A cardiomiopatia hipertrófica felina é uma das doenças cardíacas mais conhecidas em gatos. Porém, não é a única. As cardiomiopatias recebem esse nome porque são doenças que afetam o miocárdio (músculo do coração). Além da cardiomiopatia hipertrófica felina, podemos destacar a cardiomiopatia dilatada em gatos (CMD). A doença impede que o sangue circule corretamente pelo corpo, causando consequências graves à saúde. Raças como Maine Coon ou Ragdoll são exemplos de gato que costumam sofrer com problemas no coração, dentre eles a CMD. Quer entender melhor o que é a cardiomiopatia dilatada em gatos, quais seus sintomas e como tratá-la? Confira a matéria a seguir!
O que é cardiomiopatia dilatada em gatos
Dentre as doenças do coração do gato, a mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica felina, caracterizada pela hipertrofia (aumento) do músculo cardíaco. Como consequência, o espaço entre os ventrículos (câmaras que armazenam sangue no coração de um gato) é reduzido e o sangue é bombeado com muita força, afetando o fluxo sanguíneo.
Já a cardiomiopatia dilatada em gatos (CMD) é diferente. Nesse caso, o músculo cardíaco se dilata, ganhando um aspecto mais fininho e flácido que o normal. Essa dilatação acaba fazendo com que o coração do gato perca força na hora de bombear o sangue, pois não consegue se contrair corretamente. Com isso, não há fluxo sanguíneo suficiente para chegar a todos os órgãos do corpo.
Deficiência de taurina é uma das principais causas de cardiomiopatia dilatada em gatos
A cardiomiopatia hipertrófica felina é uma doença muito mais conhecida e isso se deve ao fato de ser mais comum hoje em dia. A cardiomiopatia dilatada em gatos, por outro lado, já foi uma doença mais frequente nos bichanos mas, atualmente, é cada vez mais rara. O motivo para a diminuição de casos de CMD está relacionado a sua principal causa. Por muito tempo, não se sabia o que levava a essa doença no coração de gato. Após muitos estudos, descobriu-se que a origem da cardiomiopatia dilatada em gatos é a deficiência de taurina, um aminoácido essencial que ajuda a regular as células cardíacas e a permitir que o coração de gato realize a contração muscular. Os gatos não são capazes de produzir a taurina, sendo necessário ingeri-la por meio da alimentação.
A cardiomiopatia dilatada em gatos é mais comum em raças com predisposição a problemas no coração
Até ser descoberta a causa da cardiomiopatia dilatada em gatos, muitas rações de gato não tinham esse aminoácido em sua composição. Após os estudos, a taurina passou a ser um dos componentes presentes em toda ração para gatos, o que ajudou a diminuir bastante os casos. Hoje em dia, a cardiomiopatia dilatada em gatos acontece principalmente em bichanos que seguem dietas naturais com baixa concentração de taurina e que não recebem a suplementação adequada.
Além disso, existem casos de cardiomiopatia dilatada em gatos de origem idiopática - ou seja, sem causa aparente. Acredita-se que a doença esteja relacionada a condições genéticas, já que a maioria das cardiomiopatias tem origem hereditária. Raças como Maine Coon e Ragdoll são exemplos de bichanos que já têm certa predisposição genética a sofrer com cardiomiopatias, apesar de que a cardiomiopatia hipertrófica felina seja a mais comum.
Cardiomiopatia dilatada em gatos: dispneia, fraqueza e taquicardia são os principais sintomas
O lugar onde fica o coração do gato torna-se dilatado e o sangue não tem força para circular pelo corpo. Como consequência, todo o organismo sofre e são muitos os sinais que podem ser percebidos no animal. O problema é que os sintomas de cardiomiopatia dilatada em gatos podem demorar um pouco a aparecer ou serem confundidos com outras doenças, principalmente respiratórias. É importante ficar atento ao lugar onde fica o coração do gato e perceber se há sinais de alteração nos ritmos respiratório e cardíaco. A dispneia (dificuldade de respirar) é um dos sintomas mais comuns, assim como a taquicardia, assim como:
- Dispneia
- Cansaço extremo
- Taquicardia
- Tosse
- Desmaio
- Perda de apetite e peso
- Arritmia
- Cianose
- Fraqueza
- Apatia
Mudanças alimentares faz parte do tratamento da cardiomiopatia dilatada em gatos
A suplementação com taurina no tratamento de cardiomiopatia dilatada em gatos é importante, principalmente se a causa da doença foi justamente a deficiência do aminoácido. Porém, outros medicamentos devem ser utilizados para aumentar a capacidade de contração do coração do gato e controlar as consequências causadas pela doença. Diuréticos são fundamentais para acabar com o edema pulmonar, assim como remédios para controle da pressão arterial. A oxigenoterapia também é indicada, principalmente em emergências.
Quando a cardiomiopatia dilatada em gatos é identificada, o animal precisa de cuidados médicos pelo resto da vida. A quantidade de medicamentos pode diminuir com o tempo, mas é muito importante seguir as recomendações médicas direitinho. Uma dieta especial pode ser necessária para garantir uma melhor saúde do coração do gato. Para isso, converse com o veterinário para que ele ofereça um plano alimentar adequado para o seu bichano.
Redação: Maria Luísa Pimenta
Edição: Luana Lopes