Conhecer a anatomia canina e a fisiologia animal é fundamental para compreender melhor como o corpo do seu pet funciona. Assim como os humanos, os cães também têm diversos sistemas e realizam inúmeros processos a todo o tempo com o objetivo de manter o animal vivo e saudável. A respiração do cachorro é um desses processos, sendo considerado um dos mais essenciais para a manutenção da vida.
A forma como a respiração canina funciona lembra bastante a humana e, assim como nós, o pet pode sofrer complicações respiratórias. Você sabia que existe gripe em cachorro, por exemplo? Que um cachorro com respiração curta e rápida pode ter um problema cardíaco? Ou então que é mais comum ver o cachorro gripado no inverno? O Patas da Casa te conta tudo sobre a respiração do cachorro, desde sua anatomia até os problemas de saúde que podem surgir relacionados a ela. Confira!
A respiração do cachorro é um processo fundamental para a manutenção da vida do animal
Na anatomia canina, a respiração do cachorro é o processo responsável pela troca gasosa. Por meio da respiração, cachorro inspira o oxigênio, gás que está presente no ar. Sem ele, as células não respiram e, consequentemente, o corpo morre. Além de inspirar oxigênio na respiração, cachorro expira o gás carbônico, um gás que é produzido pela respiração celular e que ajuda a regular o equilíbrio ácido-básico no sangue. Quando ele está em excesso, porém, torna-se prejudicial ao corpo e, por isso, deve ser eliminado. Além dessas funções, a respiração do cachorro ainda controla a temperatura corporal, auxilia no olfato canino e filtra, aquece, resfria e umidifica o ar.
Anatomia canina: quais são os órgãos que realizam a respiração do cachorro
A respiração do cachorro só acontece porque há vários órgãos atuando em conjunto. Quando falamos de sistema respiratório canino, podemos dividir os órgãos em dois grupos. O primeiro é o trato respiratório superior, responsável por conduzir o ar. Na anatomia canina, órgãos do sistema respiratório que fazem parte desse grupo são: nariz (mais especificamente narinas e fossas nasais), faringe, laringe e parte superior da traqueia. O segundo grupo é o trato respiratório inferior, responsável por realizar a respiração do cachorro em si. Os órgãos participantes são: parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares (que se encontram nos pulmões).
Como funciona o processo de respiração do cachorro?
O trato respiratório é como se fosse um grande tubo que encaminha o ar do nariz aos pulmões. Toda a respiração do cachorro começa com o ar repleto de oxigênio atravessando as narinas e passando pelas fossas nasais, onde começa a ser filtrado. Logo depois, o ar vai para a faringe, um tubo que faz parte tanto do sistema respiratório quanto do sistema digestivo do cachorro. No digestivo, a faringe leva o alimento que vem da boca ao esôfago, enquanto no respiratório ela leva o ar das fossas nasais para a laringe.
A laringe, por sua vez, conta com cordas vocais que vibram quando o ar passa por elas. Assim, acontece a vocalização e ouvimos o latido de cachorro. Da laringe, o ar vai para a traqueia e, então, chega aos brônquios. Existem dois brônquios que, ao se bifurcarem, levam o ar para cada pulmão de cachorro. Dentro do pulmão, os brônquios se dividem em diversos bronquíolos, que são brônquios pequenos. Na pontinha de cada bronquíolo, temos os alvéolos pulmonares, onde a troca gasosa acontece de fato.
A troca gasosa realizada pela respiração de cachorro permite que todos os órgãos funcionem
Todo esse percurso que o ar percorre na anatomia canina termina na troca gasosa. O sistema respiratório está relacionado com o sistema cardiovascular, pois o pulmão de cachorro, além de receber o ar que vem de fora, recebe o sangue venoso rico em gás carbônico presente nos capilares. Como explicamos, o gás carbônico precisa ser eliminado. Então, esse gás é removido do sangue venoso e é liberado para fora do corpo por meio da expiração. Ao mesmo tempo, o oxigênio que o pulmão recebeu do ar entra no sangue venoso, que torna-se sangue arterial. Esse sangue arterial rico em oxigênio é transportado para todas as células do corpo, para que elas recebam esse gás e possam fazer a respiração celular. Todo esse processo de troca gasosa é chamado cientificamente de hematose.
