Adotar um cachorro e conviver com o bichinho todos os dias é uma experiência incrível e que certamente traz muita alegria para dentro de casa. Mas sabia que nem todo mundo é aberto a isso? Algumas pessoas sofrem com o que chamamos de cinofobia, que é o medo irracional de cães. São pessoas que, por algum motivo, simplesmente não conseguem ficar perto de um cachorro, mesmo quando o animal não apresenta qualquer sinal de agressividade. Para entender melhor sobre a cinofobia, o que é, quais são os sinais do problema e como perder o medo de cachorro, preparamos uma matéria especial sobre o assunto.
O que é cinofobia?
A cinofobia é definida como a fobia de cachorro. Isto é, o medo irracional de cães ou até mesmo a aversão a esta espécie. Segundo a médica veterinária Renata Bloomfield, que é especializada em comportamento animal, a cinofobia é um medo exagerado que pode estar ligado a algum trauma, como também pode partir do incentivo da família. “Esse incentivo é no sentido de que a criança nunca viu um cachorro, mas o pai ou a mãe tem medo e acaba passando esse medo para a criança, que vai crescer com aversão a cães”.
Em alguns casos, a fobia de cachorro pode não ter nenhuma justificativa em especial, mas na maioria das vezes está ligada a um episódio traumático, como um ataque de cachorro. Ainda assim, é recomendado que a pessoa passe por uma avaliação com um profissional da área de saúde, como um psicólogo ou psiquiatra, para tentar trabalhar mais a fundo esta questão. O medo é um sentimento natural do ser humano, mas a partir do momento em que ele é tido como algo desproporcional, persistente e irracional, é importante buscar ajuda.
Como identificar uma pessoa com fobia de cachorro?
É normal sentir medo de cães quando o animal apresenta algum comportamento mais agressivo, ou até mesmo se for um cachorro grande e imponente que assusta com a sua simples aparência, como um Pitbull ou Rottweiler. No entanto, quando se trata da fobia de cachorro, esse medo é elevado a um outro nível. Pacientes que têm essa condição sentem medo tanto de cachorros maiores, como de cachorros pequenos e inofensivos.
“A pessoa com cinofobia se passar por um cão ou ver um cão, ela começa a entrar em um estado de estresse, ansiedade e medo. Acredito que para humanos também tem vários graus, assim como pra animais, mas é aquele medo exagerado de sempre achar que o cão vai atacar. O cachorro não está fazendo nada, às vezes nem olhou pra pessoa, e ela já sai correndo. Acredito que isso já possa ser considerado uma cinofobia”, explica Renata. Os principais sinais que revelam uma pessoa com medo de cães são:
- Chorar ao ver um cachorro
- Falta de ar
- Sudorese excessiva
- Taquicardia
- Tremores
- Agitação excessiva
- Desconforto gastrointestinal
Como perder medo de cachorro?
Dependendo do grau de fobia da pessoa, é importante fazer um acompanhamento com um terapeuta. Além disso, se a ideia é adotar um cachorro futuramente, por exemplo, existem outras técnicas que podem ajudar a amenizar esse medo irracional. “Começar a ter contato com cães que sejam adestrados, calmos e sociáveis ajuda bastante", sugere Renata. Recomenda-se que isso seja feito com supervisão do próprio psicólogo ou com auxílio de um veterinário comportamentalista.
“A pessoa de repente conhece alguém que tenha um cachorro que é bem educado, então de repente dá para fazer um encontro na rua, e leva esse animal pra passear junto com a família. Esse é um bom começo: sempre ter contato com cães dóceis e que aceitem a manipulação, mas que também que aceitem ser rejeitados pela pessoa e ficar tudo bem, não ser aquele cachorro que late e que fica pedindo atenção. Até porque às vezes só o latido já pode assustar a pessoa. Então, ter contato com cães bem equilibrados ajuda bastante no processo de amenizar a cinofobia”.
A veterinária conta que já fez trabalhos desse tipo com pessoas que tinham medo de cães, mas que queriam ter um cachorro por causa dos filhos. Além disso, destaca que a terapia assistida por animais (TAA) é uma outra possibilidade. Esse tipo de metodologia usa a companhia de cachorros e outras espécies (como gatos) para tratar distúrbios e problemas de saúde - e a cinofobia pode estar incluída nisso.
Redação: Juliana Melo