O Maine Coon é uma das raças de gatos gigantes mais populares que existem. Ele é considerado o maior gato do mundo, com alguns exemplares medindo mais de 1 metro de comprimento. Mas não é só isso que chama a atenção no gato gigante: raças maiores que o normal podem surpreender com a personalidade cativante e adorável. Mas como será que deve ser viver com uma raça de gato gigante como o Maine Coon? Que cuidados são necessários e como é o comportamento do bichano no dia a dia? Para descobrir as respostas, o Patas da Casa conversou com duas tutoras da raça que deram vários detalhes sobre a convivência com o gatinho.
Gatos de raça: por que escolher um Maine Coon para chamar de seu?
O que não faltam são motivos para escolher a maior raça de gato do mundo: o Maine Coon tem uma personalidade amigável e temperamento dócil, por isso, se apaixonar pelo bichano é muito fácil. A tutora Marcela Petry tem um filhote de gato Maine Coon que completou um ano de idade recentemente. O Morpheus mede aproximadamente um metro da ponta da cauda até o focinho e pesa um pouco mais de 7 kg. Ou seja, faz totalmente jus à fama de raça de gato gigante.
“Sempre quis um Maine Coon. Apesar do tamanho e da cara de mau, eles são extremamente dóceis com humanos, com outros animais e principalmente com crianças. Já tenho dois gatos SRD, mas eles não são muito fãs de crianças, e queria que meus sobrinhos pudessem aprender desde pequenos a conviver e respeitar os animais. Ver um gato gigante como o Maine Coon se derretendo e sendo extremamente carinhoso e cuidadoso com crianças é algo que ultrapassa o limite da fofura”, conta Marcela.
A tutora Renata Fava também tinha um gatinho da raça Maine Coon que se chamava Fúria da Noite, mas infelizmente faleceu recentemente. Ele já era um gato adulto, com 6 anos de idade e comprimento de 1,10 metros. Restaram a saudade e as memórias da convivência com esse gatinho de personalidade exemplar, como revela Renata: "O que me fez escolher essa raça de gato gigante foi o temperamento. A raça é super dócil e se adapta muito bem com crianças e outros gatos ou cachorros. Eu tinha um certo preconceito com gatos até o dia que o Fúria da Noite entrou na minha vida. Ele era paciente, carinhoso, amoroso e comilão. Atendia pelo nome e fazia manha."
Como é o comportamento e a convivência com o gato Maine Coon?
“A convivência com o Maine Coon não costuma ter muita diferença para os outros gatos que já tinha, tirando o fato de que meus gatos têm mais de 7 anos e agora são muito mais calmos. O Morpheus ainda é um filhote cheio de energia e que não tem exatamente muita noção do próprio tamanho”, relata Marcela. Segundo a tutora, o Morpheus é bem desengonçado e às vezes escorrega quando corre, erra o alvo ao pular ou perde o equilíbrio quando anda em uma superfície mais estreita. “Uma outra coisa que é da raça, mas eu não tinha me atentado até ele chegar, é que o Maine Coon adora água! O Morpheus praticamente faz do bebedouro uma banheira, jogando água pra todos os lados”.
Além disso, aqui vai uma outra curiosidade sobre o comportamento do gato gigante: o Maine Coon é muito apegado com seus donos, e sempre faz questão de estar bem próximo da família. “Ele não é um gato que gosta de colo, mas sempre está por perto, então quando ele não está brincando, está deitado perto da gente, pedindo carinho e ronronando. O Morpheus também é muito sociável, não estranha as pessoas, é muito companheiro”. Ou seja, ele é a companhia perfeita!
Como a tutora Renata convivia com um gato já adulto, o comportamento do felino era um pouco diferente: “Meu Fúria era um lord. Super tranquilo e carinhoso. Ele dormia com meu filho e costumava assisti-lo jogando videogame”. Essa mudança comportamental é comum conforme o gato fica mais velho. Quando ainda são filhotes, os felinos são cheios de energia, mas a tendência é que o bichano adote uma postura mais calma e pacífica quando atinge a maturidade.
Maine Coon: gato da raça é bastante ativo e gosta de brincar
Não importa qual seja a idade do Maine Coon, as brincadeiras são sempre bem-vindas! No caso de Renata, o Fúria da Noite ficava o dia inteiro sozinho em casa com outros gatos, mas a tutora sempre separava um tempinho para brincar com eles quando chegava em casa. Já o Morpheus, gatinho filhote da Marcela, é super ativo e tem energia de sobra para se divertir. “Ele quer brincar o tempo todo, mas não é do tipo destrutivo que sai derrubando tudo. O Maine Coon é mais de correr, buscar bolinhas de papel, escalar as prateleiras e chamar a atenção dos irmãos para brincar com ele. O fato dele ser tão ativo e cheio de energia às vezes pode cansar, mas ao mesmo tempo é uma delícia ver ele brincando e sendo adoravelmente bobo”.
