A idade de cachorro é bem diferente da idade humana, o que causa bastante confusão em quem tenta descobrir quantos anos o pet tem. Mesmo que a expectativa de vida de um cão e sua contagem de idade sejam diferentes das nossas, o cachorro também passa por todas as fases da vida: infância, fase adulta e velhice. Em cada uma delas, o pet passa por mudanças em seu corpo que podem favorecer o aparecimento de algumas doenças. Por isso, o cachorro filhote fica mais suscetível a alguns problemas, enquanto o cachorro adulto e o cachorro idoso costumam lidar com outras enfermidades. O Patas da casa conversou com a médica veterinária Amanda Carloni, que nos contou quais são as doenças mais comuns em cada fase da vida do seu animal para que você esteja sempre preparado. Confira!
Como saber a idade de um cachorro? Saiba em qual fase da vida seu cão se encontra
A contagem da idade de cachorro é bem diferente da humana. Como sua expectativa de vida é menor (cerca de 13 anos), suas fases da vida se dividem de outra forma. Mas afinal, como saber a idade de um cachorro? A veterinária Amanda Carloni diz que a idade com que um cachorro filhote passa a ser considerado adulto varia de acordo com o porte. Um cão de pequeno porte, como Shih Tzu e Maltês, deixa de ser filhote e vira adulto com cerca de 1 ano e 2 meses. Já um cão de porte grande, como Rottweiler e Golden Retriever, demora mais tempo: cerca de 1 ano e 8 meses. A veterinária explica que a partir dos 7 anos já podemos considerar que o animal é um cachorro idoso.
Cachorro filhote: doenças mais comuns são principalmente as contagiosas
Os filhotes de cachorro estão em uma fase de muita vulnerabilidade. Como o corpo está se formando, o sistema imunológico e os seus órgãos ainda não estão 100% desenvolvidos. Assim, o cachorro filhote tem mais dificuldade em se proteger de agentes externos que causam doenças. Dentre as mais comuns em filhotes de cachorro, Amanda destaca:
- Verminoses: os vermes se alojam, principalmente, no sistema digestivo. As doenças causadas por vermes em cachorro filhote mais comuns são ancilostomíase, dirofilariose e toxocaríase. Os sintomas envolvem diarréia, vômito, perda de peso, tosse, irritação na pele e presença de vermes nas fezes. Felizmente, as verminoses podem ser prevenidas com a vermifugação. “Já que a verminose é comum em filhotes, é necessário que eles sejam vermifugados. Existem diferentes protocolos de vermifugação. O que eu utilizo é: 1ª dose aos 15 dias de idade; 2ª dose aos 30 dias e repetição mensal até os 6 meses”, esclarece Amanda.
- Parvovirose: É uma doença infectocontagiosa bastante grave. “Acomete principalmente filhotes entre dois e seis meses. O vírus ataca especialmente o intestino delgado, provocando diarreia com sangue, vômito, desidratação e desnutrição”, explica. Como a parvovirose canina é muito perigosa, o animal normalmente é internado e precisa de medicamentos específicos e fluidoterapia. A vacinação dos filhotes é eficiente na prevenção dessa doença tão grave.
- Cinomose: É outra doença infectocontagiosa grave causada por um vírus, mas que ataca diversos sistemas do corpo. A cinomose canina acontece em fases: oftálmica, respiratória, tegumentar, digestiva e neurológica. Por isso, os sintomas são variados. Podemos citar tosse, bolinhas na pele, fraqueza, espasmos, febre e dificuldade para andar. “Apesar de haver cura se descoberta nos estágios iniciais, é comum que o cão fique com sequelas. Geralmente é fatal em filhotes com menos de 45 dias”, explica Amanda. Também existe vacina contra a cinomose.
Cachorro adulto: o animal pode ter diferentes doenças ao longo da vida
Ao chegar na idade de cachorro adulto, o cão já tomou todas as vacinas obrigatórias e seu corpo já está desenvolvido. Então, está mais preparado para lidar com eventuais doenças. Isso não quer dizer, porém, que o cachorro adulto não fique doente. É inevitável que ele contraia uma doença ou outra em algum momento da vida. A diferença é que é complicado estabelecer quais delas seriam mais frequentes nessa fase. “É difícil dizer quais doenças são mais comuns na fase adulta, pois depende dos cuidados que o tutor tem com o pet e do seu estilo de vida”, explica a veterinária. Ela ressalta, porém, algumas doenças que sempre precisam de cuidado extra. “As doenças mais frequentes em cães são: otite canina, doenças dermatológicas, leishmaniose canina e doença do carrapato (erliquiose e babesiose)”, complementa.
