A FIV e FeLV são duas doenças perigosas que atingem os felinos. A FIV é conhecida como Imunodeficiência Felina, e a FeLV como Leucemia Felina. A grande diferença entre elas é a forma de transmissão, uma vez que a FIV é transmitida pelo contato com saliva ou sangue de gato contaminado e a FeLV é transmitida a partir do contato direto de um gato saudável com um gato doente. Secreções nasais, saliva, urina e até mesmo o compartilhamento de objetos podem ser porta de entrada para a doença.
Por isso, quando um gato é diagnosticado com FeLV, a vida dos tutores vira de cabeça para baixo. Afinal, o animal precisa de uma série de cuidados. Para entender melhor o que é FeLV em gatos, os principais sintomas da doença e como cuidar de animais positivos para essa doença, nós conversamos com a médica veterinária Andresa Esteves. Confira abaixo!
O que é FeLV em gatos?
Conforme a especialista destaca, FeLV é a sigla para Feline Leukemia Virus (Vírus da Leucemia Felina). Trata-se de uma doença viral grave que afeta os gatos e pode comprometer seriamente a saúde animal, podendo até ser fatal. “Esse vírus enfraquece o sistema imunológico dos gatos, tornando-os mais suscetíveis a outras infecções, doenças e certos tipos de câncer, especialmente a leucemia (um tipo de câncer no sangue)”, revela.
Para quem se pergunta se a leucemia felina passa para humanos, a resposta é não. Embora seja contagiosa entre os gatos, Andresa explica que a FeLV é causada por um retrovírus da família Retroviridae, semelhante ao HIV em humanos, mas que não tem relação direta nem passa para humanos.
FeLV: sintomas da doença são variados e nem sempre aparecem
Quando falamos da leucemia felina, sintomas podem gerar dúvidas nos tutores. Isso acontece porque os sinais da doença são variados, inespecíficos e podem ser facilmente confundidos com outras doenças. De acordo com a médica veterinária, algumas manifestações clínicas da FeLV são perda de apetite, perda de peso progressiva, letargia, febre persistente, diarreia ou vômitos crônicos.
Além disso, outros sintomas que podem surgir são:
- Infecções recorrentes (respiratórias, orais, de pele, etc.)
- Anemia (palidez nas mucosas, fraqueza)
- Gengivite ou estomatite (inflamação na boca e gengiva)
- Dificuldade respiratória
- Ínguas aumentadas (linfonodos inchados)
- Icterícia (amarelamento dos olhos e mucosas)
- Convulsões ou alterações neurológicas (em casos avançados)
- Aborto espontâneo ou infertilidade (em fêmeas)
Vale dizer que nem todos os gatos apresentaram todos os sintomas. Inclusive, existe a possibilidade de alguns animais serem assintomáticos, ou seja, sem apresentar sintoma algum. “Alguns podem ser portadores sem sinais evidentes por um bom tempo, mas ainda assim transmitir o vírus”, alerta.

Teste da FeLV é essencial antes de introduzir um animal novo em casa
O teste de FIV e FeLV é fundamental para descobrir se um animal é ou não portador de alguma dessas doenças. “O diagnóstico é feito por exames de sangue (como ELISA e IFA), e é recomendado testar gatos antes de introduzi-los em um ambiente com outros gatos”, orienta Andresa.
Essa orientação é importante porque, diferente do gato com FIV, que pode conviver com gatos saudáveis, o gato com FeLV não pode conviver com animais que testaram negativo, pois ele pode acabar transmitindo o vírus. Por outro lado, a médica veterinária revela que o gatinho com leucemia felina pode conviver com outros gatos positivos, desde que todos estejam saudáveis e sejam bem acompanhados pela família.
A leucemia felina tem cura?
A FeLV é uma doença de gato que, infelizmente, não tem cura. Segundo a profissional, ela é causada por vírus que se instala no organismo do gato e permanece por toda vida. “Não existe um tratamento específico que elimine o vírus, mas há formas de tratar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O tratamento é individualizado, conforme os sinais clínicos do gato”, explica.
Por outro lado, é possível prevenir a FeLV com a vacinação. A vacina V5 para gatos é uma polivalente que oferece proteção contra cinco patologias graves: rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia, clamidiose e leucemia felina. Esse é o imunizante mais completo, feito em três doses iniciais e que deve ser reforçado anualmente.
Os principais cuidados com um gato com FeLV
Apesar de ter algumas limitações no dia a dia por causa da FeLV, gatos podem viver muitos anos e com qualidade de vida se receberem os cuidados certos - é o que afirma Andresa. Mas que cuidados são esses? A médica veterinária listou os pontos mais importantes abaixo:
- Ambiente seguro e calmo
- Alimentação de qualidade
- Acompanhamento veterinário frequente
- Prevenção de infecções
- Amor e atenção fazem a diferença
Seguindo essas dicas, é totalmente possível fazer um gatinho com leucemia felina ter uma boa qualidade de vida, apesar da doença.