Uma boa ideia para suprir as necessidades energéticas do bichano é a gatificação da casa. Segundo Renata, a raça de gato gigante tem um padrão de comportamento vertical, então esse é um gatinho que faz questão de explorar os lugares mais altos da casa, como estantes e prateleiras. Por isso, a instalação de um "parquinho para gatos" na parede é uma ótima inciativa. A tutora Marcela, inclusive, também é adepta dessa ideia: “Antes mesmo do Morpheus chegar a gente mandou fazer alguns móveis sobre medida para verticalizar o espaço, com prateleiras, nicho, cama suspensa, um móvel para colocar as caixinhas de areia, além de um arranhador grande que já tínhamos”.
Vale destacar ainda que, quando se trata de um filhote de gato, como o Morpheus, é importante conseguir acompanhar o ritmo do pet. “Ele tem muita energia! Começa já de manhã cedo, vem na minha cama para me acordar, traz bolinha de papel para jogarmos, acorda os irmãos para brincarem juntos. Passa o dia todo praticamente andando pela casa procurando algo pra fazer. Adora bolinhas de papel, prendedores de cabelo e principalmente brincar com a água do bebedouro. Ele faz isso o tempo todo e quase sempre está com as patas e pelo molhados”, conta Marcela. Uma fofura, não é?!
Gato gigante: raça Maine Coon consegue se adaptar a lugares menores?
Quem vê uma raça de gato gigante como o Maine Coon logo fica inseguro sobre o espaço para a criação. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o bichano não precisa viver em uma casa super espaçosa para ter uma boa qualidade de vida. “É lógico que mais espaço dá para eles brincarem mais, mas o que o Maine Coon gosta mesmo é de carinho e ficar observando a vida alheia pela janela”, brinca Renata.
A tutora Marcela concorda: “Meu apartamento é razoavelmente pequeno (46 m²), mas não tivemos problemas com a chegada do Morpheus. Verticalizar o espaço ajudou bastante. O que queríamos era garantir que o Doctor e a Tiamat, meus outros dois gatinhos, se sentissem confortáveis e seguros com o novo membro da família. No final, não tivemos problemas com marcação de território ou brigas. E quando um se estranha com outro já tem uma rota de fuga e um lugar para se esconder”.
Quais cuidados são necessários com o raça de gato gigante?
Assim como qualquer outro felino, o gato da raça Maine Coon também precisa de alguns cuidados básicos com a sua rotina. O principal ponto é investir em uma ração para gatos de boa qualidade, já que isso fortalece bastante o sistema imunológico e a saúde do felino. Também é necessário fazer um acompanhamento com um médico veterinário e manter as vacinas sempre atualizadas.
Além disso, conforme Renata destaca, é necessário prestar atenção nos dentes e no coração do gatinho. A cardiomiopatia hipertrófica felina é uma das maiores preocupações na raça de gato gigante, sendo caracterizada pela hipertrofia do ventrículo esquerdo, o que resulta em um fluxo inadequado de sangue no organismo do animal. Já os dentes devem ser higienizados regularmente para evitar problemas como o tártaro em gatos. Renata ainda acrescenta outros cuidados que faziam parte da rotina do Fúria da Noite: “Ele ia ao pet shop uma vez a cada 2 meses e fazíamos a escovação dos pelos frequentemente em casa.”
O gato Maine Coon é sinônimo de amor e companheirismo
Com um Maine Coon, você nunca tem tempo ruim. O amor e carinho que a raça oferece é tão grande quanto o seu próprio tamanho. Para Marcela, a história com Morpheus é ainda mais emocionante: “Eu havia decidido ter um gato a mais porque tecnicamente ter filhos seria algo muito difícil pra mim, e escolhi a raça Maine Coon por ser cheia de alegria e carinho. Poucos meses depois que o Morpheus chegou descobri que estava grávida, e sinceramente não me arrependo de nada. Fico até feliz de saber que minha filha vai crescer com meus gatos - os outros dois não são fãs de crianças, mas o Morpheus eu tenho certeza que será um grande companheiro para ela”.
Redação: Juliana Melo
