Falta de ar, chiado no peito e tosse constante são os principais sintomas de asma. Sem cura, o incômodo da doença acompanha os indivíduos diagnosticados pelo resto da vida. Por isso, desde cedo os pais são alertados em como evitar alergias e a asma em crianças, e manter os pequenos longe de animais é uma das principais precauções indicadas.
Mas e se te dissessem que essa informação não está 100% correta? Vários estudos recentes vêm demonstrando que a relação entre o humano e o animal pode trazer diversos benefícios psicológicos, fisiológicos e sociais. Dentre eles, há evidências de que a exposição de crianças a animais de estimação em seu primeiro ano de vida pode ter um efeito protetor no desenvolvimento da asma infantil.
Pesquisa afirma que animais de estimação podem prevenir o aparecimento de asma
Um estudo publicado na revista Plos One examinou a relação entre possuir cão ou gato e o aparecimento de asma em cidadãos japoneses. Os dados foram coletados de uma pesquisa na internet realizada pela Japan Pet Food Association, em 2021, que entrevistou 4.317 participantes, sendo 2.030 proprietários de cachorros e/ou gatos e 2.287 não proprietários de cães/gatos.
Os métodos utilizados na pesquisa consistia na definição de participantes que foram diagnosticados com asma e que possuíam ou não animais domésticos antes do início da doença. Durante o período de acompanhamento, 5,7% dos donos de cães e 14,8% dos não donos desenvolveram asma, assim como 5,6% dos donos de gatos e 13. 5% dos proprietários que não possuem gatos.
Ou seja, proprietários de cachorros ou gatos tiveram uma menor porcentagem de desenvolvimento da doença enquanto os que não tinham pet apresentaram uma maior incidência.
O contato com cães e gatos no início da vida diminui os riscos da asma
Um outro estudo divulgado pela revista analisou 1000 crianças, entre 7 e 8 anos, e constatou que a prevalência de doenças alérgicas diminui, de maneira dose-dependente, com o número de animais de estimação vivendo com a criança durante o primeiro ano de vida. Isso significa que quanto mais cães e gatos a criança for exposta, menor será a probabilidade de sofrer de alergias e asma.
Há duas hipóteses que explicam o efeito protetor proporcionado pelos animais. A primeira seria de que a exposição de crianças aos animais domésticos no primeiro ano de vida, momento em que a imunidade do bebê é baixa, enriquece o microbiana humano, promovendo o equilíbrio imunológico e protegendo contra doenças alérgicas e inflamatórias. Já a segunda, é de que o contato prematuro dessas crianças com os animais induz a produção de A20 nas células epiteliais do pulmão.
O estudo observou uma associação dose-resposta, com menos manifestações alérgicas em crianças que conviviam com um número maior de cães e gatos. Segundo a pesquisa, a alergia diminuiu de 49% daqueles sem animais para zero naqueles com cinco ou mais pets em casa. Essa teoria sugere que a exposição a bactérias, poeira e sujeira no início da vida é crucial para o desenvolvimento de um sistema imunológico saudável.
Alergia a gato e cachorro: o que fazer?
Agora, se sua criança não cresceu rodeada de pets e convive com alergias respiratórias crônicas, como a asma e a rinite, calma que o Patas Da Casa vai te dar algumas dicas para uma convivência mais saudável com o animal.
Para dar esperanças, uma pesquisa desenvolvida pelo instituto Purina descobriu uma forma de neutralizar a proteína Fel d1, responsável por desencadear reações alérgicas, sem prejudicar a saúde dos gatinhos. A descoberta traz muitas possibilidades, e o instituto estuda formas de aplicar os resultados na formulação de rações e alimentos para os bichanos.
Enquanto essa solução não chega, a primeira dica é para crianças com alergia a gato. A melhor forma de prevenir reações alérgicas é com o tratamento de imunoterapia, que consiste na aplicação de pequenas quantidades do alérgeno do gato no paciente, de forma a dessensibilizar e deixar de ter alergia ao pelo do animal. Esse tipo de tratamento é longo e dura cerca de 2 a 3 anos.
Mesmo sendo menos comum, algumas pessoas também apresentam sintomas de alergia a cachorro. O indicado é realizar os testes de detecção, para ter certeza se a alergia é causada pela pelagem do animal ou se é causada por algum ácaro e poeira presente no corpo do cão.
Nesses casos, pessoas alérgicas e asmáticas podem evitar o aparecimento dos sintomas tomando alguns cuidados diários, como a escovação do pêlo, manter a casa sempre limpa, evitar tapetes e delimitar o espaço que o tutor dorme. Além disso, há algumas raças de cachorros e gatos que causam menos reações alérgicas, como é o caso do Cornish Rex e do Fox Terrier.