Já se perguntou quanto tempo vive um cachorro cardíaco? Embora essa seja uma questão difícil de ser respondida, existem vários fatores que influenciam nisso. Um deles é a alimentação que o pet recebe após o diagnóstico. Mas você já se perguntou como funciona a ração para cachorro com problemas no coração? Para responder a essa e outras dúvidas, nós conversamos com a médica veterinária Andresa Esteves. Veja o que ela nos contou abaixo!
Existe ração para cachorro cardiopata?
Sim! De acordo com a especialista, inúmeras empresas disponibilizam uma ração formulada especialmente para cachorros com doenças cardíacas. “O animal cardiopata precisa de uma ração diferenciada. Sua formulação costuma ser altamente restrita em Sódio (Na) e conter suplementos para o coração como Ômega-3, Taurina ou L-Carnitina”, explica.
Os principais objetivos dessa ração para cachorro incluem diminuir a ocorrência de complicações, melhorar a qualidade de vida do paciente e retardar a progressão da doença. Porém, é importante ficar atento às contra indicações do produto: “Tem contra indicação para gestantes, lactantes e para cães em crescimento.”
As diferenças da ração tradicional para a ração de cachorro cardiopata
“Animais saudáveis normalmente comem alimentos de manutenção, que são o suficiente para satisfazer suas necessidades nutricionais, como energia e proteína nos níveis de garantia adequado. Já a ração para cachorro cardiopata tem alguns ajustes no nível de energia e proteína para garantir o equilíbrio eletrolítico, buscando reduzir os sintomas e contribuir para que a doença não avance”, é o que diz Andresa.
Além disso, a médica veterinária lembra que o envelhecimento é um processo fisiológico que consiste no declínio progressivo da capacidade funcional do organismo. Uma das principais consequências disso é que o processo diminui a habilidade do indivíduo em manter a homeostase. Por esse motivo, a nutrição é fundamental para atender essas manifestações, fornecendo nutrientes focados para cães cardiopatas.
Entenda a composição da ração para cachorro com problemas cardíacos
Segundo a especialista, a ração para cachorro cardiopata proporciona níveis ideais de energia, minimiza o estresse oxidativo, reduz a inflamação, mantém o equilíbrio eletrolítico e melhora a performance cardíaca.
“Cães cardiopatas podem apresentar apetite reduzido, assim causando uma perda patológica de massa magra que está associada à perda de peso corporal. Por esse motivo contém maior teor calórico e uma fórmula altamente palatável pode ajudar a reduzir a perda de massa muscular e preservar o escore de condição corporal”, esclarece.
E qual a melhor ração para cachorro cardiopata? A veterinária destaca os principais nutrientes desse tipo de alimentação incluem:
- Baixo teor de sódio: “redução do sódio reduz a pressão dentro dos vasos e, portanto, a carga de trabalho do coração.”
- Carnitina: “necessária para a oxidação da gordura no coração e, portanto, ajuda a garantir o suprimento de energia para o coração e pode melhorar a força contrátil.
- Arginina: “melhora o trabalho cardíaco nesses pacientes.”
- Antioxidantes: “diminui o estresse oxidativo, particularmente a vitamina E. Busca um equilíbrio entre dano oxidativo e proteção por antioxidantes em animais com insuficiência cardíaca crônica.”
- Ômega 3: “reduz o risco de arritmia em pacientes com doença cardíaca.”
- Magnésio e potássio: “são dois eletrólitos que podem se tornar desequilibrados, por esse motivo devem receber dietas com adequada concentração de magnésio e potássio, evitando desequilíbrios e suas consequências.”
Como trocar a ração de cachorro após o diagnóstico?
A troca de ração de cachorro deve ser feita de forma gradual para não irritar o sistema gastrointestinal e nem causar o estranhamento e uma possível rejeição do pet. Sobre a maneira certa de fazer essa troca, Andresa orienta: “O modelo mais praticado é misturar as rações de maneira que os novos grãos possam ganhar espaço no potinho aos poucos. Comece oferecendo 25% do novo alimento, depois aumente para metade/metade, eleve a oferta para 75%, até que chegue o dia que o seu pet comerá a nova ração sem ter se dado conta. A transição costuma acontecer em dez dias.”