Os sintomas de cinomose canina são facilmente confundidos com outras doenças de cachorro e infelizmente pode até mesmo levar o animal à morte. Mais comum em filhotes não vacinados, a cinomose é altamente contagiosa e em alguns casos pode deixar sequelas que vão acompanhar o pet por toda a vida. É importante estar atento a qualquer sinal da cinomose em cães que ainda não completaram o calendário de vacinação, pois é uma doença que evolui rapidamente para um quadro grave. Ou seja, é uma situação de emergência! O Patas da Casa conversou com a médica veterinária Raquel Rezende para ajudar a entender melhor sobre a temida doença de cachorro. Confira aqui o que é cinomose, quais os sintomas da cinomose, como identificá-los e maneiras de prevenir.
O que é cinomose? A doença é causada por um vírus e tem alta taxa de contaminação
Muito se fala sobre essa doença, mas o que é cinomose, afinal? “Cinomose é uma doença infectocontagiosa transmitida por um vírus, transmitida pelo ar ou contato direto com secreções de cães já contaminados”, explica a veterinária Raquel Rezende. Além das secreções, a cinomose pode ser contraída quando um cachorro saudável entra em contato com fezes, urinas, alimentos e objetos (como bebedouro compartilhado) utilizados por animais infectados. Acinomose canina é mais comum em filhotes e idosos, já que o sistema imunológico mais debilitado é mais propício para a instalação do vírus. Porém, qualquer cãozinho que não tenha sido vacinado corretamente pode contrair a doença. O vírus causador da cinomose é bem agressivo e pode afetar diversas regiões do corpo, principalmente os sistemas digestivo, respiratório e nervoso.
Cinomose: sintomas variam de acordo com a fase da doença
Os sintomas de cinomose são os mais variados possíveis. A especialista Raquel Rezende explica que a doença é dividida em fases. “[Tem uma] fase inicial com sintomas respiratórios, podendo ou não haver sintomas gastrointestinais”, explica. Após um tempo, a cinomose pode se agravar, chegando a um quadro mais delicado, atingindo o sistema nervoso. “Na segunda fase é onde atinge o sistema nervoso, causando espasmos, paralisação de membros, vocalizações e até convulsões”, afirma Raquel. Isso significa que quando falamos de sintomas, a cinomose possui um leque gigante, que vai desde problemas como diarreia até consequências neurológicas. Dentre os muitos sintomas da cinomose, podemos destacar:
- Tosse
- Secreções nasais e oculares
- Vômitos e diarreias
- Febre
- Bolinhas na pele com pus
- Apatia
- Fraqueza
- Dificuldade para andar
- Espasmos musculares involuntários,
- Falta de coordenação
- Tremores
- Convulsões
- Paralisia
Cinomose canina: sintomas, histórico e vacinas devem ser avaliados na hora do diagnóstico
Como os sintomas de cinomose são muito variados, pode ser difícil perceber logo de cara que se trata da doença. Para ter certeza, o médico realizará exames laboratoriais no animal. Como a cinomose em cachorro pode chegar a níveis bem graves, é importante sempre levar o cão ao veterinário assim que perceber qualquer sinal. Além da análise laboratorial e dos sintomas, a cinomose pode ter seu diagnóstico facilitado se você contar ao veterinário um pouco do histórico do animal. Como a doença é contraída, principalmente, pelo contato com secreções e objetos contaminados, tente lembrar se o pet esteve próximo a outros animais recentemente. O mesmo vale para cães recém-resgatados. Diga ao veterinário quais locais ele frequentou nas últimas semanas: praças públicas, consultórios e até o parcão de cachorro.
Além disso, informe ao especialista se o seu cão está com a vacina contra cinomose em dia. Se o animal não for vacinado, ou o reforço estiver atrasado, e tiver tido contato com outros cães, a chance de ser cinomose é bem maior. Portanto, para identificar a cinomose canina, sintomas, histórico e calendário de vacinação são questões importantes para um diagnóstico mais rápido.
Cinomose tem cura? Tratamentos de suporte podem salvar o animal
A cinomose é muito grave que pode causar a morte de cães. Mas afinal, a cinomose tem cura? Apesar de não ter medicamentos específicos contra a cinomose, existem os tratamentos de suporte para tratar os sintomas da doença. Mesmo sendo uma doença com altas taxas de mortalidade, é possível encontrar sobreviventes da cinomose por aí. “Não necessariamente todos os cães morrem. Trata-se de uma doença muito grave, porém alguns cães conseguem sobreviver”, explica a especialista.
Os tratamentos de suporte da cinomose canina normalmente envolvem antibióticos, anticonvulsivantes, suplementos, fluidoterapia e terapias alternativas, como acupuntura veterinária. Quanto antes o tratamento começar, maiores as chances da doença ser controlada. Você deve estar se perguntando: "mas sem os cuidados, quanto tempo leva para o cachorro morrer de cinomose?" Isso é muito relativo e vai depender de outros fatores, como idade, local onde mora, alimentação que recebe etc. Cada animal lida com o vírus de um jeito, por isso a importância do diagnóstico precoce.
Cinomose canina pode deixar sequelas no animal
Saber quanto tempo para recuperação da cinomose será necessário no seu cão pode ser complicado. “Não existe um período de tempo para que o animal se recupere. Pode levar semanas ou meses”, conta Raquel. Quanto tempo dura a cinomose no cão depende de muitos fatores. Os principais são a gravidade da cinomose, sintomas apresentados e a resposta que o animal teve ao tratamento, que podem variar. Além disso, é importante ter em mente que, quando a doença atinge o sistema nervoso, pode deixar sequelas. “Alguns animais quando recuperados podem apresentar sequelas de acordo com a lesão neurológica sofrida”, afirma Raquel. As sequelas da cinomose canina mais comuns são crises de convulsão, tremores e andar desordenado.
Vacina contra cinomose em cachorro é a principal forma de prevenção
A cinomose canina é uma doença muito grave, mas pode ser prevenida com as vacinas para cachorro. A imunização que atua contra a cinomose é a vacina V10, que também protege o animal de outras doenças. É uma vacina obrigatória que deve ser tomada a partir dos 42 dias de vida. Em filhotes ou animais recém-resgatados, são necessárias três doses com intervalos de 21 dias. Depois disso, a vacina precisa ser reforçada anualmente, evitando atrasos na aplicação. “Mesmo após uma contaminação é de suma importância que o animal seja vacinado anualmente para que se evite uma nova infecção”, explica Raquel Rezende.
Cachorros que ainda não completaram o calendário vacinal, que também inclui a proteção contra raiva canina, não pode passear antes de todas todas as vacinas obrigatórias. É uma questão de saúde pública que deve ser respeitada pelos tutores. Após completar o ciclo da vacina contra cinomose canina, o indicado é esperar cerca de uma semana para cãozinho sair na rua. Esse esforço vale à pena no final das contas!
Redação: Maria Luísa Pimenta