O gato surdo de uma hora pra outra pode ser raro, mas não é impossível. Mudanças comportamentais são alguns dos indícios de que um gatinho perdeu a audição de repente. Conhecidos pela audição apurada - não à toa, o som de fogos ou barulhos da rua podem assustar ou estressar eles -, o completo silêncio pode ser perturbador para eles. O processo de perda repentina da audição pode ainda ser bem doloroso dependendo da causa. Uma coisa é certa: o ouvido dos gatos é bem delicado e merece bastante cuidado contra infecções e doenças que podem causar uma surdez temporária que, sem o devido tratamento, pode ser permanente. Descubra mais sobre a surdez temporária e se um gato pode voltar a escutar.
Gato surdo pode voltar a ouvir quando a condição não é congênita
A audição do gato é conhecida pela sua potência que alcança de 65.000 a 100.000 Hertz (enquanto os humanos captam apenas 20.000 Hertz). Só para você ter uma noção, um gato consegue ouvir um ruído a 20 km de distância. Porém, nem todos os felinos nascem com essa capacidade. A maioria dos gatos brancos são surdos, por exemplo. Além disso, existem vários fatores externos que fazem um gatinho parar de ouvir. Mas a boa notícia é que a surdez adquirida costuma ser temporária. Mesmo assim, o tratamento é fundamental para o felino voltar a ouvir.
Algumas causas comuns do gato surdo temporariamente são:
- Acúmulo de cera;
- Lesões na região do ouvido;
- Infecções ou inflamações no ouvido (otite felina);
- Ácaro dentro da orelha do gato;
- Fungos e bactérias;
- Pulgas ou carrapatos no canal auditivo.
A surdez é irreversível em caso de gato branco surdo ou com condições crônicas
Dizem que todos os gatos brancos são surdos, mas isso não é uma regra. Acontece que a maioria deles sofrem de surdez congênita, principalmente aqueles com os dois olhos azuis. O motivo dessa surdez é o gene W, responsável pela cor branca da pelagem, mas que também interrompe a ação do melanoblasto, célula responsável pela formação do canal auditivo.
Essa condição pode ser bilateral ou unilateral. Gato com heterocromia, por exemplo, pode ser surdo do canal auditivo do mesmo lado que o olho azul (que tem menos pigmento). Felinos brancos com olhos verdes ou amarelos têm menos chances de desenvolver a surdez hereditária. Além disso, infecções crônicas também são motivos para uma surdez permanente, assim como distúrbios neurológicos que atrapalham as funções do cérebro que processam informações neurossensoriais.
Atenção aos sintomas comportamentais: como saber se o gato é surdo?
Na maioria das vezes o tutor só percebe que o gato está com a audição está prejudicada quando o problema passa a ser físico. Primeiro o gato manifesta sinais comportamentais, mas aí a condição já está se desenvolvendo e o ideal é buscar um médico veterinário o quanto antes. Sintomas como apatia, falta de apetite e gato dormindo mais que o habitual são alguns sinais de que ele está perdendo a audição. Cera preta, secreção e vermelhidão na região do ouvido também são os indícios de problemas na audição.
Se a sua dúvida é "como saber se meu gato é surdo?" fique atento às reações dele ao ser chamado por alguém, além de:
- Se assustar ou não perceber a presença do tutor
- Miados altos e constantes
- Falta de reação a sons altos
Se desconfia de surdez felina, o ideal é ir ao veterinário para realizar um teste. Caso seja confirmada a surdez, é importante que a casa receba alguma adaptação e o tutor aprenda como se comunicar com um gato surdo.
Atitudes para evitar que o gato fique surdo repentinamente
Evitar barulhos muito altos, traumas na cabeça e fazer a higiene dos ouvidos são cuidados importantes com a audição felina. Se perceber qualquer sinal de que o gato tenha perdido a audição, não deixe que o problema evolua e leve o animal no veterinário o quanto antes. O tratamento varia de acordo com a causa e o veterinário pode recomendar o uso medicações específicas. Ainda não existem opções definitivas de implante coclear ou aparelho auditivo felino, mas algumas tecnologias veterinárias auxiliam no diagnóstico e tratamento da surdez adquirida.
Redação: Erika Martins
Edição: Luana Lopes