Adotar gato é sempre um lindo ato de amor e carinho. Mas muitas vezes os tutores dizem que não foram eles que escolheram o gato, mas sim que “um gato me adotou”. Às vezes ele aparece na sua porta, invade sua casa ou te segue na rua. E vamos combinar que é impossível não se apaixonar por um bichano com olhar pidão, né?! Os gatos são únicos e têm comportamentos muito peculiares, o que fazem deles ótimas companhias. Mas será que ele tem mesmo esse "poder" de decisão na hora de escolher uma família humana. O Patas da Casa foi atrás de algumas respostas: veja o que descobrimos!
Adotar gato: o humano não é visto como um dono pelo bichano
Antes de tudo, é importante entender como os gatos enxergam os humanos. O especialista em comportamento do gato, John Bradshaw, já fez inúmeras pesquisas para entender melhor como os gatos interagem entre si e com seus tutores. As respostas que ele encontrou resultaram no livro Cat Sense, que fala principalmente da forma que os gatos enxergam o homem. Segundo o comportamentalista, diferente dos cães - que veem o homem como um ser diferente e alteram sua atitude com ele -, os gatos não mudam de comportamento por ninguém. Eles enxergam o ser humano como um ser fisicamente maior, mas durante a socialização não adaptam muito sua conduta para se encaixar na rotina do tutor. O gato se esfregando nas pernas do tutor e levantando suas caudas são, na verdade, movimentos que eles fazem com outros gatos. Os felinos são independentes e não veem seus tutores como seus donos. Ao adotar gato, na verdade a relação não é de dono e cria, mas uma relação de igualdade. Ou seja, na cabeça do seu gatinho, você é um gato gigante.
Gato escolhe o dono e cria um vínculo poderoso
A relação entre gatos e humanos já existe há cerca de 12 mil anos. No passado, os gatos eram caçadores de ratos, o que ajudava os humanos em troca de comida e lugar seguro. Era uma relação benéfica para os dois que foi se transformando em cumplicidade. Ou seja, o gato escolhe o dono há muito tempo. Como os tempos mudaram, hoje os gatos são praticamente considerados filhos, já que os laços criados com o tutor são extremamente fortes.
Apesar de muitos acharem que gatos são menos apegados a seus donos por serem muito independentes, isso não poderia estar mais errado. Uma pesquisa publicada por Krystin Vitale no periódico “Current Biology” chamada “Vínculo de apego entre gatos domésticos e humanos” concluiu que 64% dos gatos se sentem seguros com seus donos, taxa semelhante ao nível de segurança de cachorros e bebês recém-nascidos.
Por que o gato escolhe o dono? Necessidades e conforto são os principais motivos
Como os felinos não veem o homem como um mestre e possuem um forte vínculo com ele, dá para entender por que o gato escolhe o dono. Os bichanos são sociáveis e buscam alguém para conviver. Como mostrou a pesquisa, eles costumam se sentir protegidos com humanos. Assim, os gatos escolhem seus donos por se sentirem confortáveis e por receberem boas condições de vida.
É comum gatos de rua se aproximarem ou ficarem na porta da casa de alguém esperando comida. Eles sentem segurança nessa pessoa e acham que ela vai ajudá-los. Porém, se o ambiente é desconfortável para ele ou não se sente à vontade, o gato simplesmente vai embora. Os gatos sabem muito bem se virar sozinhos, então se se um deles decide continuar na sua casa, pode ter certeza que é porque confia em você e se sente amado.
Adoção de gato: Danielle foi escolhida por seus bichanos
Muitos humanos compartilham a história comum de “um gato me adotou”. No caso da Danielle Sanches, isso já aconteceu três vezes. Danielle é apaixonada por gatos - tanto que abriu uma empresa de estampa de canecas com o nome CupKat, em homenagem a seus bichinhos. Hoje ela é "mãe" de sete gatos , mas a primeira que a escolheu foi Nina, em 2017. O pai de Danielle estava com câncer no sistema linfático quando a gatinha surgiu no quintal de casa. Muitas pessoas acreditam que gatos são seres espirituais, que aparecem quando uma pessoa precisa de ajuda para afastar as energias negativas. Para Danielle, foi sim um sinal: "juntou o tratamento [para o câncer] e a limpeza energética dos gatos e em quatro meses meu pai se curou da doença”. Nina ainda deu à luz a mais três filhotinhos, que foram chamados de Nino, Pandora e Pipoca.
Um ano depois, foi a vez do Tigrinho aparecer cheio de fome na casa de Danielle. Depois de passar a deixar comida na laje de casa por um tempo, ela reparou que ele tinha berne nas costas e decidiu ajudá-lo. “Chamei uma veterinária que é minha parceira e ela tirou. Quando ele se sentiu aliviado, passava a patinha no meu rosto em agradecimento”, conta. Não teve jeito: a partir dali ela passou a amar o Tigrinho e o adotou oficialmente!
Redação: Maria Luísa Pimenta