A cegueira em cachorro pode se desenvolver de diversas maneiras. Mesmo sendo mais comum em cães idosos, a condição pode aparecer em qualquer idade por conta de traumas, lesões ou doenças oculares caninas. Ver o cachorro ficando cego não é fácil para ninguém, então é muito importante saber exatamente o que levou a essa condição para entender o que se passa na saúde do animal. Mas afinal, o que causa cegueira em cachorro? Dependendo do motivo, o cachorro cego pode voltar a enxergar? O Patas da Casa te mostra algumas das doenças mais comuns que podem levar ao cachorro cego. Confira!
Catarata: causa comum de cegueira em cachorro idoso, a doença deixa o olho opaco
Ao pesquisar “o que causa cegueira em cachorro”, um dos primeiros resultados sempre é a catarata canina. O olho tem uma lente chamada cristalino, responsável por dar foco e permitir que se reconheçam distâncias. No caso da catarata em cachorro, as fibras do cristalino são prejudicadas e, consequentemente, o animal perde sua noção de espaço e orientação. Um sinal clássico da catarata em cachorro é o olho opaco, pois a morte das células cria uma espécie de película que impede a passagem de luz. A doença pode ter origem genética ou ser uma consequência de doenças como diabetes canina, traumas e infecções.
De início, o cão tem apenas dificuldade para enxergar e focar. Com o tempo, vemos o cachorro ficando cego e apresentando sinais como bater o focinho sem querer em paredes. Depois que a catarata atinge 80% das fibras cristalinas, a cegueira em cachorro se concretiza. A doença é tratada com cirurgia que remove a catarata. Após o procedimento, pode ser colocado um implante de lentes. Assim, o cachorro cego pode voltar a enxergar por causa da lente nova.
Glaucoma: a doença causa o aumento da pressão da córnea e deixa o cachorro cego
O glaucoma canino é uma das principais causas de cegueira em cachorro. A doença ocorre quando há uma produção excessiva do líquido que lubrifica o olho, aumentando a pressão intraocular. O cão com glaucoma apresenta azulamento da córnea, vermelhidão em torno do olho, lacrimação em excesso e aumento do tamanho olho. Em casos mais graves, o animal pode perder totalmente a visão. A causa do glaucoma pode ser hereditária ou uma consequência de doenças como catarata ou tumor na região. O tratamento é complicado e, normalmente, o médico receita um colírio especial, mas em certas situações é preciso realizar a remoção do olho.
Uveíte, ceratite e conjuntivite: inflamações não tratadas causam cegueira em cachorro filhote ou adulto
Ao longo da vida, certas situações como lesões, traumas ou contato com poeiras que carregam vírus e bactérias podem levar à inflamações em diferentes partes do olho. Quando a região inflamada é a conjuntiva (membrana que protege os olhos), se desenvolve um quadro chamado conjuntivite canina. Já a uveíte em cachorro ocorre a partir da inflamação da úvea (camada que permite a vascularização do olho). E, se a inflamação atacar a córnea (parte mais externa do olho), temos a ceratite ou úlcera de córnea em cães. A ceratite é uma das causas mais comuns de cegueira em cachorro, já que a córnea é a parte mais externa e que protege bem o olho. Ela pode ser tratada, mas é preciso agir rápido. A conjuntivite e a uveíte são menos prováveis de deixar o cachorro cego, mas se não houver tratamento adequado, o animal pode sim perder a visão.
Diabetes e doença do carrapato: doenças sistêmicas que podem progredir para a cegueira em cachorro
Muitas vezes a cegueira em cachorro - filhote ou adulto - não ocorre por causa de uma doença ou trauma específico nos olhos. É comum que doenças que começam em outras partes do corpo progridam até o ponto de atingir o olho do cão. É o caso da diabetes canina. O cão diabético tem um excesso de glicose no sangue que acaba estragando os vasos sanguíneos que ficam nos olhos, deixando o cachorro cego - na verdade, a maioria dos cães diabéticos ficam cegos. Outra doença que costuma ter como sequela a cegueira em cachorro é a doença do carrapato. O quadro vai atacando diversas partes do corpo à medida que avança, podendo chegar aos olhos.
Atrofia progressiva da retina: doença genética é uma das causas da cegueira em cachorro
A retina é a parte do olho onde as imagens são formadas por meio dos fotorreceptores que captam a luz. Na atrofia progressiva da retina, esses fotorreceptores vão se degenerando. Como eles são os responsáveis pela formação de imagens, o cachorro vai ficando cego com o tempo. Trata-se de uma doença genética e de difícil percepção, pois o pet não tem sintomas aparentes. O que acontece é que ele começa a enxergar bem mal (sendo ainda pior no escuro) e, em alguns casos, pode desenvolver catarata. Esse não é um tipo de doença em que a cegueira em cachorro tem cura. Infelizmente, o pet que nasce com a condição vai perdendo a visão ao longo da vida e não é possível recuperá-la.
Coleira para cachorro cego, portões, meias especiais… confira como adaptar a rotina do cachorro cego
Como podemos ver, existem inúmeras respostas à pergunta “o que pode causar cegueira em cachorro”. Em alguns casos, é possível fazer uma cirurgia que reverte o quadro. Assim, o cachorro cego pode voltar a enxergar ou então contar com uma prótese que o ajuda a ver novamente. Porém, nem sempre a cegueira em cachorro tem cura. Quando temos um cachorro cego, é preciso adaptar toda a casa e rotina para tornar a vida dele mais confortável. A coleira para cachorro cego é um item essencial na vida de um cãozinho que não enxerga. Ela ajuda o pet a se locomover melhor ao oferecer uma barreira que impede o animal de esbarrar em paredes e móveis.
Existem diferentes modelos de coleira para cachorro cego, como a versão com arco acoplado (tipo uma viseira) e a que produz vibrações ao ficar perto de algum obstáculo para alertar o doguinho. Além da coleira para cachorro cego, vale investir em outros itens que melhoram a segurança do cachorro cego em casa, como portões e meias antiderrapantes. Organize os móveis de forma a evitar ao máximo que o pet esbarre e sempre que alguém chegar em casa avise que o pet não enxerga. Com essas adaptações, o cachorro cego consegue viver com muito mais conforto e praticidade.
Redação: Maria Luísa Pimenta