Saúde de cachorro

Síndrome do cão nadador: o que é e como tratar a hipoplasia miofibrilar?

Publicado - 05 Abril 2023 - 16h21

Atualizado - 28 Junho 2024 - 12h02

A síndrome do cão nadador é uma doença que afeta o sistema esquelético canino. Também conhecida como hipoplasia miofibrilar, essa condição afeta principalmente a movimentação do filhote, que nasce com uma alteração na anatomia canina. A doença do cachorro nadador é desconhecida por muitas pessoas, mas merece bastante atenção. O pet que sofre com essa doença deve ser tratado desde cedo, pois dessa forma ele consegue ter uma vida bem mais confortável. O Patas da Casa te explica a seguir o que é a síndrome do cão nadador, quais são seus sintomas e como ela pode ser tratada. Confira!

O que é a síndrome do cão nadador?

Apesar do nome, a doença do cão nadador não tem nenhuma relação com a habilidade de nadar do pet. Na verdade, o nome faz uma referência ao formato e à maneira como as patas do cachorro se locomovem quando ele tem a condição. A síndrome do cachorro nadador é uma doença musculoesquelética. Ela ocorre quando os músculos da perna do animal não se desenvolvem de maneira correta ainda durante a gestação. Como resultado, o cachorro nadador apresenta uma hiperextensão das articulações, em especial a coxofemoral.

Quando isso acontece, a perna do pet se expande muito e não consegue se sustentar direito. Então, o cão passa a ficar sempre com as patas muito esticadas. É por isso que o nome da doença é síndrome do cão nadador: a posição esticada com as patas estendidas faz parecer que o pet está nadando. O grande problema é que, como a sustentação do cachorro é afetada, ele apresenta muita dificuldade para andar e até mesmo para apenas ficar em pé.

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O que causa a hipoplasia miofibrilar?

Ainda não se sabe exatamente qual é a causa da síndrome do cão nadador. Porém, ela surge ainda durante a gestação de cachorro, quando o embrião está sendo formado. Isso quer dizer que o pet já nasce com a condição. Uma das principais hipóteses é que a doença do cachorro nadador tenha causa genética e que passa entre as gerações. Outro fator que pode influenciar a ocorrência de hipoplasia miofibrilar é a falta de um nutriente chamado glicose-6-fosfatase no organismo.

Acredita-se ainda que a cadela prenha que se alimenta com uma dieta hiperproteica (ou seja, com excesso de proteínas) também tem mais chances de ter filhotes com a doença. A síndrome do cão nadador pode afetar qualquer cachorro. Porém, raças com patas curtas normalmente são as mais afetadas. Dentre elas, podemos citar Pug, Poodle, Shih Tzu, Basset Hound, Dachshund, Bulldog Inglês e Cocker Spaniel.

Conheça os sintomas da síndrome do cachorro nadador

Os primeiros sintomas da síndrome do cachorro nadador começam a ser percebidos logo a partir da segunda semana de vida. Nesse momento, o cão começa a ficar mais agitado e tenta caminhar, mas parece que algo o impede e ele não consegue concluir os movimentos e nem se sustentar bem sozinho. Além da dificuldade para andar, o cachorro nadador se mostra com os membros em hiperextensão. Por conta disso, ele costuma ficar com a barriga encostada no chão e as pernas bem estendidas (como o movimento de um nadador). O cãozinho também costuma perder peso porque, como tem tanta dificuldade para se locomover até o pote de ração, acaba se alimentando menos.

No geral, os sintomas da hipoplasia miofibrilar são:

  • Dificuldade para caminhar e se manter em pé
  • Movimentos descoordenados
  • Barriga encostada no chão e patas com hiperextensão
  • Perda de peso
  • Quando se locomove, seus movimentos parecem os de um nadador
  • Úlceras na barriga (por ficar muito tempo grudada no chão)
  • Fraqueza
  • Dificuldade de respirar
  • Constipação
cachorro deitado na sala com as patas abertas
O cachorro nadador fica a maior parte do tempo com a barriga no chão e as patas em hiperextensão

Como é realizado o tratamento da síndrome do cão nadador?

O diagnóstico da síndrome do cão nadador é obtido através da análise clínica e do histórico do paciente, além de exames de imagem, como raio-X. Assim que fica comprovado que o pet possui essa doença, o tratamento deve ser iniciado. A fisioterapia para cachorro é sempre indicada porque ajuda a fortalecer o tônus muscular e dá mais confiança ao cão. Com as técnicas da fisioterapia, o cachorro nadador vai ganhando mais sustentação e, com o tempo, vai aprendendo a caminhar.

Além da terapia, o pet normalmente precisa utilizar bandagens que ajudam a manter as patas do cachorro na posição esperada, com as pernas mais firmes e ombros mais para dentro, diminuindo a hiperextensão. As bandagens normalmente são feitas com esparadrapos e fitas adesivas e podem ser fixadas no formato de algemas ou de oito. É o médico veterinário quem vai indicar o melhor tipo para o caso do seu cão. Por fim, uma dica especial é escolher bem o piso para cachorro dentro de casa: aposte nos pisos antiderrapantes e elimine de vez os pisos escorregadios.

Síndrome do cachorro nadador: o tutor precisa ter cuidado com a dieta do animal

O cachorro nadador precisa de uma atenção especial quanto à alimentação. A dificuldade de caminhar muitas vezes faz com que o pet se alimente menos. Por isso, o tutor deve ter o cuidado de ter vários comedouros espalhados pela casa. Além disso, eles devem ser colocados de forma acessível para o pet. O uso de suplementos para cachorro podem ser indicados para o cão que apresenta algum tipo de déficit nutricional por conta da alimentação prejudicada. Por outro lado, é importante ficar atento também ao excesso de peso. Conforme o tratamento avança e o animal com síndrome do cachorro nadador ganha confiança para se locomover, ele vai começar a se alimentar melhor. Porém, o tutor não pode deixar que ele coma demais, pois o sobrepeso pode dificultar a sustentação do cão.

Como prevenir a síndrome do cachorro nadador?

A melhor forma de evitar a síndrome do cão nadador é cuidar da alimentação da cadela grávida. A dieta pobre em nutrientes é um fator para o aparecimento de diversas doenças, como a hipoplasia miofibrilar. Portanto, evite o excesso de proteínas e busque a ajuda de um médico veterinário especializado em nutrição para garantir que a dieta da cachorra prenha seja adequada. Além disso, fazer o pré-natal é essencial para garantir a saúde da mãe e dos seus filhotes.

Redação: Maria Luísa Pimenta

Edição: Juliana Melo

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