Cães braquicefálicos: respiração de cachorro com essa condição sofre alteração
Algumas raças de cachorro apresentam naturalmente uma maior dificuldade em respirar, como é o caso dos cachorros braquicefálicos. A anatomia canina de raças de cachorro braquicefálico (como Shih Tzu, Pug e Bulldog) possui algumas diferenças, resultado dos diversos cruzamentos que sofreram no passado. Cães braquicefálicos apresentam um crânio mais curto e um focinho mais achatado com narinas estenóticas (estreitas). Além disso, eles têm hipoplasia de traqueia, condição que faz com que o órgão não seja bem desenvolvido.
Com essas alterações na anatomia canina, o ar tem dificuldade para atravessar as narinas estreitas e o pouco espaço disponível na traqueia mal desenvolvida. Assim, a respiração do cachorro braquicefálico fica prejudicada e ele naturalmente apresenta problemas respiratórios com mais frequência. Por isso, é muito comum ver os cachorros braquicefálicos ofegantes e com a língua para fora. Esses são sinais clássicos de cachorro com dificuldade de respirar.
Frequência da respiração: cachorro de porte pequeno costuma respirar mais rápido
O ritmo da respiração de cachorro diz muito sobre a sua saúde. Normalmente, a frequência respiratória do cachorro é de 10 a 35 respirações por minuto. Porém, essa média não é igual para todos os cães: cachorro de pequeno porte costuma ter a frequência naturalmente mais elevada do que um cachorro de grande porte. Além disso, é importante ressaltar que essa é a média para a respiração de cachorro calmo e em repouso. Em dias muito quentes ou após atividades físicas, por exemplo, é normal que o animal apresente um ritmo mais acelerado. Podemos dizer que a respiração do cachorro está fora do normal quando ele apresenta um ritmo menor que 10 (bradipnéia) ou maior que 35 (taquipneia) respirações por minuto quando está em repouso.
Cachorro com respiração curta e rápida, tremendo, com língua de fora… entenda as causas de cada tipo de dificuldade respiratória
É muito importante ficar atento à respiração. Cachorro com frequência respiratória fora do normal pode estar com algum problema de saúde que deve ser investigado e tratado. A falta de ar é perigosa porque, sem oxigênio, todos os órgãos ficam comprometidos. Confira alguns tipos de respiração de cachorro que merecem uma atenção especial:
Cachorro com respiração curta e rápida: trata-se de um sintoma de cão hiperventilando. O cachorro com respiração curta e rápida está com falta de ar e respira dessa forma em uma tentativa de captar melhor o oxigênio do ambiente. As causas mais comuns são estresse, ansiedade e doenças respiratórias no geral. Sempre que vir o cachorro com respiração curta e rápida, tente acalmá-lo e leve-o ao veterinário.
Cachorro respirando muito rápido e com coração acelerado: como explicamos, os sistemas respiratório e cardiovascular estão interligados. Por isso, cães com problemas no coração também apresentam a falta de ar como sintoma. As doenças cardíacas acabam comprometendo a circulação e, consequentemente, o fluxo de oxigênio. Assim, surgem as complicações respiratórias que levam à respiração rápida. O cão fica com o coração bem acelerado e respiração mais ofegante à noite.
Respiração do cachorro ofegante e corpo tremendo: um cachorro ofegante é comum a diversas doenças respiratórias. Quando esse sinal vem com um tremor no corpo, pode indicar que o cachorro está com febre. Outra possibilidade é intoxicação. O cachorro intoxicado fica ofegante e seu corpo treme, além de apresentar desorientação, salivação excessiva e, às vezes, convulsão. Por fim, a respiração de cachorro ofegante com corpo tremendo também pode ser sinal de ansiedade.
