Você já ouviu falar no gato que parece raposa? Há muitos anos, os habitantes da Ilha de Córsega, na França, ouvem histórias sobre um curioso felino que vive na região. Ele claramente lembra um gato, mas também possui características físicas bem parecidas com as de uma raposa. Por conta disso, passou a ser chamado de “gato raposa” ou “gato raposa da Córsega".
Apesar de famoso na região, nunca se soube exatamente qual é o grupo que esse animal pertence. Afinal, é um gato selvagem, um gato doméstico ou um gato híbrido? Muitos cientistas passaram a estudar a espécie e, após alguns anos de pesquisa e muitas análises genéticas, foi descoberto que há a possibilidade de que o gato raposa seja, na verdade, uma nova subespécie de felinos! Entenda melhor a seguir a história por trás do gato raposa e o que os cientistas já sabem sobre esse animal intrigante.
O mistério em torno do gato raposa já existe há anos
A história de um gato que parece raposa atacando ovelhas e cabras na região de Córsega já faz parte da mitologia entre os habitantes de Córsega por muito tempo, sempre passando entre gerações. Acredita-se que as primeiras documentações da sua existência tenham surgido no ano de 1929. Sempre existiu um grande mistério em torno desse animal. Enquanto alguns acreditavam que se tratava de um gato híbrido (mistura entre gato e raposa), outros tinham certeza que o animal era um gato selvagem. O mistério entre os moradores passou a se tornar uma curiosidade entre os cientistas. Então, desde 2008, muitos pesquisadores se empenharam em investigar a origem e características do gato raposa.
O gato raposa poderá ser considerado uma subespécie em breve
Durante anos, cientistas pesquisaram e fizeram muitas análises genéticas com o gato raposa para entender de fato a sua origem e a sua classificação taxonômica. Os testes comprovaram que não se trata de um gato híbrido, mas sim de um gato selvagem. Em 2019, saíram as primeiras notícias sobre o assunto: os cientistas haviam descoberto que o curioso gato raposa seria, na realidade, uma nova espécie ainda não documentada. Porém, as pesquisas não pararam por aí. Em janeiro de 2023 (quase 100 anos após os primeiros registros oficiais de um gato raposa), foi divulgado um novo estudo publicado pela revista Molecular Ecology. Segundo o periódico, já existem provas de que o gato raposa é, na verdade, uma subespécie de felinos.
Durante a pesquisa, os estudiosos compararam amostras de DNA de vários gatos selvagens e domésticos comuns na região da Ilha de Córsega. Assim, foi possível perceber diferenças notáveis entre o gato raposa e os outros felinos. Um exemplo é o padrão de listras dos animais: o gato raposa apresenta listras em uma quantidade bem menor. Ainda não é possível afirmar nada 100%. A próxima etapa do estudo será comparar esse felino com gatos selvagens de outras regiões. Isso é importante porque existe uma enorme variedade de linhagens de diferentes partes do mundo. Não é uma tarefa muito simples, pois é muito comum que um gato doméstico cruze com um gato selvagem, o que dificulta a pesquisa. Porém, o grupo já afirma que a definição do gato raposa como uma subespécie de felinos já é quase certa.
O que se sabe sobre o gato raposa?
O gato que parece raposa possui uma aparência única, pois tem características de felino mas com certos traços que realmente lembram os de uma raposa. O gato raposa da Córsega tem um comprimento longo se comparado ao dos gatos domésticos. Da cabeça até a cauda, mede cerca de 90 cm. Uma característica marcante do gato que parece raposa é a sua cauda anelada, com uma média de dois a quatro anéis. Além disso, a ponta do rabo do gato é sempre preta.
A pelagem do gato raposa da Córsega é naturalmente muito densa e sedosa, com várias listras nas patas dianteiras. Quanto ao seu comportamento, o felino tem o costume de habitar locais mais altos. Normalmente, ele pesca seus próprios peixes para se alimentar. Ainda é preciso descobrir muitas informações sobre o famoso gato raposa, principalmente quanto à sua origem, mas os cientistas continuam bastante empenhados em conhecer melhor sobre esse animal tão curioso.
Redação: Maria Luísa Pimenta
Edição: Luana Lopes