“Meu gato não quer comer e está emagrecendo, o que pode ser?” Se isso já aconteceu com você, saiba que esse é um problema que pode atingir qualquer tutor e que requer certa atenção, principalmente porque, segundo dados do Purina Institute, existe mais de uma explicação por trás de um gato emagrecendo.
“As causas de emagrecimento em gatos são muitas, por se tratar de um sinal clínico não específico. Por isso, ao notar qualquer sinal de perda de apetite e emagrecimento, leve seu gato ao médico veterinário, pois o profissional saberá determinar a causa e intervir da forma correta”, orienta o especialista Lucas Oliveira.
Geralmente, é possível ver outros sintomas associados, como um gato emagrecendo e perdendo pelo, triste ou com náuseas. Para entender o que pode provocar o emagrecimento repentino do pet, veja algumas possíveis causas listadas pelo médico veterinário Lucas abaixo!
1) Caquexia pode ser o motivo por trás do gato emagrecendo
De acordo com o profissional, doenças como o câncer em gatos, doença renal e doença cardíaca, podem levar a um quadro de caquexia. “A caquexia se caracteriza pela perda de massa magra (músculo) e tecido adiposo (gordura). Esse distúrbio está relacionado ao aumento da necessidade energética devido a inflamação no organismo, distribuição inadequada de nutrientes, dentre outras alterações que levam a mobilização de tecidos magros e degradação da proteína dos músculos”, explica.
2) Doença Renal Crônica (DRC) pode deixar o gato magro
A doença renal crônica é um dos principais motivos por trás de um gato emagrecendo. Apesar de ser comum na terceira idade, esse é um quadro que pode afetar animais de todas as idades, inclusive os mais jovens. Por isso, se observar qualquer alteração no pet, não deixe de consultar um veterinário — quanto antes a doença for diagnosticada, melhor será o prognóstico.
Conforme Lucas explica, gatos diagnosticados com a DRC geralmente apresentam uma perda de peso que é desencadeada pela falta de apetite. “A DRC pode causar sinais clínicos como náusea, que diminuem o apetite do gato e a consequência disso, caso nenhuma intervenção seja feita, é a perda de peso.”
Os sinais clínicos da doença, embora amplos, também incluem anorexia, vômito, diarreia, aumento do volume de urina e mau hálito. “Os rins funcionam como um filtro, eliminando todo o lixo metabólico produzido pelo organismo. No doente renal crônico essa função de filtragem fica comprometida, levando a um aumento de compostos nitrogenados na corrente sanguínea (azotemia). Essa condição pode levar a sinais clínicos, que em conjunto são chamados de uremia. A náusea é um destes sinais clínicos”, acrescenta.
3) Gato emagrecendo pode ser sinal de sarcopenia
Segundo Lucas, a sarcopenia é caracterizada pela perda de músculos (massa magra) e tônus muscular, sendo mais comum em animais idosos. Portanto, se você está se perguntando o que deixa um gato idoso emagrecendo, pode ser que seja isso.
“Apesar de ser um processo natural do envelhecimento, a sarcopenia pode ser minimizada através da ingestão adequada de proteínas e calorias provenientes de uma dieta de qualidade, estímulo a atividades físicas e brincadeiras”, sugere o médico veterinário.
Outra sugestão do dr. Lucas é levar o animal para uma consulta com um profissional de confiança para fazer uma avaliação mais completa: “Ele será capaz de determinar o Escore de Massa Muscular do paciente e determinar se a perda de peso está associada ou não à sarcopenia. Caso haja perda de massa magra, o profissional será capaz de estabelecer as medidas mais adequadas para evitar que processo se agrave.”
4) Diabetes é uma doença que deixa o gato magro
Outra doença que precisa de atenção e pode resultar em um gato emagrecendo e triste é a diabetes felina. É o que diz o especialista: “Um dos sinais clássicos da diabetes mellitus é a perda de peso, que pode estar associada a um ou mais sinais clínicos, como: aumento persistente da glicemia, aumento no volume de urina (poliúria), aumento de sede (polidipsia) e aumento de fome (polifagia).”
Ainda assim, é importante ter em mente que a manifestação desses sintomas não é suficiente para confirmar a doença, por isso uma avaliação deve ser feita junto a um profissional. “Ao ser diagnosticada a diabetes deve ser tratada o quanto antes, pois o tratamento precoce aumenta as chances de remissão da doença”, conta Lucas.
O médico veterinário também explica que o tratamento da diabetes em gatos envolve aplicações de insulina com ajustes adequados, monitoramento frequente da glicose no sangue e uso de dieta com baixo teor de carboidratos, que irão ajudar a manter a glicemia estável. “O tratamento adequado irá aumentar a chance de remissão e interromper o emagrecimento patológico.”
5) Enteropatia crônica pode ter relação com o gato emagrecendo
A enteropatia crônica que, conforme o especialista alerta, era erroneamente chamada de doença inflamatória intestinal, é uma condição que afeta o trato gastrointestinal dos gatos e pode ser subclassificada em enteropatia crônica responsiva a antibióticos, responsiva a imunossupressores e responsiva a alimentos.
“Para ser considerada enteropatia crônica o animal precisa apresentar sinais clínicos por mais de três semanas, sem que haja patógenos, parasitas, corpos estranhos ou outros distúrbios. Em gatos, os sinais clínicos mais comuns envolvem perda de apetite, vômitos e perda de peso”, revela Lucas.
O ideal é que, assim que notar qualquer alteração física ou comportamental no pet, o tutor leve o animal para uma consulta veterinária. Não é normal ver um gato vomitando ou com dificuldades para se alimentar. “Caso os episódios de vômito se tornem recorrentes, a causa deve ser investigada.”