Cachorro idoso: ao envelhecer, o corpo do animal vai ficando mais fraco
O cachorro idoso começa a sofrer com a degeneração natural dos tecidos, que torna seu corpo mais fraco. Por isso, ele fica mais suscetível a algumas doenças. A veterinária Amanda ressalta algumas doenças comuns que afetam o cachorro idoso:
- Doenças osteoarticulares: são doenças que atacam os ossos e articulações. A estrutura óssea do cachorro idoso vai ficando enfraquecida, o que favorece o aparecimento de problemas que causam dor, dificuldade de locomoção e muito desconforto. Artrite canina e osteoporose canina são algumas das doenças osteoarticulares mais comuns no cachorro idoso.
- Doenças renais: Ao longo da vida, as células dos rins se desgastam e o órgão perde sua função, causando doenças renais em cachorro. A insuficiência renal em cães é uma doença silenciosa mas que pode causar muita dor nos estágios mais graves. O cachorro idoso renal fica apático, vomitando, bebe mais água e faz mais xixi. O acompanhamento veterinário é fundamental. “As doenças renais em cachorro podem ser prevenidas especialmente pelo incentivo à ingestão hídrica, mas também com realização de atividades físicas e alimentação de boa qualidade”, orienta Amanda.
- Síndrome da disfunção cognitiva: é uma doença neurodegenerativa que chega com a idade de cachorro avançada. A disfunção cognitiva em cachorro causa desorientação, perda de memória, mudanças no sono, menor interação com tutor, esquecimento de comandos e andar compulsivo. Comparada ao Alzheimer, o cachorro idoso com esses sinais deve ir ao veterinário para fazer exames e iniciar o tratamento, que ajuda a retardar a doença e a melhorar a qualidade de vida do pet.
Saiba como melhorar a vida do pet de acordo com a idade de cachorro
Seja qual for a idade de cachorro, o tutor tem o papel de garantir uma maior qualidade de vida ao animal. Isso pode ser feito por meio de algumas medidas no dia a dia. Confira os principais cuidados que se deve ter com um cachorro filhote, cachorro adulto e cachorro idoso:
- Cachorro filhote: Os calendários de vacinação e vermifugação devem ser seguidos à risca. “O cachorro filhote nasce com o sistema imunológico pouco desenvolvido, dependendo quase que exclusivamente dos anticorpos que a mãe doa por meio da amamentação. Isso significa que, até completar o protocolo de primovacinação, o filhote não deve ter contato direto com outros animais (que não sejam da casa) e não deve sair para passear”, explica Amanda.
- Cachorro adulto: Um cachorro adulto precisa de alimentação adequada, atividades físicas frequentes e uma rotina bem definida para ficar forte. A aplicação dos reforços anuais de vacina e as idas frequentes ao veterinário para realização de check-ups são essenciais para evitar problemas de saúde no presente e também no futuro.
- Cachorro idoso: Como nessa idade de cachorro os ossos ficam fracos, é preciso adaptar o ambiente para evitar acidentes: “Pisos escorregadios dificultam o atrito com as patas, favorecendo doenças osteoarticulares. É importante investir em pisos que facilitem a locomoção”, orienta Amanda. Ela diz que, se não for possível trocar o piso, vale usar tapetes impermeabilizados, como o tapete de sisal. Outra dica é elevar os potes de comida e água à altura do cotovelo. “Assim, o cachorro idoso não forçará as articulações do cotovelo e da coluna”, complementa. A alimentação do cachorro idoso também deve ser pensada. A vitamina para cachorro idoso é muito indicada pelos especialistas. Ela supre o déficit nutricional e melhora a qualidade de vida do cão. Converse com o veterinário para que ele decida qual vitamina para cachorro idoso vai ser necessária na dieta do seu amigo.
Redação: Maria Luísa Pimenta