Cachorro com a língua de fora: esse comportamento é comum após exercícios físicos ou em dias mais quentes. Ao receber carinho e na euforia de encontrar o dono, também é normal ver o cachorro com a língua de fora. Fora dessas situações, porém, pode indicar que o animal está com algum problema respiratório. Além disso, o cachorro respirando muito rápido com a língua de fora pode estar com sede, então ofereça água.
A gripe em cachorro é uma das doenças respiratórias mais comuns que um cão pode ter
Sinusite, rinite, bronquite canina, pneumonia em cachorro… são muitos os problemas respiratórios nos cães que precisam de atenção, especialmente no inverno. A gripe em cachorro - que também pode ser chamada de tosse dos canis ou tosse canina - é causada pelo vírus Influenza A. Sua transmissão acontece pelo contato de um pet saudável com um animal, objeto ou ambiente contaminado. Existem muitas semelhanças entre a gripe humana e a gripe em cachorro. Sintomas são parecidos e o nome popular é o mesmo. Porém, não se trata da mesma doença, pois os vírus causadores de cada uma são diferentes. Por isso, a gripe em cachorro não é transmitida para humanos e vice-versa.
Sintomas de gripe em cachorro: tosse e coriza são os mais frequentes
Na gripe em cachorro, sintomas não costumam se manifestar de forma intensa. Na maioria das vezes, lembram apenas um resfriado. Porém, mesmo que a gripe canina esteja branda, é importante tratá-la. Por mais simples que a doença seja no início, pode evoluir e resultar em uma pneumonia. Os sintomas de gripe em cachorro que o tutor deve ficar atento são: tosse seca, espirro, coriza, olho lacrimejando, apatia, falta de apetite, dificuldade de respirar e febre. Vale ressaltar que nem sempre aparecem todos esses indicativos de gripe em cachorro. Sintomas podem surgir aos poucos e, por isso, é sempre importante ficar atento.
Gripe em cachorro: como tratar?
Ao observar os sintomas de gripe em cachorro, leve-o ao veterinário para ser avaliado. Mas após diagnosticar o pet com gripe em cachorro, como tratar a doença? Como a gripe não costuma avançar para um estado grave tão rápido, é comum que o tratamento seja feito com bastante repouso, hidratação e boa alimentação. Em alguns casos, o veterinário pode prescrever algum remédio para gripe em cachorro que ajude a agilizar a recuperação. Os medicamentos são escolhidos de acordo com os sintomas apresentados. Dentre os tipos de remédio para gripe em cachorro mais prescritos, podemos ressaltar antitérmicos para aliviar a febre e antibióticos para os casos mais avançados, em que há potencial para virar uma pneumonia em cachorro.
Para evitar problemas na respiração do cachorro no inverno, mantenha o pet aquecido e vacinado
Durante todo o ano, o pet pode sofrer com problemas respiratórios. Porém, eles são mais frequentes nos meses mais frios, já que as defesas do organismo naturalmente tendem a enfraquecer quando o animal está exposto a temperaturas mais baixas. Dentre as doenças mais comuns no inverno, a gripe em cachorro e a bronquite canina merecem destaque. Para evitar esses problemas, é importante aquecer o cachorro no frio. Coloque mantas extras na casinha e caminha para deixar o animal bem quentinho. Além disso, vale investir em roupa de frio para cachorro. O seu cãozinho ficará estiloso e aquecido.
Outro cuidado fundamental, não só no inverno, mas em qualquer época do ano, é manter a vacinação do cachorro em dia. A gripe em cachorro pode ser prevenida com a vacina da gripe canina, aplicada a partir dos dois meses e com reforço anual. Além de vacinar o pet, lembre-se de manter o animal hidratado e com uma alimentação de qualidade para garantir que sua imunidade esteja sempre fortalecida.
Redação: Maria Luísa Pimenta
Edição: Mariana Fernandes