optar pelo adestramento, é importante seguir à risca as recomendações do especialista e manter uma rotina de treinamentos.
Redação: Úrsula Gomes