A leucemia canina é um dos tipos de câncer em cachorro mais temidos. Assim como nos humanos, a doença afeta principalmente o sistema imunológico do cachorro, provocando desequilíbrios em todo o organismo. Apesar de ser uma doença conhecida, muitas pessoas não entendem muito bem o que é a leucemia canina. O que causa essa condição? Como ela se desenvolve? Quais os sintomas de leucemia? Como é o tratamento da doença? O Patas da Casa tira todas as dúvidas sobre a leucemia em cães a seguir!
O que causa a leucemia em cães?
No dia a dia, pode acontecer de algumas células do corpo nascerem com defeito. O normal é que elas não se desenvolvam e acabem morrendo sem causar qualquer prejuízo. Porém, em alguns casos, essas células mutantes conseguem sobreviver e passam a gerar novas células iguais a elas. É assim que surge o câncer em cachorro. A patologia é justamente o conjunto de doenças decorrentes do crescimento desenfreado de células defeituosas no corpo, afetando assim diferentes tecidos e órgãos. No caso da leucemia em cães, a medula óssea é o tecido mais prejudicado. Não é possível definir uma causa exata para a leucemia canina, já que se trata de uma mutação do DNA.
O sistema imunológico do cachorro é o mais prejudicado pela leucemia canina
A medula óssea é um tecido presente na parte mais interna dos ossos. A função dela é produzir os componentes do sangue, como hemácias (glóbulos vermelhos) e leucócitos (glóbulos brancos). A função dos leucócitos, por sua vez, é atuar no sistema imunológico do cachorro para proteger o organismo contra agentes invasores, como vírus e bactérias. Por conta do desequilíbrio causado pela leucemia em cães, o desenvolvimento dos glóbulos brancos presentes na medula óssea (os linfoides) também é impactado.
A leucemia canina linfoide pode ser dividida em aguda e crônica. A leucemia em cães do tipo aguda é mais comum em cachorros adultos, enquanto a do tipo crônica é mais frequente nos idosos. Nos dois casos de leucemia em cães, sintomas são bem parecidos. Porém, na leucemia aguda é possível que o pet apresente também problemas gastrointestinais, além de hemorragias.
Os sintomas de leucemia em cães podem demorar a aparecer
A leucemia canina pode se manter assintomática por muito tempo, o que dificulta o diagnóstico e atrasa o início do tratamento, diminuindo as chances de controle da doença. Outra característica da leucemia em cães é que os sinais costumam ser bem inespecíficos, ou seja, são comuns a diferentes tipos de doenças. Por isso, identificar a leucemia em cães pode não ser tão fácil. Dentre os principais sintomas de leucemia em cães, estão:
- Perda de peso
- Dor nas articulações
- Febre
- Apatia
- Fraqueza
- Aumento dos gânglios
- Mucosas pálidas
- Baixa imunidade
- Anemia
As células mutantes que causam leucemia em cães passam a se alimentar dos nutrientes que recebem e, por isso, a perda de peso é um dos primeiros sinais mais aparentes. O ideal é prestar bastante atenção a qualquer mudança física e comportamental do pet. Os sintomas da leucemia canina não vão chamar muita atenção de uma vez só, então é papel do tutor levar o pet ao veterinário sempre que perceber algo diferente no seu corpo.
Como é feito o diagnóstico da leucemia canina?
O veterinário vai levar os conta todos os sinais que o cachorro apresenta para fazer o diagnóstico da doença. Depois da anamnese clínica, o médico vai pedir alguns exames para descartar outras doenças e chegar a algum indício da leucemia canina. O exame de sangue em cachorro é uma das principais formas de medir a contagem de glóbulos brancos. Muitas pessoas têm dúvidas se o resultado de um hemograma com leucemia apresenta níveis de leucócitos altos (leucocitose) ou leucócitos baixos em cães (leucopenia). Nesse caso, a leucemia canina causa a multiplicação de células defeituosas. Ou seja, o número de leucócitos aumenta, mesmo que muitos deles sejam mutações. Por isso, a ideia de que a leucemia causa uma contagem de leucócitos baixos em cães não é totalmente certa, apesar de que isso pode acontecer sim em determinadas situações.
Além da leucocitose em cães, sintomas como o aumento dos gânglios, baço e fígado também podem servir de ponto de partida para o diagnóstico da leucemia. É comum que o veterinário solicite radiografias do abdome, pois isso ajuda a avaliar se os órgãos apresentam alterações que indiquem algum sinal de leucemia canina.
A quimioterapia é o principal tratamento para leucemia em cães
Quanto mais cedo se inicia o tratamento da leucemia em cães, melhores são as chances de um resultado positivo. A quimioterapia em cachorro consiste em um conjunto de remédios aplicado na veia que age contra as células defeituosas do corpo responsáveis pelo desenvolvimento do câncer. Esse método evita a reincidência da doença e metástase para outros órgãos. O problema é que, nesse processo, os remédios também podem atacar as células saudáveis.
Dentre os efeitos colaterais da quimioterapia, leucócitos baixos em cães, problemas gastrointestinais, vômitos e diarreia são bem comuns. Apesar de ser o tratamento mais indicado, a quimioterapia é agressiva e precisa ser bem acompanhada. As sessões são feitas no consultório veterinário, onde o animal é acompanhado de perto e é possível administrar outros remédios para diminuir esses efeitos. Além disso, é fundamental que, mesmo após o fim das sessões, o animal continue sendo acompanhado pelo veterinário para evitar recidivas. Como a leucemia canina debilita o sistema imunológico, o pet fica mais propenso a desenvolver outras doenças. Por isso, é fundamental ficar sempre de olho na saúde do animal durante todo o tratamento para tratar qualquer problema logo no início.
Redação: Maria Luísa Pimenta
Edição: Luana Lopes