Muito se discute sobre o termo “mãe de pet”. Algumas pessoas defendem o óbvio: não é biologicamente possível ter um filho de outra espécie. Mas quem já passou pela experiência de adotar cachorro ou gato sabe que os sentimentos que vão sendo construídos dia após dia, na convivência com o pet, são realmente fortes. Quando menos se espera, a palavra “filho” é utilizada para chamar o animal ou em um momento de carinho. Isso sem falar nas mudanças na rotina e na companhia constante. Naturalmente essas relações se estreitam e viram lindas histórias de família.
Mãe de pet também é mãe: famílias multiespécie são unidas pelo afeto
Você já ouviu falar em famílias multiespécie? Como o próprio nome diz, são núcleos familiares compostos por pessoas e animais, em geral cães e gatos. Ainda que a sociedade ainda mostre resistência em reconhecer esse tipo de vínculo, a ciência ajuda a entender o fenômeno. Os pesquisadores Brian Hare e Vanessa Woods, da área de evolucionismo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, concluíram que a relação amorosa entre uma pessoa e um animal é capaz de liberar ocitocina - o hormônio do amor - no cérebro humano.
As pesquisas foram feitas de três formas diferentes. Um pico de ocitocina foi observado durante a troca de olhares entre o cachorro e o dono. Quando um doguinho dá um "lambeijo", a ocitocina aumenta e cai o nível de cortisol - hormônio ligado ao stress - e também a frequência cardíaca. Quando deixados por meia hora com seus pets em uma sala, diversas reações bioquímicas ligadas ao bem-estar foram ativadas: em exames de sangue, foram constatados aumentos de beta-endorfinas e feniletilamina, além da prolactina (hormônio que estimula a produção de leite materno).
No Brasil, a tendência vem sendo acompanhada anualmente pela Radar Pet, pesquisa da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan). No levantamento de 2019, 24% dos tutores de cachorros que foram entrevistados consideravam os pets como filhos. Em 2021, o percentual saltou para 31%. Ao falar dos felinos, 29% dos tutores os definiam como animais de estimação em 2019. Em 2021, apenas 13% fizeram essa afirmação.
As mudanças na vida de quem se torna mãe de pet: organização, gastos e mais
Se engana quem pensa que ser mãe de pet é só alegria. As responsabilidades da adoção também são muitas, afinal é um serzinho que vai depender do seu cuidado diariamente, por muito anos. Além da ração, das vacinas anuais, vermífugos, consultas de rotina com veterinários e eventuais medicações, existem outros gastos que precisam ser planejados. De acessórios como cama, comedouros, bebedouros e brinquedos à cirurgias de castração (indispensáveis) e emergências de saúde dos peludos, tudo deve ser muito bem pensado para oferecer a qualidade de vida que eles merecem.
Adotar cachorro requer espaço reservado na agenda para momentos de lazer com o pet
Ser uma boa mãe de cachorro inclui ter energia e disponibilidade para brincar, correr e passear. Essas atividades são muito importantes no dia a dia do pet, que se sente mais amado e feliz quando recebe atenção plena e faz exercícios. Alguns minutinhos já fazem toda a diferença!
Antes de adotar gato, é preciso adaptar o espaço para garantir a segurança do felino
Já a mãe de gato precisa focar na estrutura do lar que vai receber o novo integrante. Telas de proteção em todas as janelas são fundamentais para evitar fugas, por exemplo. Para espantar o tédio do bichano, invista no enriquecimento ambiental com nichos, redes, arranhadores, fontes e varinhas, além da sua presença, é claro!
Mãe de gato também é mãe… e avó: conheça a história da Nathália, da Fumaça e sua ninhada
Uma gatinha de pelagem cinza apareceu na casa da estudante de jornalismo Nathalia Prado miando, com fome e pedindo carinho. Fumaça não sabia, mas Nathalia estava lidando com o luto pela perda da avó materna naquele momento: “Eu ainda estava bem abalada e ela veio trazendo essa distração e amor que eu precisava”, conta a estudante, que adotou a gata sem pestanejar.
Fumaça é bem agitada e falante, e meio fujona também. E depois de uma das fugas que ocorreu no período de adaptação, surgiu uma barriga redonda que não condizia com o corpinho magro dela. Pouco depois da gestação ser detectada, nasceram 5 filhotinhos: “No dia que ela deu a luz, me procurou e deitou no meu colo. Quando eu percebi que era hora do parto, preparei uma caixinha para ela e a deixei sozinha, para ter privacidade. Os nenéns nasceram bem rápido! Ela é boa mãe, embora seja adolescente, e deixa eu me aproximar dos filhotes desde o nascimento”, revela a Nath, que consegue ver diferença entre a relação construída com a Fumaça e com a Minhoca, gata que pertence à sua família há 13 anos: “Nos momentos mais difíceis da minha vida a Minhoca esteve comigo, mas com ela eu não tenho esse sentimento tão maternal, sinto mais como se ela fosse minha parceira mesmo, sabe? Uma grande amiga felina”.
Feliz dia das mães de pet: dicas para comemorar a data
O dia das mães de pet é uma oportunidade simbólica para ter um dia ainda mais divertido ao lado dos peludos. Mães de cachorro podem passear em um lugar novo, de preferência perto da natureza, e aproveitar para fazer fotos e vídeos para a posteridade. Já as mães de gato podem oferecer um sachê novo ao bichano, e se deliciar vendo suas reações enquanto come.
Se você está em busca de um presente para mãe de pet que mais te inspira, foque em opções práticas, como se oferecer para ser babá do animal por um dia, dar brinquedos para o pet ou até mesmo comprar alguns quilos da sua ração preferida. Ter uma rede de apoio é fundamental para qualquer mãe e opções para tornar a data memorável não faltam!
Redação: Mariana Fernandes