Saúde de gato

Doença da arranhadura do gato: tudo sobre a bartonelose felina

Publicado - 06 Março 2023 - 16h11

Atualizado - 28 Junho 2024 - 12h35

A doença da arranhadura do gato é uma zoonose que, apesar do nome, também pode ser transmitida pelos cães e entre os humanos. Os felinos, no entanto, são os principais transmissores: como o próprio nome popular da doença já indica, o arranhão é a forma de contágio mais comum. Por isso a atenção deve ser redobrada em caso de um ataque felino, seja durante uma brincadeira ou no manejo incorreto de um animal de rua. Apesar de tudo, a bartonelose em animais e humanos tem tratamento e pode ser curada. Os sintomas dela variam para cada um e os detalhes da doença arranhadura do gato você confere na matéria a seguir!

Doença da arranhadura do gato é uma zoonose transmitida pela bactéria Bartonella

A bartonelose, conhecida como a doença da arranhadura do gato (DAG), é causada por uma bactéria chamada Bartonella e atinge alguns animais domésticos, principalmente os gatos. A principal forma de contágio é por meio do  arranhão do gato infectado. Apesar de ser uma zoonose, o quadro não costuma ser grave em humanos, sendo de fácil recuperação se o tratamento começar cedo. Nesse caso, os sintomas da bartonella henselae em humanos são febre, dor abdominal, manifestações cutâneas, linfadenopatia (aumento dos linfonodos) e uveíte. 

Todavia, é importante mencionar que a gravidade arranhadura do gato varia. Se o indivíduo tem alguma doença predisposta, ele pode apresentar uma piora. O mesmo acontece com os gatos. Se ele tem doenças como a FIV ou FeLV felina, anemias ou sofre de uveíte em gatos, os cuidados devem ser redobrados.

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Em todo caso, ao ter contato com o sangue ou secreções de algum hospedeiro, é importante lavar bem a área atingida e buscar um profissional da saúde. Outro detalhe é a cepa da bactéria, pois existem 45 espécies de Bartonella. Nem todas acometem os humanos. Mas as mais famosas, chamadas Bartonella Quintana e Bartonella Henselae, merecem atenção.

A bartonelose é transmitida pelo arranhão de gatos infectados e também pela picada de parasitas

A bartonelose felina é transmitida por meio das pulgas e carrapatos, contato com fezes e/ou arranhão causada por um gato hospedeiro infectado. A explicação para isso é que um parasita infectado naturalmente transmite a doença para os felinos por meio da picada. Mas além disso, há as fezes da pulga: quando o felino se coça, ele entra em contato com os excrementos do parasita e, dessa forma, a bactéria passa a viver nas unhas do gato, o que facilita uma nova infecção. Inclusive, esse é o motivo da incidência ser menor em cães, pois eles têm as unhas menos afiadas. A bactéria da Bartonelose sobrevive de sete a 14 dias no ambiente e cerca de um ano na corrente sanguínea do gato.

doença da arranhadura do gato: pessoa medindo temperatura do gato
Doença da arranhadura do gato: sintomas incluem febre e cardiopatias

Os sintomas de doença da arranhadura do gato são apatia e febre

Ao ser infectado pela bartonella, gato pode sofrer sintomas silenciosos nas três primeiras semanas. A partir desse período, os sinais se tornam perceptíveis, mas de maneira progressiva. Então, é muito importante ficar atento a qualquer mudança de comportamento do gato que indique a doença. Geralmente, são sintomas de doença da arranhadura do gato:

  • Apatia
  • Falta de apetite
  • Febre
  • Perda de peso ou anorexia
  • Anemia
  • Dor muscular
  • Endocardite (doença bacteriana que afeta a superfície endotelial cardíaca e as válvulas cardíacas e que pode resultar em sopro do coração anormal e arritmia)
  • Uveíte felina (inflamação da íris ocular que causa fortes dores e lacrimação involuntária em excesso)

A gravidade dos sintomas da Bartonella vai depender da saúde geral e do estado do sistema imunológico do gato. Para a confirmação do diagnóstico, o veterinário deve solicitar um teste sorológico para identificar a presença da bactéria no sangue (um teste de hemocultura, por exemplo), além de hemograma e exames de fezes e urina.

A doença causada pela Bartonella henselae tem cura?

Apesar da fácil transmissão, os tratamentos para doença da arranhadura do gato são bem eficazes e recuperação é fácil. A terapia tem como base cuidar dos sintomas que o animal apresenta, seja eles uma febre ou cardiopatia. Na fase inicial, antibióticos para gatos podem ser recomendados para evitar a progressão da doença. O tempo de tratamento varia de caso para caso. Mas ainda que os sintomas cessem, a bactéria Bartonella henselae sobrevive no organismo do gato por um ano, por isso é imprescindível fazer acompanhamento veterinário para verificar o estado de saúde geral do pet.

Bartonelose felina: prevenção pode ser feita com higiene adequada do animal e do ambiente

Para prevenir a doença de arranhadura de gato é essencial manter o ambiente limpo e sem pulgas. Para isso, é importante cuidar da higiene dos animais. Mantenha uma rotina de cuidados com as unhas do gato, limpando e aparando de duas a três vezes ao mês. Essa atenção é interessante para prevenir a transmissão durante uma brincadeira, por exemplo. Outro cuidado é manter a limpeza da caixa de areia do gato, fazendo a coleta diária de fezes e lavando o recipiente duas vezes ao mês.

Manter outros cuidados básicos, como telas de proteção em janelas e criação indoor, são imprescindíveis para que os gatos não tenham acesso às ruas e, consequentemente, sejam infectados. Esses detalhes reduzem o risco de Bartonelose e também as demais doenças infecciosas de gato, como a toxoplasmose e a esporotricose.

A bactéria causadora da doença da arranhadura do gato é mais comum em épocas mais quentes, no qual o ambiente fica mais úmido. Isso aumenta a resistência e a proliferação dos parasitas transmissores. Portanto, além do gato, é essencial manter a casa limpa.

Mesmo maior nos felinos, é essencial também cuidar dos cães. Então, se as espécies convivem na mesma casa, redobre os cuidados para ninguém ser infectado. Por exemplo, ao passear com o cachorro, averigue a presença de parasitas e faça a adequada higiene do pet antes de entrar em casa: um outro animal na rua pode ter infectado o cachorro, que são vistos como hospedeiros acidentais.

Redação: Erika Martins

Edição: Luana Lopes

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