A colite em gatos - também chamada de doença inflamatória intestinal - é um quadro mais comum do que se imagina e normalmente é um dos motivos por trás de um gato com diarreia. A doença causa alterações no intestino dos felinos e precisa de atenção para não evoluir para algo mais grave. Apesar de ser uma enfermidade que pode atingir qualquer felino, algumas raças de gato tendem a ser mais afetadas pelo problema, como é o caso do Siamês, Persa e Maine Coon. Para entender um pouco mais sobre a colite em gatos e suas consequências, conversamos com o médico veterinário Felipe Ramires, de São Paulo. Veja o que ele falou!
Colite em gatos: entenda o que é e as principais causas da doença
Segundo o veterinário, a colite em gatos é caracterizada por uma inflamação na mucosa do colo, que é uma parte do intestino do animal responsável pela absorção de alimentos e líquidos. A inflamação pode se apresentar de duas maneiras: aguda ou crônica. “Na primeira, o período de inflamação do intestino costuma ser curto. Já na inflamação crônica, o processo inflamatório tende a ter uma longa duração, podendo chegar a cerca duas semanas”, afirma.
Felipe alerta que as causas da colite em gatos podem ser tanto fatores bacterianos quanto relacionadas ao ambiente que o animal vive. Por isso, não se pode definir de maneira única o que motiva a doença inflamatória intestinal. Gatos que vivem em locais estressantes e desconfortáveis, por exemplo, podem desenvolver o quadro como uma resposta: o hormônio do estresse provoca a inflamação do colo, causando a diarreia.
Doença inflamatória intestinal: gatos costumam apresentar diarreia e desidratação
Quem convive com um bichano sabe bem como os felinos têm uma grande dificuldade em demonstrar quando estão com algum problema de saúde e, por isso, são especialistas em mascarar qualquer sinal de que algo não vai bem. No entanto, quando se trata da colite em gatos, os sinais são um pouco mais evidentes. “O tutor vai perceber sintomas como diarreia, diminuição da frequência da evacuação e presença de mucos ou sangue nas fezes do gato. O animal também pode apresentar vômito juntamente com a diarreia, o que rapidamente resultar em um quadro aparente de desidratação”, conta Felipe. Além disso, o felino tende a apresentar letargia, flatulência e grande perda de peso. Sendo assim, é muito importante que a qualquer sintoma o tutor busque a ajuda de um médico veterinário e não medique o pet por conta própria. O uso inadequado de medicamento para colite em gatos pode prejudicar ainda mais a saúde do seu bichinho.
Como é feito o diagnóstico da colite em gatos?
O ideal é que, ao suspeitar da colite em gatos, o tutor procure um médico veterinário o quanto antes. Só assim será possível realizar o diagnóstico por meio de exames e, garantir que a doença não desenvolva para um quadro mais grave, como a sepse, que é quando as bactérias ou pedaços da bactéria percorrem a corrente sanguínea encontrando outros órgãos, resultando na infecção generalizada. De acordo com o Felipe, o diagnóstico da colite pode ser feita de diferentes formas. “Geralmente, o primeiro exame feito é o ultrassom, já que ele possibilita avaliar as ansas intestinais do animal e, assim, verificar qualquer alteração no tamanho ou uma possível inflamação. Outro exame que pode ser feito é o de fezes para descartar a presença de parasitas ou doenças endócrinas, como a pancreatite felina”, afirma. Além destes, o hemograma também costuma ser solicitado pelo profissional para auxiliar na escolha do melhor medicamento para tratar o problema
Colite em gatos: tratamento varia de acordo com a causa da doença
Depois do diagnóstico confirmado, chega a hora de tratar a colite em gatos. Nesse caso, Felipe adianta: o tratamento deve ser feito com o médico veterinário e varia de acordo com a causa da doença. No caso de colite causada por parasitas, por exemplo, o uso de vermífugo é a melhor solução. Já nos casos em que o quadro é causada por outros fatores, os anti-inflamatórios podem ser necessários. Mas, vale lembrar que, o uso do remédio para colite em gatos deve ser feito com muita atenção, já que os animais tendem a ter um organismo mais sensível. Para garantir o tratamento correto, é fundamental seguir as orientações do profissional.
Redação: Úrsula Gomes